A saúde pública de Foz do Iguaçu nas mãos de um general
Por Tribuna Foz dia em Notícias

A QUE PONTO CHEGAMOS?
A saúde pública de Foz do Iguaçu nas mãos de um general
A cidade parece que tem um general que resolveu colecionar bizonhices no currículo. Isolado numa bolha política, cercado por assessores que só confirmam suas próprias ilusões e age como se fosse um governante completamente desconectado da realidade da população
Quando Joaquim Silva e Luna, o general que já havia passado pelo comando da Itaipu Binacional e até pela Petrobras, decidiu disputar a prefeitura de Foz do Iguaçu, a promessa era de austeridade, organização e, claro, eficiência. Afinal, quem melhor do que um militar de alta patente para "colocar ordem na casa"?
Ledo engano
Foi exatamente com esse discurso que conquistou mais da metade dos eleitores da cidade. Muitos acreditaram que o uniforme, mesmo aposentado, seria capaz de inspirar disciplina e resultados. Ledo engano.
Sucessão de equívocos
Em menos de oito meses de governo, o que se vê é um espetáculo de improvisos, tropeços e uma sucessão de equívocos que fariam corar até o mais inexperiente estagiário de gabinete. O general, que se autoproclamava "especialista em asfalto", não conseguiu sequer tapar os buracos da própria gestão. E não falo apenas dos buracos, que hoje viraram crateras espalhadas pelas ruas da cidade, mas dos abismos administrativos que se abriram em setores fundamentais, como a saúde pública.
O que era para ser um governo de firmeza virou uma caricatura de comando, uma operação fracassada em todos os sentidos.
General que resolveu colecionar bizonhices
No Exército, quando alguém comete erros infantis, sem preparo ou noção mínima do que está fazendo, ganha o apelido de "bizonho". Pois bem, em Foz do Iguaçu, parece que temos um general que resolveu colecionar bizonhices no currículo. Isolado numa bolha política, cercado por milicos e assessores que só confirmam suas próprias ilusões. O general Silva e Luna age como se fosse um governante de reality show, completamente desconectado da realidade da população que sofre com filas intermináveis, atendimento precário e falta de estrutura básica nos postos de saúde.
Gestor nota 10?
É quase tragicômico ver um gestor dar nota 10 à própria administração, enquanto cidadãos esperam deitados no chão de uma UPA, como aconteceu recentemente no bairro Morumbi, com uma idosa de 65 anos. Qual seria a avaliação dessa senhora? Nota 10 também? Ou talvez um sonoro zero, que traduz melhor a indignidade de deitar no cimento frio por falta de uma cadeira? Não se trata de um episódio isolado, mas de um retrato cruel de uma gestão que prefere negar o caos a enfrentá-lo.
O general parece acreditar que a prefeitura é um quartel, onde basta dar ordens para que os problemas desapareçam. Mas a cidade não funciona com comandos secos nem com discursos de austeridade decorados. Foz precisa de planejamento, investimento e sensibilidade social, atributos que até agora, não se manifestaram em seu governo. O resultado é uma saúde pública agonizando, servidores desmotivados e uma população que começa a perceber que a farda não garante competência administrativa.
Incapaz de reconhecer seus próprios fracassos
Ironia das ironias, aquele que se dizia especialista em asfalto criou para si mesmo um campo minado. Cada buraco não tapado nas ruas se tornou uma metáfora da sua incapacidade de governar. Cada falha no sistema de saúde é mais um explosivo prestes a estourar em sua popularidade. E, para piorar, quando questionado sobre as críticas, responde de forma ríspida, chamando os cidadãos de "estúpidos". Estúpido, na verdade, é o governante que despreza as necessidades do povo e se fecha em um casulo de autoproteção, incapaz de reconhecer a dimensão de seus próprios fracassos.
Nota máxima a um desempenho tão pífio
Chegamos a um ponto em que a esperança inicial virou descrédito. A imagem do general, que um dia representava disciplina e competência, hoje remete a improviso, isolamento e fracasso. Foz do Iguaçu merecia mais do que slogans de campanha e promessas ocas. Merecia, ao menos, que seus governantes reconhecessem os próprios erros antes de atribuir nota máxima a um desempenho tão pífio.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 422, Página 4, de autoria do Jornalista Enrique Alliana