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Repatriação de brasileiros e a cronologia da operação comandada pelo governo no Líbano

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Repatriação de brasileiros e a cronologia da operação comandada pelo governo no Líbano
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Repatriação de brasileiros e a cronologia da operação comandada pelo governo no Líbano

Cerca de 20 mil brasileiros vivem no Líbano, e governo estima que 3 mil queiram deixar a região em razão do conflito entre Israel e Hezbollah. Negociações envolveram diplomatas e aval do presidente Lula

No dia de ontem, terça-feira 08 de outubro de 2024, o segundo voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com repatriados do Líbano, zona de conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, chegou ao território brasileiro.

Desde que o conflito no Oriente Médio se intensificou, principalmente na região sul do Líbano, o governo brasileiro iniciou as conversas para fazer a operação de resgate dos cidadãos que precisariam de ajuda oficial para deixar a região.

Ao todo, segundo estimativa do Itamaraty, cerca de 3 mil dos 21 mil brasileiros que vivem no Líbano querem retornar ao país e deixar a zona de conflito.

Para isso, a FAB tem utilizado a aeronave KC-30 (com capacidade para 230 pessoas) e também pode passar a utilizar o KC-390 (com capacidade para 90 pessoas).

São os mesmos aviões utilizados nas operações de repatriação no fim do ano passado, para retirar cidadãos de Israel e da Faixa de Gaza.

Pelas estimativas da FAB, será possível repatriar cerca de 500 brasileiros por semana, a depender da situação no Líbano — isto é, se o conflito se intensificar, a FAB terá de aguardar condições para pousos e decolagens em Beirute.

Para que a aeronave brasileira pudesse pousar em Beirute, porém, foram necessárias diversas conversas internas no governo, na própria Força Aérea e no Ministério das Relações Exteriores, além de negociações com autoridades estrangeiras e aval do presidente Lula.

No Líbano, a embaixada do Brasil em Beirute tem feito diversos contatos diretos e frequentes com autoridades locais para prestar as informações necessárias, com objetivo de garantir que a repatriação possa ocorrer em segurança.

Cronologia da repatriação até esta segunda-feira (07/10/2024):

24 de setembro: diplomatas e integrantes da FAB confirmam conversas em andamento nos órgãos sobre eventual operação de repatriação. Paralelamente, a embaixada brasileira em Beirute publica formulário online para que brasileiros na região comuniquem ao serviço consular se precisam de algum tipo de ajuda;

27 de setembro: ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) se reúne em Nova York (EUA) com o chanceler da Síria, Bassam Sabbag, para discutir uma possível rota caso o governo decida repatriar brasileiros no Líbano — os dois países fazem fronteira;

28 de setembro: ministro Mauro Vieira se reúne em Nova York (EUA) com o chanceler do Líbano, Abdallah Rashid Bou Habib, para discutir a possibilidade de o Brasil repatriar cidadãos diretamente de Beirute;

30 de setembro: ministro Mauro Vieira se reúne na Cidade do México (México) com o presidente Lula, e o governo brasileiro decide iniciar oficialmente a operação de repatriação de cidadãos no Líbano;

2 de outubro: aeronave da FAB deixa o Brasil em direção a Lisboa (Portugal) para aguardar as condições necessárias para seguir para Beirute;

3 de outubro: ministros Mauro Vieira e José Múcio (Defesa) fazem reunião com o comandante da FAB, brigadeiro Marcelo Damasceno, para definir os últimos detalhes da operação;

5 de outubro: aeronave da FAB deixa Lisboa em direção a Beirute (voo foi adiado em um dia em razão de bombardeios nos arredores do aeroporto libanês);

6 de outubro: aeronave da FAB chega ao Brasil com cerca de 230 cidadãos repatriados e já retorna a Portugal;

7 de outubro: aeronave da FAB chega a Beirute para resgatar mais cerca de 200 brasileiros na segunda etapa da repatriação.

8 de outubro: segundo voo de repatriação chega ao Brasil, trazendo 200 cidadãos brasileiros e familiares.

Parentes estrangeiros

Diante da escalada do conflito no Líbano, a embaixada brasileira em Beirute disponibilizou um formulário para todos os brasileiros que vivem na região informarem se precisam de algum tipo de ajuda.

Além dos voos de repatriação, o documento também funciona como uma ferramenta para acesso a outras propostas. São exemplos orientações sobre os serviços públicos locais, como polícia e hospital.

O documento pode ser preenchido por brasileiros e estrangeiros parentes de primeiro grau de brasileiros — pai, mãe e filho, por exemplo.

Segundo o Itamaraty, o objetivo é não separar as famílias, portanto, seja por meio da ajuda no Líbano ou por meio da repatriação, os parentes estrangeiros de brasileiros também podem solicitar ajuda.

Ao chegar ao Brasil, o parente estrangeiro de brasileiro será orientado, por exemplo, sobre documentação e acesso a serviços públicos.

Com informações do G1

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