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Crise no governo Milei se aprofunda com derrota no Congresso: "Duro golpe"

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Crise no governo Milei se aprofunda com derrota no Congresso: "Duro golpe"
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Crise no governo Milei se aprofunda com derrota no Congresso: "Duro golpe"

A Câmara dos Deputados da Argentina derrubou hoje dois vetos do presidente Javier Milei, em um movimento que acentua a crise política na Argentina e desgasta ainda mais a relação do Executivo com o Congresso. O Senado ainda vai avaliar os dois textos.

A derrota acontece a pouco mais de um mês das eleições legislativas nacionais, marcadas para 26 de outubro, quando um terço do Senado e metade da Câmara serão renovados.

O governo Milei perdeu as eleições regionais em Buenos Aires e se vê abalado pelos escândalos dos áudios que apontam suposto envolvimento de Karina Milei, irmã do presidente e secretária geral da presidência em um esquema de corrupção. Ela é suspeita de ter recebido propina de 3% na compra de medicamentos de empresas farmacêuticas por meio da Andis (Agência Nacional de Pessoas com Deficiência).

Vetos de Milei travam envio de verbas à saúde e educação

O primeiro veto a ser votado foi o da Lei de Emergência em Pediatria para o Hospital Nacional Garrahan, derrubado por 181 votos a 60 e uma abstenção.

O hospital é referência no tratamento infantil no país e a lei prevê a atualização de salários de médicos baseado nos índices da inflação. Profissionais de saúde dizem que a perda salarial chega a 40% —acima da inflação anual, de 33,6%, em agosto, segundo dados oficiais.

Em seguida, caiu o veto da Lei de Financiamento Universitário, com 174 votos a favor, 67 contra e duas abstenções.

O texto prevê orçamento para o funcionamento de hospitais universitários, pesquisa científica, bolsas de estudo, ensino, recomposição salarial de professores e funcionários, entre outros, nas universidades nacionais.

No ano passado, um outro projeto de lei de financiamento universitário ja tinha sido vetado por Milei. Há mais de um ano, universidades enfrentam orçamentos apertados; a UBA (Universidade de Buenos Aires) chegou a desligar elevadores e tiveram aulas nas ruas para economizar na conta de luz.

Os jornais argentinos destacaram que nenhum governo havia registrado uma rejeição tão profunda a projetos do executivo e falaram em "duro golpe".

Do lado de fora do Congresso, milhares de manifestantes festejaram. Uma "Marcha Federal em Defesa da Universidade Pública" mobilizou argentinos em diversas cidades. Em Buenos Aires, a manifestação contou com médicos e funcionários de saúde do hospital Garrahan e outros hospitais, além de sindicatos, organizações sociais, estudantes, professores e cientistas.

Milei promete aumentar orçamento para 2026

Na segunda, Milei anunciou orçamento de 2026, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. Com discurso mais ameno, referiu-se ao ajuste fiscal dos primeiros dois anos de governo, dizendo que o pior já havia passado. A fala, no entanto, não evitou a derrota no Congresso.

"Os anos mais difíceis de enfrentar foram os primeiros e é por isso que podemos afirmar, como tantas outras vezes, e apesar da turbulência conjuntural, que o pior já passou", afirmou o presidente argentino.

Milei disse entender que "muitos argentinos não perceberam em sua realidade material" os números conquistados pelo governo, como a desaceleração da inflação e o superávit.

Na ocasião, o presidente também anunciou aumentos de 5% a 17% do orçamento do ano que vem para as áreas de saúde e educação, para os pensionistas e recursos equivalentes a R$ 17 milhões para as universidades nacionais.

Fonte: Uol

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