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Projeto de Lei sobre crematório indica favorecimento a uma funerária de Foz do Iguaçu

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Projeto de Lei sobre crematório indica favorecimento a uma funerária de Foz do Iguaçu
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"PAPA DIFUNTO"

Projeto de Lei sobre crematório indica favorecimento a uma funerária de Foz do Iguaçu

Alguns Vereadores de Foz do Iguaçu e agentes públicos aceleram como "The Flash" para aprovar proposta que pode beneficiar funerária de estimação. Até Ayrton Senna revirou no túmulo!

"Foz do Iguaçu não é para amadores", diz um velho ditado popular. E parece que não é mesmo: por aqui, gente que "dá nó em pingo d'água" é o que não falta. Especialmente quando se trata de políticos em fim de carreira e com pressa para deixar seu legado (ou seus interesses garantidos).

O Projeto de Lei 30/2024 que está sendo analisado na Câmara de Vereadores é a última "obra de arte" desse pessoal veloz e furioso.

Aparentemente, a Funerária Nossa Senhora do Rocio e a SAFF estão com um bilhete direto para o favoritismo público. E essa preferência não é velada. Antes mesmo da aprovação do projeto, a empresa já solicitou alvará para construção de um crematório, confiante que os papéis iriam passar como mágica pelo Legislativo e chegar intactos ao Executivo para sanção.

Mas o enredo fica ainda mais enrolado, tipo novela mexicana. Em 2021, a Memorial Iguassu já havia tentado sua vez na "roleta" do crematório e, mesmo com parecer favorável da CTU (Comissão Técnica de Zoneamento e Uso de Solo Urbano) da Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, a tentativa acabou em cinzas (literalmente). Motivo? Falta de cumprimento dos requisitos do processo licitatório.

Agora, em 2024, o "Mandrake" parece ter feito um retorno triunfal: novo pedido, novo local, e concessão do al vará em novembro. E o que aconteceu com o processo licitatório? Não teve. Afinal, quem precisa disso quando a certeza é tanta?

Enquanto o projeto segue na velocidade de uma corrida de Fórmula 1, as suspeitas só aumentam: é o interesse público que guia essa pressa toda ou estamos, de novo, "viajando de Fusca à velocidade da luz" no embalo dos interesses privados?

CAUSA PRÓPRIA?

"Vereador Kalito Stoeckel: A defesa fervorosa que cheira a interesse próprio"

Com argumentos questionáveis e uma insistência suspeita, o vereador de Foz se transforma em porta-voz de funerária, esquecendo que foi eleito para representar o povo, não empresas

Em Foz do Iguaçu, a atuação de alguns políticos às vezes deixa a população com uma sensação de déjà vu - como se, ano após ano, um mesmo filme passasse na tela, sempre com enredos de licitações suspeitas e manobras para beneficiar empresas específicas.

E quem rouba a cena agora é o vereador Kalito Stoeckel (PDT), que em março de 2024, quando ainda era do PSD (partido do prefeito Chico Brasileiro), assumiu com "unhas e dentes" a defesa de um projeto de lei que parece mais voltado aos interesses privados do que ao benefício da cidade.

O projeto em questão, que autoriza a instalação de um crematório particular, foi apresentado por Kalito sob a justificativa de que a cidade precisa desse serviço - atualmente realizado apenas em algumas cidades do Paraná. Até aí, tudo bem, pois realmente é uma demanda. Mas o detalhe que não passou despercebido é a dispensa da licitação para conceder construção para operação do crematório. Para um serviço público como esse, a ausência de concorrência é um sinal de alerta que soa alto. Mais uma vez, os "ligeirinhos" entram em cena.

Durante as discussões na Câmara, Kalito demonstrou uma defesa exagerada da proposta, praticamente saltando para a defesa da empresa Memorial Iguassu - a mesma que, por uma coincidência incrível, pertence a Guilherme Baranoski, filho da proprietária da Funerária Nossa Senhora do Rocio, Valdirlei Fátima Baranoski. Curiosamente, a Memorial Iguassu é sócia de outra empresa funerária, a SAFF. Para quem assiste de fora, parece que Kalito está atuando como representante comercial da Memorial Iguassu e não como vereador eleito para representar o interesse público.

A situação ganha contornos ainda mais preocupantes quando se descobre que a Memorial Iguassu já enfrentou problemas em licitações, com o Tribunal de Contas do Paraná (processo nº 232700/ 24) apontando indícios de direcionamento em edital lançado para serviços funerários. Esse processo levou até à suspensão do edital, dada a suspeita de irregularidades. Mas nada disso parece abalar a convicção de Kalito, que segue empenhado em garantir que o crematório avance sem entraves ao arrepio da lei.

