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A utopia promovida pela Foztrans e a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana de Foz do Iguaçu

Por Tribuna Foz dia em Notícias

A utopia promovida pela Foztrans e a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana de Foz do Iguaçu
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VERDADE DITA

A utopia promovida pela Foztrans e a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana de Foz do Iguaçu

Por um olhar crítico sobre a ineficiência institucional disfarçada de gestão moderna

A administração pública municipal é composta por uma intricada rede de órgãos e entidades que, em teoria, deveriam atuar em harmonia para atender o interesse coletivo e promover políticas públicas eficazes. Em Foz do Iguaçu, entretanto, essa engrenagem parece emperrada, desconectada de suas finalidades constitucionais e mergulhada em um jogo de vaidades políticas, interesses pessoais e, sobretudo, ineficiência camuflada por discursos técnicos.

O Instituto de Transporte e Trânsito de Foz do Iguaçu - Foztrans, autarquia integrante da administração indireta, e a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana, órgão da administração direta, tornaram-se os símbolos de uma utopia administrativa que não se sustenta na realidade.

Criadas (ou mantidas) para organizar o caos do transporte público, da sinalização viária, do trânsito urbano e da mobilidade em geral, ambas hoje servem como exemplos de duplicidade funcional, desperdício de recursos públicos e ausência de planejamento estratégico.

Um monstro de duas cabeças

A duplicidade entre o Foztrans e a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana é mais do que um exemplo de sobreposição de funções: trata-se de um caso explícito de má gestão do erário público. Enquanto a autarquia Foztrans conta com uma superintendente - atualmente Aline Maicrovicz Martins Duarte - e três diretorias bem estruturadas (Transporte, Trânsito e Administração-Financeira), a Secretaria de Transporte, gerida pela mesma Aline em cumulação de cargos, possui também duas diretorias adicionais, compostas por Gabriela Zoboli (Diretoria de Transporte) e Maxwell Lucena (Diretoria de Trânsito e Infraestrutura).

O que fazem tantos diretores, ocupando cargos similares, com atribuições genéricas e confusas? O que justifica tantos salários altos, quando há demandas urgentes da população que permanecem ignoradas? A resposta, infelizmente, parece estar na acomodação de aliados, no loteamento político e na tentativa de inflar a estrutura pública para atender aos caprichos eleitorais e acordos de bastidores.

Mais preocupante ainda é o fato de que a secretaria funciona dentro do próprio Foztrans, com seus diretores compartilhando os mesmos espaços físicos, sem estrutura, sem equipe de apoio, sem projetos concretos ou entregas à população. A impressão que se passa é de um organograma inchado, simbólico, criado apenas para justificar a existência de cargos comissionados e não para resolver os reais problemas da mobilidade urbana.

Princípios constitucionais vilipendiados

A Constituição Federal, em seu Art. 37, determina que toda administração pública deve observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Em Foz do Iguaçu, esses pilares vêm sendo sistematicamente ignorados, como se a cidade vivesse em um universo paralelo, onde a lei é opcional e a lógica da gestão pública é subvertida por interesses pessoais.

O princípio da legalidade é atropelado sempre que uma decisão judicial é desrespeitada, como ocorreu no episódio do fechamento da via pública em frente à residência do Prefeito General Silva e Luna. Uma ação coordenada e orquestrada que contou com o apoio da Guarda Municipal, da Secretaria de Segurança Pública, da Procuradoria do Município, da Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana e, claro, do Foztrans. A cereja do bolo foi o uso de um caminhão supostamente quebrado, de propriedade de um aliado político, para bloquear o local e impedir uma manifestação pacífica, um verdadeiro atentado contra o direito constitucional à livre expressão.

O princípio da impessoalidade inexiste quando se observa o modus operandi das nomeações feitas pelo Prefeito. Parentes, amigos e cabos eleitorais dos vereadores compõem a lista dos escolhidos, ignorando a qualificação técnica e premiando os vínculos políticos. Após denúncias públicas, muitos foram "misteriosamente" exonerados, numa tentativa fracassada de apagar rastros e evitar escândalos maiores.

A moralidade, por sua vez, foi a primeira a ser enterrada pela atual gestão. Um dos primeiros projetos aprovados pela Câmara sob influência do Executivo foi o que ampliou cargos, secretarias e salários. Tudo isso enquanto a cidade enfrentava (e ainda enfrenta) graves dificuldades na saúde, no transporte coletivo, no saneamento e na infraestrutura urbana. Some-se a isso os contratos com valores milionários e aditivos questionáveis, como os firmados com a empresa VITAL (coleta de lixo) e a VISAC (transporte público).

