Júri Popular: Amigos são inocentados de assassinato em Foz do Iguaçu
Por Tribuna Foz dia em Notícias
Júri Popular: Amigos são inocentados de assassinato em Foz do Iguaçu
Os três aguardaram cinco anos pelo julgamento
Os três amigos acusados pelo assassinato de Maycon Marques Veiga, de 32 anos, ocorrido em Foz do Iguaçu, no ano de 2018, foram absolvidos durante o julgamento ocorrido no dia de ontem, terça-feira (26/09/2023). Diogo dos Santos, Thiago Blaum Taicico e Wagner Petry Lima sempre negaram o crime.
De acordo com o advogado criminalista Heitor Luiz Bender, a única prova apresentada contra os réus era o depoimento de um homem que afirmou ter visto o trio com a vítima, mas que posteriormente voltou atrás e admitiu ter mentido durante o primeiro depoimento.
"Não havia nenhuma prova concreta e os jurados reconheceram que eles não foram os autores do crime. O que nós vínhamos apontando há bastante tempo, tendo em vista que a acusação se baseava única e exclusivamente no depoimento falso, colhido mediante coação, de uma única testemunha, que depois voltou atrás e admitiu ter mentido", explica Bender.
"Hoje o conselho de sentença reconheceu a inocência dos acusados e absolveu eles por ausência de autoria", completa ainda o defensor.
Ao todo, quatro jovens foram indiciados pelo crime, mas Kenio Eduardo Sandeski, de 27 anos, foi morto no início deste ano, antes de ser julgado.
A acusação
A vítima foi encontrada morta com vários disparos de arma de fogo, entre eles, tiros na cabeça e nos órgãos sexuais, na Avenida Felipe Wandscheer, próximo ao local conhecido como 'trevo da macumba' em maio de 2018.
De acordo com a acusação do Ministério Público do Paraná (MPPR), na época, Wagner era proprietário de uma loja de conveniências no bairro Jardim América e o estabelecimento havia sido arrombado durante a madrugada de 7 de maio de 2018. Com o objetivo recuperar os itens furtados, ele então teria pedido a ajuda dos amigos e saído à caça de Maycon (conhecido como 'Diabo loiro', devido aos crimes que cometia na região), o qual ele suspeitava ser autor do furto.
Ainda conforme a investigação, eles localizaram a vítima, a capturaram e após obterem a confissão de Maycon, mediante tortura, solicitaram o auxílio da Polícia Militar. No entanto, os policiais não conseguiram encontrar os objetos furtados e o suspeito acabou liberado, o que deixou os amigos inconformados e decididos a fazerem justiça com as próprias mãos.
"Com objetivo inequívoco de produzir intenso, atroz e desnecessário sofrimento, inclusive desferindo disparos de arma de fogo em regiões não letais, mas usualmente agredidas para causar sofrimento psicológico (humilhação) associado a 'dor física', sendo produzidos ferimentos por projéteis de arma de fogo nas nádegas e no pênis", diz um trecho da denúncia.
Fonte: Assessoria