DINHEIRO JOGADO NO LIXO?

Viaturas elétricas da Guarda Municipal estão paradas por falta de ponto de recarga

Erros como esse não apenas jogam dinheiro no lixo, mas também frustram a esperança de quem acreditava em uma gestão mais eficiente e responsável

Se a população de Foz do Iguaçu já estava insatisfeita com os problemas da gestão do Prefeito General Silva e Luna, um novo episódio mostra que a situação pode, de fato, piorar. No ano passado, o Inspetor Eder dos Santos de Oliveira, então Diretor Técnico de Planejamento e Projetos da Guarda Municipal, conduziu uma licitação para a aquisição de seis viaturas elétricas ao custo de R$ 1,8 milhão, com recursos provenientes de um convênio com o Governo Federal.

O problema? O "projeto" negligenciou um detalhe essencial: a construção de um ponto de recarga para as viaturas. O resultado é que os veículos, projetados para patrulhar o corredor turístico do município, estão parados, sem condições de operação. A situação, que demonstra um descaso gritante com o dinheiro público, revolta os cidadãos e expõe falhas graves na gestão e no planejamento.

Na última terça-feira, 21 de janeiro de 2025, a Comunicação Social da Prefeitura divulgou uma matéria sobre as viaturas, exaltando a modernidade e a eficiência dos novos veículos que "em breve" estarão nas ruas. Contudo, esqueceram de mencionar que, por falta de infraestrutura básica, esses veículos estão encostados, depreciandose enquanto poderiam estar servindo à população.

O episódio levanta sérios questionamentos sobre a competência técnica da equipe responsável pela execução do projeto. O Inspetor Eder, peça-chave no fiasco, ao invés de ser responsabilizado, foi promovido a Diretor da Corregedoria da Guarda Municipal. Essa promoção alimenta a indignação popular, já que ele, teoricamente, seria o responsável por investigar possíveis irregularidades, incluindo as que ele próprio teria cometido.

O impacto vai além do prejuízo financeiro. A ausência das viaturas no patrulhamento afeta diretamente a segurança da cidade, especialmente em áreas turísticas que demandam maior atenção. Além disso, o desgaste de imagem para a gestão Silva e Luna é significativo, enfraquecendo ainda mais a confiança da população.

Especialistas em administração pública apontam que a falha poderia ter sido evitada com um planejamento básico que incluísse um estudo de viabilidade técnica para a integração das viaturas elétricas à infraestrutura existente. A ausência de um ponto de recarga é um erro primário, incompatível com um investimento milionário.

Enquanto isso, a pressão sobre o governo municipal cresce. Organizações civis e lideranças políticas exigem explicações e medidas para corrigir o problema, além de responsabilização dos envolvidos. Para a população, fica a sensação de que recursos que poderiam ser utilizados em melhorias concretas para a cidade estão sendo desperdiçados em projetos mal executados.

Este caso se soma a uma lista de episódios que têm gerado críticas à administração de Silva e Luna. Mais do que discursos e promessas, o que os moradores de Foz do Iguaçu esperam são ações efetivas, transparência e respeito ao dinheiro público. Afinal, erros como esse não apenas jogam dinheiro no lixo, mas também frustram a esperança de quem acreditava em uma gestão mais eficiente e responsável.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 404, página 8, de autoria do jornalista Enrique Alliana

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