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Pedido de Bolsonaro a Trump tornou vingança ao STF em traição à pátria

Por Tribuna Foz dia em Notícias

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Opinião

Pedido de Bolsonaro a Trump tornou vingança ao STF em traição à pátria

A família Bolsonaro anseia por punir Alexandre de Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal Federal como forma de evitar a condenação de Jair por tentar um golpe de Estado. Mas o problema de pedir a uma potência estrangeira que ataque o seu próprio país é que nunca se sabe qual vai ser o porrete usado.

Os Bolsonaros pediram o "sniper" da Lei Magnitsky, que dá ao governo dos Estados Unidos uma justificativa para sancionar estrangeiros que eles considerem violadores de direitos humanos (claro, hipocrisia, pois as verdadeiras ditaduras de estimação do Tio Sam nunca vão entrar na mira). O deputado federal e seu pai ganharam o sniper, mas também uma "bomba atômica" no lugar disso, lançada contra a nossa economia, provocando dor de forma generalizada.

Diante dessa constatação, a resposta do clã foi semelhante àquela dada por eles diante dos mortos na pandemia: "lamento", e só Pois é Jair acima de tudo, inclusive do Brasil.

Sanções contra o STF vieram, como o esperado bloqueio dos vistos, e deve chegar o cancelamento de cartões de crédito de Moraes. Mas também o tarifaço que levará desemprego para centenas de milhares de trabalhadores, além da perda de dezenas de bilhões de reais para empresários. Qualquer marmota com problemas de cognição sabe que tarifa é a língua que Donald Trump fala na geopolítica. O clã faltou a essa aula ou, sinceramente, não se importa.

Caso a pancada tivesse vindo apenas sobre membros do Poder Judiciário, a afronta à nossa soberania seria um problema para as instituições. Muito provavelmente o Brasil teria que se defender em tribunais federais nos Estados Unidos e em organismos multilaterais, uma vez que não faz sentido reciprocidade, aplicando o mesmo tratamento a juízes da Suprema Corte de lá.

Do ponto de vista pragmático, a esmagadora maioria do país apenas diria "lamento", e o jogo seguiria. Pouca gente perderia o sono para além daqueles envolvidos nas discussões políticas nacionais, por mais grave que seja esse tipo de ataque de natureza política e ideológica vindo de um país que se diz uma democracia e que se apresenta como amigo.

Mas a partir do momento em que trabalhadores e empresários foram colocados na guilhotina por Trump atendendo, ao pedido de sanções do clã Bolsonaro, o problema de oito ministros do STF (ao que tudo indica, salvaram-se André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux, bem quistos pelo bolsonarismo) e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e de suas famílias, tornou-se também o drama de outros milhões.

Por conspirar junto com seu filho, incitando Trump a atacar o Brasil, Jair ganhou do STF uma tornozeleira a pedido da PGR. Saiu barato, pois caberia cadeia. Mas o bolsonarismo se derrama em lágrimas nas redes como se traição contra a pátria não fosse crime grave.

Faltam 13 dias para o tarifaço fazer efeito. De um lado, o governo brasileiro, com o vice-presidente Geraldo Alckmin à frente, tenta negociar com os EUA. Do o outro, o bolsonarismo exige mais sanções, pedindo para as tarifas contra os produtos brasileiros aumentarem de 50% para 100% e que seja bloqueado o acesso a GPS de todos os celulares.

Na traição, seguem unindo o Brasil

Opinião escrito por Leonardo Sakamoto, colunista da UOL

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