Nomeação de Rosa Maria seria um “presente de grego” para o general
Por Tribuna Foz dia em Notícias
ENTRE A CRUZ E A ESPADA
Nomeação de Rosa Maria seria um “presente de grego” para o general
Se manter a nomeação de Rosa, causará desconfiança do eleitorado; se exonerar, compra briga com Chico, aliado e correligionário
A relação com a transição para o governo de Silva e Luna
O novo prefeito, o General Silva e Luna, que assume a prefeitura após a vitória nas urnas, possui uma imagem de gestor rigoroso e implacável, conhecido por sua trajetória no setor público e sua postura pragmática. Nesse contexto, a nomeação de uma pessoa com forte vínculo político, como a esposa do ex-prefeito, para um cargo dentro da sua nova administração, poderia ser vista como uma pressão política para acomodar o legado de Chico Brasileiro.
Especula-se que o General, ao assumir o cargo, precisaria enfrentar uma série de questões delicadas e, entre elas, a composição de sua equipe. Se a nomeação de Rosa Maria para um cargo de coordenação, aparentemente subordinado a um secretário, fosse confirmada, isso poderia gerar um desconforto político considerável. Para muitos, seria um sinal de que o General estaria se sujeitando a pressões externas, possivelmente para garantir um equilíbrio com a ala mais comunista da cidade, que inclui figuras associadas ao governo anterior. Isso geraria especulações sobre o grau de autonomia que o novo prefeito teria ao montar sua equipe.
O impacto sobre a confiança dos eleitores
A nomeação de Rosa Maria Jeronymo Lima para a Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial teria, por si só, implicações políticas importantes. Considerando a gestão de Chico Brasileiro, que teve grande influência no governo anterior, esse movimento seria interpretado de diferentes formas pelos eleitores. Para os apoiadores de Chico Brasileiro, a nomeação da esposa poderia ser vista como uma tentativa legítima de preservar sua atuação nas políticas sociais e de igualdade racial.
Por outro lado, os eleitores do General Silva e Luna, especialmente aqueles que se alinham com o campo político conservador, poderiam ver essa ação como um retrocesso ou uma forma de subordinação do novo prefeito aos interesses políticos do antigo governo. Muitos poderiam entender a manutenção de uma figura próxima ao ex-prefeito como uma ameaça à renovação política que o General representava.
Se essa manobra realmente se confirmar, ela colocaria a confiança de diversos grupos eleitorais em jogo, principalmente daqueles que se posicionam contra o que chamam de "práticas clientelistas" no governo. A possível continuidade de uma figura política ligada ao governo de Chico Brasileiro, mesmo que em um cargo de coordenação, poderia ser vista como uma forma de enfraquecer a promessa de renovação administrativa que o General Silva e Luna ofereceu durante sua campanha.
A pressão de outros setores
Outro fator importante nessa análise é a pressão política que o General Silva e Luna poderia sofrer de diferentes grupos. A nomeação de Rosa Maria para o cargo de coordenadora poderia ser vista como uma forma de agradar setores mais próximos do governo anterior e garantir a manutenção de alianças políticas, em especial com a área de Direitos Humanos e Políticas de Igualdade Racial, que costuma ser muito sensível em termos de apoio popular. Porém, a decisão do novo prefeito de manter ou não a esposa de Chico Brasileiro em um cargo relevante dependeria, em última instância, de sua habilidade em equilibrar interesses e manter sua base eleitoral.
Por outro lado, a nomeação poderia também ser uma resposta a pressões de movimentos sociais que buscam a continuidade de políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade racial e de gênero. Isso é especialmente relevante em um cenário onde as questões sociais se tornam cada vez mais centrais nas agendas políticas. Para esses movimentos, a manutenção de Rosa Maria Jeronymo Lima, uma figura que já tem alguma notoriedade na área, poderia ser vista como uma forma de garantir que essas pautas não sejam negligenciadas no novo governo.
Conclusão
A nomeação de Rosa Maria Jeronymo Lima para Coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, logo antes da transição de governo em Foz do Iguaçu, é uma jogada estratégica que visa manter sua influência política, independentemente da chegada de um novo prefeito. O General Silva e Luna, conhecido por sua postura rigorosa, terá que tomar decisões políticas difíceis ao assumir o cargo, e a pressão para acomodar figuras do governo anterior, como a esposa de Chico Brasileiro, pode testar sua capacidade de manter a autonomia e a confiança de seus eleitores.
Se ele ceder a essas pressões, especialmente em um momento de transição de poder, poderá arriscar comprometer a confiança de setores do eleitorado que esperavam uma renovação completa da gestão municipal. Por outro lado, a resistência à nomeação poderia gerar fricções com a ala política que ainda apoia o antigo prefeito, criando um cenário tenso para o novo governo.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular (mídia impressa) - Edição 402, página 7, de autoria do Jornalista Enrique Alliana