Paraguai assina decreto que designa PCC e CV como grupos terroristas e a declaração melhorará a segurança das fronteiras diz o comandante da Polícia Nacional

Documento foi assinado por Santiago Peña na última quinta-feira 30 de outubro de 2025

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, assinou decreto na última quinta-feira 30 de outubro de 2025, que designa o CV (Comando Vermelho) e o PCC (Primeiro Comando da Capital) como grupos terroristas.

Além disso, o presidente acionou alerta máximo na fronteira com o Brasil, reforçando as forças de segurança, para evitar a fuga de criminosos do Comando Vermelho para o país.

A medida anunciada pelo governo paraguaio acompanha a gestão de Javier Milei na Argentina.

A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, afirmou na terça-feira (28) que o país incluiu o CV e o PCC no Repet (Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo).

A declaração melhorará a segurança das fronteiras diz o comandante da Polícia Nacional

O comandante da Polícia Nacional, Carlos Benítez, afirmou que a decisão do governo de Santiago Peña de declarar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho como grupos terroristas permitirá ao Paraguai contar com maior cooperação internacional na área de segurança interna.

“O apoio das Forças Armadas poderá incluir mais postos de controle ou fiscalizações nas áreas de fronteira. O alcance da colaboração local e internacional será muito mais amplo”, declarou o alto funcionário da polícia ao programa “Así son las cosas” (Assim São as Coisas), transmitido pelo canal GEN e pela rádio Universo 970 AM/Nación Media.

O que motivou a designação

Benítez explicou que diversos pontos foram levados em consideração na última quinta-feira, durante a reunião do Conselho de Defesa Nacional (Codena), presidido por Peña, para declarar as duas facções brasileiras como organizações terroristas por meio do Decreto Presidencial 4857, de 30 de outubro de 2025.

“Ao longo do tempo, eles cresceram enormemente do ponto de vista operacional e logístico. Cruzaram fronteiras não apenas traficando armas e drogas, mas também por meio de uma série de atos violentos destinados a semear medo e terror nas sociedades onde têm presença ou influência, além de perturbar seriamente o funcionamento normal das instituições de um determinado Estado”, comentou.

Expectativa de pena é maior

“Outro ponto interessante é que, quando falamos de organizações terroristas, a expectativa de pena é muito maior do que quando se trata de criminosos ou de uma organização criminosa”, observou Benítez.

Assim como o Paraguai, o governo argentino reforçou suas fronteiras com o Brasil para impedir a possível “expansão” da organização criminosa após a mega-operação da última terça-feira em dois complexos de favelas no Rio de Janeiro, que deixou pelo menos 117 suspeitos e quatro policiais mortos. A Operação Contenção também resultou em 113 prisões e 91 fuzis apreendidos em resposta à expansão do Comando Vermelho nas favelas da cidade brasileira, especificamente nas favelas do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, consideradas bases centrais do grupo narcotraficante.