Júri de bolsonarista réu pela morte do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu é adiado para abril de 2024
Por Tribuna Foz dia em Notícias
Júri de bolsonarista réu pela morte do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu é adiado para abril de 2024
Julgamento seria em 7 de dezembro de 2023. Decisão de adiar atende a pedido da defesa de Jorge Guaranho, preso há um ano. Marcelo Arruda foi baleado na própria festa de aniversário
O júri popular do policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, acusado de matar Marcelo Arruda, ex- tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, foi adiado para 4 de abril de 2024. O julgamento estava marcado para 7 de dezembro de 2023.
Marcelo comemorava o aniversário de 50 anos quando foi baleado pelo policial na festa que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O crime completou um ano no dia 9 de julho e, para o Ministério Público do Paraná (MP-PR), teve motivação política.
Guaranho é réu por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil perigo comum e irá a júri popular, conforme decisão da Justiça. Ele está preso.
O adiamento atendeu a pedido da defesa de Guaranho que alega ter sido surpreendida com a inclusão no processo de um laudo pericial. Conforme os advogados, a defesa "não foi intimada, nem tampouco participou da produção de provas naqueles autos".
O laudo em questão é o produzido a partir do celular de Claudinei Coco Esquarcini, que na época do crime era responsável por liberar as senhas de acesso às imagens das câmera de segurança da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresf) onde a festa de aniversário aconteceu.
Os registros de quem teve acesso às imagens das câmeras de segurança no dia do crime – 9 de julho de 2022 – foram apagadas em 11 de julho de 2022 e não foi possível saber que tem teve acesso a elas na data do crime. Em 18 de julho, Esquarcini cometeu suicídio.
"O conhecimento da confecção da presente prova se deu tão somente com a juntada tardia às vésperas do Julgamento em Plenário, evidenciando prejuízo enorme à defesa, por desconhecer a origem da prova, bem como não poder se manifestar na forma prevista em lei", diz trecho do pedido de adiamento.
Na decisão de adiar o julgamento, o juiz substituto Hugo Michelini Júnior definiu que a Vara Criminal da Comarca de Medianeira, na qual tramitou o inquérito policial, informe se o aparelho celular de Esquarcini ainda se encontra apreendido pelo inquérito.
Caso ainda esteja, segundo o documento, a Vara deve ainda informar o local da apreensão.
Conforme as investigações, Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda e os dois discutiram. Cerca de 10 minutos depois, o policial penal voltou ao local, armado, e disparou contra Marcelo, que revidou usando a arma que carregava por ser guarda municipal.
Marcelo foi socorrido, mas morreu na madrugada de 10 de julho de 2022.
Após o crime, Guaranho foi agredido por convidados presentes na festa de Marcelo. Ele foi internado e permaneceu em hospital de Foz do Iguaçu até ter alta e ser encaminhado ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está preso desde agosto de 2022.
Marcelo deixou quatro filhos. Na época do crime, um deles tinha pouco mais de 40 dias.
Fonte: G1