Já a publicidade, princípio que deveria significar transparência e acesso à informação, tem sido usada como ferramenta de manipulação. Em vez de informar com responsabilidade a população local, a gestão municipal distribui vultosas verbas de propaganda a meios de comunicação de fora da cidade, numa tentativa de construir uma imagem positiva junto a turistas e investidores, enquanto os moradores enfrentam calçadas esburacadas, ônibus lotados, postos de saúde sucateados e uma burocracia sufocante.

Por fim, a eficiência é uma palavra que parece ter sido banida do dicionário da administração municipal. Os exemplos são abundantes: contratos vencidos de pátios de guarda de veículos, ausência de manutenção em semáforos e sinalizações, frota de transporte público defasada, linhas reduzidas e passageiros amontoados em horários de pico. Com um orçamento de R$ 700 mil anuais, seria perfeitamente possível ampliar gratuidades, beneficiar trabalhadores em busca de emprego, gestantes e pessoas com mobilidade reduzida. No entanto, esse recurso é destinado a alimentar a máquina política e seus ocupantes fantasmagóricos.

VERDADE DITA

Uma cidade sem rumo e um trânsito sem direção

Por um olhar crítico sobre a ineficiência institucional disfarçada de gestão moderna

Foz do Iguaçu vive um paradoxo: é uma das cidades mais estratégicas do Brasil, fronteiriça, turística, multicultural, mas administrada como uma vila esquecida. A duplicação da Avenida Itaboraí, por exemplo, orçada em R$ 200 milhões, é um escárnio diante da realidade urbana. Pouco movimento, poucos beneficiados, mas muitos recursos públicos envolvidos. Por que essa obra foi priorizada? Quem ganha com isso? Quem são os proprietários dos terrenos da região?

Enquanto a cidade investe milhões em obras de impacto duvidoso, a malha viária do centro e dos bairros está abandonada. Linhas de ônibus somem do mapa, os pontos estão depredados e sem cobertura, a segurança no trânsito é precária, e a fiscalização praticamente inexistente.

A utopia da mobilidade, o pesadelo da má gestão

A gestão de Silva e Luna tem promovido uma verdadeira utopia administrativa no campo da mobilidade urbana. Uma utopia não no sentido de ideal sublime, mas como uma fantasia mal disfarçada, sustentada por discursos vazios, promessas não cumpridas e estruturas ineficazes.

A população de Foz do Iguaçu merece respeito. Merece transparência, planejamento e uma gestão que respeite os princípios constitucionais. A duplicidade de cargos entre o Foztrans e a Secretaria de Transporte precisa ser investigada pelo Tribunal de Contas do Estado. Os salários recebidos sem contrapartida real de trabalho devem ser devolvidos. E a cidade precisa urgentemente de um plano sério de mobilidade urbana, que ouça o cidadão, enfrente os problemas estruturais e seja conduzido por quem realmente entende do assunto - não por nomeações políticas, mas por competência técnica.

Chega de ilusão. Chega de utopia. Foz do Iguaçu clama por gestão de verdade.

Cidade Estagnada: Onde a mobilidade urbana é apenas um discurso vazio

Na cidade de Foz do Iguaçu, a mobilidade urbana tem deixado de ser prioridade e se tornado apenas uma promessa de campanha. Mas há locais onde o descaso ultrapassa qualquer limite da razoabilidade, aparentemente um verdadeiros laboratórios do abandono. Nessa cidade, o transporte público se arrasta há anos, vítima de gestões desastrosas, falta de planejamento e contratos obscuros que beneficiam poucos e castigam muitos.

Ônibus sucateados, atrasos constantes, horários reduzidos e tarifas incompatíveis com a realidade da população tornaram o transporte coletivo um símbolo da negligência. Quem depende dele para trabalhar, estudar ou cuidar da saúde enfrenta diariamente uma verdadeira viacrúcis. As promessas de modernização ficaram apenas nos palanques, substituídas por discursos de "otimização" que, na prática, significam cortes e precarização.

Enquanto isso, o prefeito, que insiste em se autoproclamar especialista em asfalto, deveria andar mais a pé ou de bicicleta pela cidade. As ruas esburacadas, cheias de remendos malfeitos e sinalização inexistente, são o retrato fiel da sua incompetência. O asfalto, quando existe, dura tão pouco que mais parece um favor do que uma política pública. Em vez de planejamento urbano, vemos improvisos. Em vez de obras estruturantes, temos marketing.

A cidade agoniza sob pneus furados, buzinas irritadas e cidadãos exaustos. A mobilidade, que deveria ser um direito garantido e uma ferramenta de inclusão, tornou-se mais uma vítima da vaidade política e da má gestão. O que resta é um povo desacreditado e uma cidade travada no tempo, onde o Prefeito General Silva e Luna fala muito e se faz pouco.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 419, Páginas 6 e 7, de autoria do Jornalista Enrique Alliana

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