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A hora e a vez de uma feminista no Superior Tribunal Militar

Por Tribuna Foz dia em Notícias

A hora e a vez de uma feminista no Superior Tribunal Militar
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A hora e a vez de uma feminista no Superior Tribunal Militar

Após 220 anos de história, o STM (Superior Tribunal Militar) terá, pela primeira vez, uma mulher assumindo sua presidência. Maria Elizabeth Rocha, de 65 anos, tomará posse em 12 de março, marcando um momento histórico para a instituição tradicionalmente dominada por homens.

"Ela é uma estranha no ninho, para dizer o mínimo", define a jornalista da Uol Thais Bilenky, ao traçar o perfil da nova presidente. Mineira, formada em Direito pela PUC-MG em 1982, com mestrado e doutorado pela UFMG, Maria Elizabeth ingressou na carreira pública em 1985 como procuradora federal.

Sua trajetória no STM começou em 2007, quando foi indicada pelo presidente Lula, tornando-se "a primeira e única mulher, sendo civil, em 216 anos de Superior Tribunal Militar". O caminho até a presidência, porém, não foi fácil. "Ela conta que um dos ministros tentou manobrar para impedir que ela fosse presidente do tribunal no mandato tampão", relata Bilenky.

Na eleição para presidente, enfrentou resistência incomum para os padrões dos tribunais superiores. "Aconteceu o ineditismo da corte, sete ministros votaram nela e sete votaram contra ela", explica Toledo. A própria ministra admitiu: "Eu não pude nem ser elegante e não votar em mim, porque o desempate foi o meu voto".

Maria Elizabeth se destacou por sua postura independente, como quando votou contra a absolvição de militares que dispararam "257 tiros de fuzil" contra o carro do músico Evaldo Rosa em 2019. No voto, ela afirmou que o caso "revelava a exacerbação das desigualdades sociais e raciais existentes, no qual o tratamento dispensado ao policiamento varia a depender da classe e fenótipo do indivíduo".

A ministra assume o STM em um momento crucial: quando o ex-presidente Bolsonaro, o general Braga Neto e mais 20 militares serão julgados no STF por tentativa de golpe. Se condenados, "automaticamente a Justiça Militar abre processo para expulsão dos militares", explica Bilenky.

Casada com um general que ela descreve como progressista, intelectual, vitimado pela ditadura militar porque perdeu o irmão, Maria Elizabeth tem usado sua voz para defender a diversidade. "Ela diz que representa não só as mulheres, como todos aqueles que não são representados por um tribunal altamente homogêneo", ressalta Toledo.

Como define a própria ministra em sua foto de perfil no WhatsApp, onde aparece Dom Quixote conversando com Sancho Pança: "Mudar o mundo, amigo Sancho, não é nem utopia, nem loucura. Mudar o mundo é justiça."

Fonte: Uol

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