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A incompetência política faz o prefeito General Silva e Luna perder popularidade

Por Tribuna Foz dia em Notícias

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GUERRA PERDIDA

A incompetência política faz o prefeito General Silva e Luna perder popularidade

O general pode até continuar acreditando que está vencendo a guerra, mas nas ruas a batalha já está perdida. Foz do Iguaçu esta cansada de promessas e cronogramas. Não há vitória possível quando o comandante não sabe onde está o inimigo, nem onde pisa

Quem conhece a velha história do militar que treinou a vida inteira para uma guerra que nunca aconteceu? Passou décadas obedecendo cronogramas rígidos, tipo "hoje corta grama, amanhã pinta meio-fio" e, ao se aposentar, achava que esse manual de disciplina serviria para qualquer situação. Engano. Fora dos quartéis, descobriu que a vida não se resume a ordens e relatórios. Descobriu também que, nem em casa, era o "comandante". E agora, sentado na cadeira de prefeito, o General Silva e Luna demonstra que o mesmo equívoco se repete e se depara com a realidade. Afinal governar uma cidade não é comandar um pelotão.

Desde o primeiro dia, o general quis vender a imagem do gestor eficiente, austero e técnico. Na sua estreia midiática, afirmou em entrevista à Globo que "a cidade tinha dinheiro sobrando" e que em novembro inauguraria a trincheira do antigo trevo do CTG Charrua. Passados os meses, o discurso revelou-se oco. A trincheira virou promessa esquecida, o dinheiro sumiu em meio a cronogramas e reuniões improdutivas, e a cidade continuou a mesma, ou pior.

Os eleitores que acreditaram na austeridade como sinônimo de progresso hoje colhem a frustração de um governo travado pela arrogância e pela inexperiência política. O que era para ser um "choque de gestão" virou um desfile de trapalhadas administrativas. O general, que se gabava de ter passado 30 anos "fazendo asfalto na Amazônia", não consegue sequer tapar os buracos das ruas de Foz do Iguaçu.

Ironia cruel

O especialista em asfalto não sabe lidar com os buracos da vias e nem mesmo dos buracos da própria gestão. Uma ironia cruel.

Em dez meses de mandato, o que se viu foi uma prefeitura transformada em quartel: ordens de cima para baixo, reuniões longas e improdutivas, promessas que soam como relatórios de missão cumpridas mas sem resultado algum. E quando a popularidade desaba, o prefeito age como um comandante em pânico, procurando culpados. Demitiu o Secretário de Comunicação, como se a crise de imagem fosse culpa de quem divulga, e não de quem governa.

Numa nova entrevista, o prefeito General Silva e Luna teve a ousadia de afirmar que "não errou em nada" e que até agora foram "só acertos". Difícil acreditar. Basta andar pelas ruas para perceber a distância entre o discurso e a realidade. Buracos por todos os lados, praças abandonadas, filas intermináveis nos postos de saúde e uma população cansada de ouvir justificativas. O prefeito parece viver em um mapa de guerra, sem contato com o campo de batalha real. No final a cidade que sofre com o abandono e a ineficiência.

Cercado por assessores militares, o general vive num bunker político, protegido da crítica e isolado da população. O resultado é previsível: um governo sem diálogo, sem empatia e sem resultados. Enquanto isso, vereadores que antes o aplaudiam agora ensaiam distância. A paciência política, assim como a popularidade, tem prazo de validade.

Hoje é o povo que distribui cartões vermelhos diariamente à gestão Silva e Luna na Rede Globo e nas redes sociais. Nas ruas, os comentários são de indignação. Amanhã, quem poderá fazê-lo são os próprios vereadores, caso a crise continue. Afinal, eles também se sentem enganados por quem prometeu austeridade e entregou paralisia.

Para completar o enredo tragicômico, em entrevista à Rádio Cultura, o general afirmou que "todas as áreas da administração evoluíram 50% nos últimos dez meses, mas isso não foi bem comunicado". Ou seja: o problema não é o fracasso da gestão, é a "falta de comunicação". É o tipo de raciocínio que só convence quem nunca andou pela cidade. Se houvesse evolução de 50%, não faltariam medicamentos, nem haveria ruas esburacadas, nem a população estaria revoltada com o abandono.

Essa insistência em negar a realidade é o retrato da incompetência travestida de autoridade. O general confunde comando com liderança. No quartel, basta dar ordens. Na política, é preciso ouvir, compreender, negociar. No quartel, quem desobedece é punido. Na política, quem erra é cobrado. E o povo, ao contrário dos soldados, não aceita imposições e cobra resultados.

A cada nova entrevista, o prefeito se afasta ainda mais da verdade e da população. O discurso disciplinado já não convence. A retórica militar perdeu o brilho diante do fracasso administrativo. O que era para ser exemplo de seriedade virou piada de esquina. E o que era para ser um governo austero virou sinônimo de teimosia e desgoverno.

Quem achava que seria "ovacionado" pelo povo pode acabar levando "ovada". E com razão. Porque a incompetência, quando disfarçada de liderança, engana por pouco tempo. No fim, o aplauso vira protesto, o discurso vira deboche e o sonho de ser celebrado se transforma em vexame público. O general pode até continuar acreditando que está vencendo a guerra, mas nas ruas a batalha já está perdida. Foz do Iguaçu, cansada de promessas e cronogramas, já decidiu: não há vitória possível quando o comandante não sabe onde está o inimigo, nem onde pisa.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 422, Página 3, de autoria do Jornalista Enrique Alliana

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