Ataque de Israel que matou 9 irmãos foi "vergonhoso e covarde", diz Lula
Por Tribuna Foz dia em Notícias

Ataque de Israel que matou 9 irmãos foi "vergonhoso e covarde", diz Lula
O governo federal classificou como "vergonhoso" e "covarde" o ataque aéreo de Israel que matou nove dos dez filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, na faixa de Gaza, no sábado (24/05/2025).
O que aconteceu
A nota, assinada pelo presidente Lula (PT), diz que a morte das crianças simboliza a crueldade e desumanidade do conflito. O presidente escreveu que a guerra opõe um estado fortemente armado contra a população civil indefesa, vitimando diariamente mulheres e crianças inocentes.
"O que vemos em Gaza hoje é vingança", afirmou Lula. Ainda de acordo com o comunicado, o presidente disse que o conflito é um genocídio contra os palestinos, com o único objetivo de privá-los "das condições mínimas de vida para a expulsá-los de seu legítimo território".
"A morte de nove dos dez filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, como consequência de ataque aéreo do governo de Israel na faixa de Gaza, no sábado, é mais um ato vergonhoso e covarde. Seu único filho sobrevivente e seu marido, também médico, seguem internados em estado crítico. Já não se trata de direito de defesa, combater o terrorismo ou buscar a libertação dos reféns em poder do Hamas." Lula, em comunicado divulgado neste domingo.
Nove irmãos morreram após ataque aéreo
As nove crianças tinham entre um e 12 anos. O único irmão que sobreviveu, um menino de 11 anos, está em estado grave, mas estável, informou o hospital.
O pai das nove crianças mortas também está internado. O médico Hamdi Al-Najjar estava em casa, em Khan Younis, com seus dez filhos quando ocorreu um ataque aéreo israelense, matando todos eles, exceto um. Ele foi levado às pressas para o Hospital Nasser, no sul de Gaza, onde está sendo tratado por seus ferimentos. Abdul Aziz Al-Farra, cirurgião torácico, disse que Najjar foi submetido a duas operações para estancar o sangramento no abdômen e no peito e que sofreu outros ferimentos, inclusive na cabeça.
A mãe das crianças, Alaa, que também é médica, não estava em casa no momento do ataque. Ela estava tratando de palestinos feridos na guerra de mais de 20 meses de Israel em Gaza contra o Hamas no mesmo hospital em que seu marido e filho estão recebendo cuidados. "Ela foi até sua casa e viu seus filhos queimados, que Deus a ajude", disse Tahani Yahya Al-Najjar sobre sua cunhada.
Israel confirmou que realizou um ataque aéreo em Khan Younis. Apesar disso, o governo disse que os alvos eram suspeitos em uma estrutura próxima a soldados israelenses. O exército esclareceu que está investigando as alegações de que "civis não envolvidos" foram mortos.
O exército também afirmou que Khan Younis é uma "perigosa zona de guerra". Praticamente todos os mais de 2 milhões de palestinos de Gaza foram deslocados após mais de 20 meses de guerra.
Conflito começou quando o Hamas atacou Israel em outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando outras 251. A campanha de retaliação, que Israel disse ter como objetivo desarraigar o Hamas e garantir a libertação dos reféns, matou mais de 53 mil palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza. A maioria deles são civis, incluindo mais de 16.500 crianças com menos de 18 anos de idade, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
Fonte: Uol