A população de Foz, que já viu episódios semelhantes, pergunta: quem o vereador Kalito realmente representa? A cidade precisa de políticos que defendam seus interesses, não aqueles que fazem da Câmara um palco para lobby de empresas.

MÃE DINA

Contrato da Família Baranoski a um fio: Pressão na Câmara para emplacar monopólio funerário antes do prazo?

Família inteira lota plenário, levando até os funcionários para tentar garantir o monopólio de um supercrematório na cidade. Mas será que o vereador Kalito vai conseguir enrolar a todos?

Em uma novela que mistura interesse particular, pressa e, claro, muita pressão, a Família Baranoski parece disposta a tudo para garantir seu espaço no lucrativo setor funerário de Foz do Iguaçu.

Com o contrato de prestação de serviço público perto do fim e uma licitação suspensa pela Justiça, os Baranoski - com direito a Val, Guilherme e Gustavo na linha de frente - apareceram em peso na Câmara para "convencer" os vereadores a aprovar um projeto pra lá de controverso.

O plano é ambicioso:

O projeto do vereador Kalito Stoeckel prevê a instalação de um megaempreendimento funerário que inclui crematório, cemitério vertical, capelas e outras facilidades, só faltando oferecer o céu. Tudo em um só pacote - e, detalhe, até agora sem licitação! Parece um jogo de cartas marcadas, onde o município assina embaixo enquanto a população fica à mercê de interesses bem longe do bem comum.

E essa não é a primeira vez que a Funerária Nossa Senhora do Rocio age com um pé na lei e outro fora: por anos, a empresa operou com prorrogações contratuais nada transparentes, todas gentilmente autorizadas pela Prefeitura.

A pressão escalou no dia 4 de novembro, quando uma reportagem no SBT / Tv Naipi expôs o jogo de interesses entre Kalito e os Baranoski. No dia seguinte, a sessão na Câmara foi um verdadeiro espetáculo. Funcionários da Nossa Senhora do Rocio e da SAFF lotaram o plenário, acompanhando a família toda, que ficou visivelmente descontente ao descobrir que uma emenda imprevista adiaria a votação. Mas parece que, dessa vez, o truque de lotar a Câmara não colou: os vereadores, "vacinados" contra a pressão, seguraram o projeto.

Enquanto Kalito coleciona derrotas e pressiona em vão, a população de Foz do Iguaçu ainda espera pelo crematório. Fica claro que o vereador, que adora citar J. Cristo, esqueceu um ensinamento básico: dividir o pão. Se realmente estivesse ao lado do povo, Kalito abriria uma CPI para investigar os tentáculos dos "papa-defuntos" em vez de defender mais uma manobra obscura. Que venha o vereador de "saco roxo" para fazer essa CPI e pôr fim a essa lambança!

"Papa-Defuntos em Guerra: Funerárias de Foz do Iguaçu e a tradição de confusões e interesses ocultos"

Foz do Iguaçu e suas funerárias - uma combinação que parece escrita nas estrelas, ou nos livros de história, para quem já viveu por aqui. Os moradores sabem bem que as brigas entre funerárias na cidade não são de hoje: nos anos 80 e 90, os embates entre os "papa-defuntos" eram intensos, com casos que envolviam quase tanto drama quanto as telenovelas da época.

Em 1997, por exemplo, o governo Daijó viu uma de suas maiores confusões quando o então secretário de Meio Ambiente, Adilson Rabelo, saiu em defesa justamente da funerária que, décadas depois, parece disposta a monopolizar o mercado novamente.

Essas empresas adoram nomes pomposos - é "Cristo Rei" pra cá, "Brilho Celeste" pra lá, sem falar em "Nossa Senhora Aparecida" e "Nossa Senhora do Rocio" (essa última sendo a estrela do projeto atual na Câmara). Embora se inspirem em santos e em Cristo, as práticas dos bastidores não são nada santas: há anos, os "papa-defuntos" se envolvem em disputas e estratégias nada celestiais para consolidar seu espaço em Foz do Iguaçu.

Agora, com o projeto de lei do crematório ganhando tração como um "enterro a jato" no Legislativo, fica a pergunta: até onde vão os interesses ocultos por trás dessas empresas que prometem um lugar no céu, mas parecem mais interessadas em fazer "negócios da China" na terra?

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 398, páginas 3, 4 e 5 de autoria do jornalista Enrique Alliana

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