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"Caiu a ficha de Trump que Bolsonaro não ganharia perdão", diz economista

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"Caiu a ficha de Trump que Bolsonaro não ganharia perdão", diz economista

As negociações tarifárias entre Brasil e Estados Unidos vão girar em torno dos 40% adicionais impostos sobre produtos brasileiros, afirmou o economista Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, no Mercado Aberto, do Canal UOL.

O encontro entre Lula e Trump colocou foco nessas sobretaxas, criadas no governo Trump, e em demandas consideradas inexequíveis pelo Brasil, como pedidos ligados ao perdão do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse Canuto, hoje diretor-executivo do Banco Mundial.

"Eu acho que o que, em termos de tarifas, vai estar em jogo os 40% adicionais em relação à taxa básica de 10%, e que o Trump estabeleceu especificamente sobre o Brasil, acompanhando aquela carta onde não havia uma pauta econômica, só tinha lá aquela demanda completamente digamos assim, se não infantil, mas completamente inexequível do governo brasileiro de conceder perdões ao Bolsonaro e coisas que o valham. Certamente caiu a ficha, até porque ficou evidente que não depende do presidente do país arbitrar em cima de um processo legal." segundo Otaviano Canuto.

Segundo Canuto, os EUA buscam também discutir acesso a minerais críticos, como terras raras, e priorizar acordos que não discriminem investidores americanos. O Brasil, por sua vez, mantém regras para autorizar investimentos, sem restrições específicas a países.

"Além dessa pausa nos 40% adicionais, deve ter certamente uma discussão sobre acesso a recursos minerais críticos, a terras raras, a prioridade. Um detalhe importante é que isso não será algo complicado, a rigor. O Brasil tem as restrições de autorização governamental etc. Mas nada que discrimine entre investidores americanos em relação a outros países." acrescentou Otaviano Canuto.

Canuto lembra que há pressão antiga pela redução da tarifa do etanol americano, mas avalia que hoje essa demanda perdeu força. "Eu não creio que isso seja certamente uma grande dificuldade e tem a demanda por investimentos que o Trump tem feito em todos os casos bilaterais. Demandas e promessas cuja materialidade todo mundo tem dúvida, então promete investimentos."

Sobre o clima das negociações, o economista vê sinais dúbios dos EUA para manter espaço de barganha. Ele destaca que a eliminação de temas não econômicos, como os pedidos ligados a Bolsonaro, foi o principal avanço.

"O Trump também disse isso ontem, foi até mais enfático do que o Lula na história de se chegar a um acordo nos próximos dias. O sinal é dúbio até para não enfraquecer a demanda deles pelo que eles querem. Se o acordo fosse tomado como garantido pelo lado brasileiro, o lado brasileiro poderia exigir mais coisas, não fazer tudo que está na pauta e assim por diante. Eu não creio que seja significativo de nada. A principal coisa foi a eliminação da pauta de negociação daquele conteúdo estritamente não econômico que estava presente lá na carta dele." finalizou Otaviano Canuto.

Fonte: Uol

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