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Primeira dama intimida ex-motorista que denunciou reforma no telhado do prefeito

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Primeira dama intimida ex-motorista que denunciou reforma no telhado do prefeito
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AMEAÇA

Primeira dama intimida ex-motorista que denunciou reforma no telhado do prefeito

"Você vai ver", diz Rosa Geronymo durante audiência que investiga uso de bens públicos da prefeitura para atender interesses particulares do casal

O processo que apura o uso de bens e serviços públicos da prefeitura para atender demandas particulares de interesse do prefeito Chico Brasileiro e da primeira dama Rosa Maria Geronymo contou com um episódio inusitado durante audiência de instrução realizada pela Fazenda Pública de Foz do Iguaçu junto ao autor da denúncia, o ex-motorista do casal Aldomiro Alves Grillo.

"Falando pra mim: você vai ver, você vai ver", disse Grillo para o juiz Rodrigo Luis Giacomin ao informar que a primeira dama Rosa Geronymo estaria o intimidando em seu interrogatório. Acompanhada de seus advogados e sem ter direito a se manifestar na oitiva, a primeira dama fez questão de comparecer ao depoimento de seu acusador e ex-motorista. Entretanto, por meio de seus defensores, a primeira dama, assim como seu marido, manifestou que não tem interesse em ser ouvida no processo. O pedido foi acatado pelo juiz.

Em setembro de 2022, o Ministério Público do Paraná (MPPR) ajuizou ação civil pública de improbidade administrativa contra o prefeito e sua esposa, além de outras sete pessoas, por uso de bens públicos em reforma no telhado da residência do casal. A denúncia foi apurada por meio do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria).

Segundo a ação, Chico e Rosa consentiram na utilização de serviços e bens de propriedade da Prefeitura de Foz do Iguaçu para a realização de reparos no telhado de sua residência. "O caso em tela demonstra verdadeiro assenhoramento dos bens da Prefeitura local para atendimento a interesses privados, seja pelo acréscimo patrimonial, nominado de vantagem patrimonial indevida positiva ou por transferir ao município o custeio de despesas notoriamente particulares, tais como o frete do material de construção adquirido (mediante a utilização dos veículos da edilidade) ou ainda pela contratação de empresa informal, cujos insumos são sustentados pelas burras estatais, mormente os funcionários, que prestam serviços particulares em horário que deveriam cumprir suas obrigações com a Prefeitura, sendo inclusive por ela remunerados, em detrimento da necessidade de reais necessitados".

FAZ TUDO

Autor da denúncia contra Chico e Rosa detalha rotina como motorista particular

Aldomiro Alves Grillo confirma ao juiz da Fazenda Pública de Foz do Iguaçu que o casal se utiliza da Prefeitura até para "levar filho no colégio"

Ainda em depoimento junto ao juizado da Fazenda Pública de Foz do Iguaçu, o ex-motorista da primeira dama Rosa Geronymo detalhou como era sua rotina de trabalho durante o período em que atuou oficialmente como cargo comissionado da Prefeitura.

"Doutora, tem essa denúncia que eu fiz, não era só isso. Eu tinha que levar pra fazer tatuagem, tinha que levar filho no colégio. Tudo com carro da prefeitura, isso é pouca coisa. Moleque perdia hora da faculdade, eu tinha que pegar carro da prefeitura e levar na faculdade. Ia dormir na casa da namorada, não levava chinelo, ligava pra mim, 'vai levar o chinelo'", contou Grillo ao ser questionado por uma das advogadas das partes.

Sobre a reforma no telhado que culminou com a denúncia representada pelo MP-PR, o denunciante reiterou suas acusações. Segundo conclusão dos investigadores, com base em depoimentos e provas materiais, resta demonstrado que a mão de obra no telhado do prefeito teria sido executada por integrantes do Patronato de Foz do Iguaçu.

O processo consta inclusive com notas fiscais, fotos e monitoramento de geolocalização por meio das tornozeleiras dos detentos que comprovam o teor da denúncia. Para o MPPR, prefeito e primeira-dama contrataram o coordenador do Banco de Alimentos, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social, para os trabalhos na própria casa. "Este por sua vez, utilizando-se de sua condição funcional, arregimentou egressos do sistema prisional sob sua coordenação", prossegue a promotoria, para a prestação dos serviços.

Com efeito, os egressos foram desviados de "suas atribuições para as quais recebiam contraprestação nominada "auxílio qualificação", não menor que R$ 1.012,00 (mil e doze reais)", expõe o documento do MPPR. A então secretária do Banco de Alimentos seria responsável por registrar "falsamente, a regular frequência dos egressos, omitindo a utilização do horário de serviço para a realização de trabalhos particulares na residência particular do Prefeito".

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 381, páginas 8 e 9

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