Defesa traça estratégia para evitar prisão de Bolsonaro na Papuda
Por Tribuna Foz dia em Notícias
Defesa traça estratégia para evitar prisão de Bolsonaro na Papuda
Os advogados de Jair Bolsonaro debatem internamente qual o melhor momento para apresentar o pedido de prisão domiciliar, mas será antes do início do cumprimento de pena. O objetivo primordial é evitar que o ex-presidente passe um único dia na Papuda. A chefe de gabinete do ministro Alexandre de Moraes visitou a penitenciária que poderia receber o ex-presidente nessa semana.
Segundo a coluna da UOL Amanda Klein apurou, a dúvida entre os advogados que cuidam do caso é se os embargos infringentes - recurso que poderia levar a um novo julgamento - têm efeito suspensivo ao cumprimento da pena. Em tese, os embargos infringentes só cabem quando há pelo menos dois votos divergentes, o que não aconteceu no julgamento de Bolsonaro. Apenas o ministro Luiz Fux votou para absolver o ex-presidente da República na Primeira Turma do STF. O clima pesou tanto que Fux pediu para mudar de turma e não vai participar do julgamento dos recursos dos réus do núcleo principal.
Porém, o time jurídico de Bolsonaro, liderado pelos advogados Celso Vilardi e Paulo Amador Bueno, tece outro raciocínio para apresentar os infringentes: "Quando é plenário, são necessários quatro votos. Na turma, são dois votos. Só que a turma não é metade do plenário. São cinco ministros de 11. Matematicamente, não seriam necessárias duas divergências. Uma bastaria. Como o regimento é omisso, vamos usar o raciocínio mais favorável", confidenciou à coluna um dos advogados envolvidos no discussão.
A defesa do ex-presidente espera que o julgamento dos embargos de declaração leve alguns dias e só acabe em meados da semana que vem. Os embargos começaram a ser julgados hoje pela Primeira Turma do Supremo no plenário virtual e pode se estender até sexta-feira que vem. São sete réus e muitas teses. Depois disso, os advogados de Bolsonaro devem apresentar os embargos dos embargos, recurso tido como protelatório, mas necessário neste caso.
Ao fim e ao cabo, se todos os recursos forem negados, viria o pedido de prisão domiciliar. A defesa vê forte jurisprudência para que seja acatado, citando o recente caso de outro ex-presidente, Fernando Collor de Mello. Ele cumpre pena em casa por apneia do sono, doença de Parkinson e transtorno bipolar. No caso de Bolsonaro, advogados citam a saúde frágil, crise de soluços e série de cirurgias após a facada em 2018.
Fonte: Uol
