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A propaganda oficial travestido de inovação disfarçada de jornalismo

Por Tribuna Foz dia em Notícias

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AUTOELOGIO

A propaganda oficial travestido de inovação disfarçada de jornalismo

A reportagem destaca avanços na aplicação de inteligência artificial em áreas como saúde, educação, segurança e gestão administrativa

Em tempos de avanços tecnológicos e de necessidade real de modernização dos serviços públicos, a recente matéria publicitária veiculada na Gazeta do Povo, patrocinada pela Prefeitura de Foz do Iguaçu, levanta questionamentos importantes sobre o uso de recursos públicos para fins de autopromoção política. Sob o título sedutor de uma revolução digital conduzida pela atual administração, o texto escancara, na prática, uma peça publicitária que mais promove agentes políticos do que informa, de forma isenta, a sociedade.

A reportagem destaca avanços na aplicação de inteligência artificial em áreas como saúde, educação, segurança e gestão administrativa. Porém, mais do que informar sobre os resultados, o texto constrói uma narrativa centrada na figura do secretário municipal de Tecnologia, Luiz Teixeira, e do prefeito General Silva e Luna (PL), com repetidas exaltações de suas credenciais acadêmicas, feitos empresariais e capacidades administrativas.

Chama a atenção a insistência em enaltecer ações como a implantação de um sistema de IA na UTI do Hospital Municipal ou a adoção da plataforma Matific nas escolas como se fossem iniciativas isoladas e inéditas, ignorando o contexto nacional e a participação de equipes técnicas amplas. O texto deixa de lado qualquer análise crítica sobre custos, desafios, riscos de privacidade e governança de dados, além de não trazer contrapontos sobre possíveis limitações, entraves ou opiniões divergentes da sociedade civil e de especialistas independentes.

A publicidade institucional, quando bem usada, pode informar a população sobre ações do poder público. O problema reside quando ultrapassa essa fronteira e se transforma em peça de marketing pessoal, financiada com dinheiro do contribuinte.

A peça publicada faz exatamente isso: cria uma atmosfera de exaltação ao gestor e à sua equipe, com foco mais em construir capital político do que em prestar contas de forma transparente.

Além disso, o fato de a matéria estar marcada como conteúdo publicitário não elimina a responsabilidade ética. Trata-se de uma comunicação oficial travestida de reportagem, que se aproveita do prestígio e da credibilidade de um veículo jornalístico para embalar uma narrativa acrítica, favorecendo claramente a imagem da atual administração.

Transparência e modernização são metas desejáveis e necessárias para qualquer cidade. Mas a transparência precisa começar pela comunicação pública. E a modernização não pode ser pretexto para a velha prática do culto à personalidade, embalada com discursos de inovação. O contribuinte merece mais respeito e informações equilibradas - não panfletos governamentais disfarçados de jornalismo.

A inteligência artificial não resolveu as filas nos postos de saúde

A tão propagandeada implantação da inteligência artificial (IA) na saúde pública de Foz do Iguaçu, anunciada com entusiasmo pelo secretário de Tecnologia, Luiz Teixeira, e pelo prefeito General Silva e Luna, ainda não mostrou resultados práticos. As filas nos postos de saúde continuam longas, e a espera por cirurgias eletivas no Hospital Municipal segue alarmante. Para muitos moradores, a promessa de modernização se transformou em frustração. O que era para ser um avanço tecnológico, virou apenas mais uma propaganda sem efeito concreto na vida do cidadão. A população cobra respostas do prefeito, especialmente diante do fato de que, em gestões anteriores, situações como essa eram raras. As mudanças feitas pela atual administração não melhoraram o sistema, pelo contrário, agravaram um problema que antes era pontual e agora é generalizado.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 413, Página 7.

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