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Dólar abre em baixa, de olho em eleições americanas, cenário fiscal e futuro dos juros no Brasil e EUA

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Dólar abre em baixa, de olho em eleições americanas, cenário fiscal e futuro dos juros no Brasil e EUA
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Dólar abre em baixa, de olho em eleições americanas, cenário fiscal e futuro dos juros no Brasil e EUA

Na última sexta-feira, a moeda encerrou o dia cotada a R$ 5,8698, no segundo maior patamar da história, e já acumula uma alta de mais de 20% em 2024. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou em queda de 1,23%, aos 128.121 pontos

O dólar abriu em baixa nesta segunda-feira (04/11/2024), depois de registrar o seu segundo maior valor nominal da história (descontada a inflação) na última sexta-feira (1°). A semana é bastante movimentada e investidores ficam de olho em eleições americanas, cenários fiscal brasileiro e decisões sobre juros aqui e lá fora.

O alívio na taxa de câmbio veio após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelar uma viagem à Europa nesta semana a pedido do presidente Lula, em meio a pressões do mercado financeiro por um pacote de corte nos gastos.

Investidores acreditavam que o anúncio seria feito logo após o segundo turno das eleições municipais, mas, com o governo levando mais tempo que o esperado, o dólar disparou mais de 6% na última semana. Agora, com a viagem cancelada de Haddad, há uma expectativa de que o governo pode anunciar em breve seus planos para redução das despesas.

Apesar o tema fiscal seguir no radar, o grande destaque da semana são as eleições presidenciais dos Estados Unidos, que acontecem nesta terça-feira (05/11/2024), em que se enfrentam a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump. As apostas do mercado financeiro são de uma vitória de Trump, mas as pesquisas ainda mostram um cenário de empate técnico.

A possibilidade de cenário em que o republicano saia vitorioso tem desvalorizado as moedas de países emergentes, como o Brasil, na esteira de declarações do candidato sobre a intenção de aplicar mais tarifas aos produtos importados nos Estados Unidos — o que prejudicaria países exportadores.

Ainda nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) se reúne para decidir a nova Selic, taxa básica de juros, na quarta-feira (06/11/2024), enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anuncia suas novas taxas de juros na quinta (07/11/2024).

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta.

Dólar

Às 10h:15min, o dólar caía 1,07%, cotado a R$ 5,8067. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,7987.

Na última sexta-feira (1°), a moeda avançou 1,53%, cotada a R$ 5,8698, atingindo o segundo maior patamar da história. No dia 13 de maio de 2020, a moeda americana chegou aos R$ 5,9007, seu recorde.

Com o resultado, acumulou:

•   alta de 2,90% na semana;

•   avanço de 1,53% no mês;

•   ganho de 20,96% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Na manhã de ontem, domingo (03/11/2024), o Ministério da Fazenda informou que a pedido do presidente Lula, o ministro Fernando Haddad estará em Brasília ao longo da próxima semana, "dedicado aos temas domésticos".

Hoje o ministro se reúne com Lula e há expectativas de que haja algum avanço nas discussões sobre os cortes de gastos públicos.

Por enquanto, as medidas em estudo ainda não foram detalhadas, o que tem gerado nervosismo no mercado financeiro — com pressão sobre o dólar, queda da Bolsa de Valores e alta dos juros futuros.

Nos últimos dias, Haddad defendeu que entende a "inquietação" do mercado, mas acrescentou que o governo apresentará propostas para manter o arcabouço fiscal operante. A expectativa é que as medidas sejam apresentadas nas próximas semanas.

Ao longo da semana, ainda, o mercado aguarda pela decisão do Copom, com expectativa de que o Comitê eleve em até 0,50 ponto percentual a taxa Selic, a um patamar de 11,25% ao ano. Juros maiores são uma tentativa do BC de conter o avanço da inflação.

No Boletim Focus deste semana — um relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado para os principais indicadores econômicos do país — as projeções para a inflação voltaram a subir, pela quinta semana consecutiva.

Agora, o mercado passou a prever a inflação a 4,59% no fim de 2024, ultrapassando o limite da meta inflacionária para o ano. A meta do BC é de 3,00%, com a inflação podendo oscilar entre 1,50% e 4,50% para ser considerada oficialmente cumprida.

No exterior, enquanto aguarda pelo fim das eleições, o mercado norte-americano não conta com grandes divulgações de dados econômicos neste pregão, com as atenções voltadas apenas ao cenário político.

Em reportagem do g1, especialistas explicam que tanto Kamala Harris quanto Donald Trump podem trazer impactos para a economia brasileira com suas políticas. No entanto, com as propostas apresentadas até aqui, a expectativa é que uma vitória de Trump pressionaria mais o dólar em detrimento do real.

Isso porque o republicano defende uma política protecionista com a economia dos Estados Unidos, diminuindo o comércio com a China.

"Trump tem batido muito mais forte contra a China e tem atuado para restringir, principalmente, exportações de tecnologia acessível para o país asiático. Ele também tem ameaçado punir países que comecem a operar na moeda chinesa. Então, com Trump, podemos ter uma sanção indireta — ou seja, uma sanção contra a China e que possa afetar as exportações brasileiras", explicou ao g1 Welber Barral, consultor especializado em comércio internacional.

Fonte: G1

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