O papel distorcido do Presidente da Câmara Paulo Debrito
Por Tribuna Foz dia em Notícias

VERGONHA
O papel distorcido do Presidente da Câmara Paulo Debrito
Paulo Debrito (PL), age como se sua função não fosse a de presidente de um poder autônomo, mas sim a de um gerente político do gabinete do prefeito
Paulo Debrito, eleito pelo Partido Liberal (PL), age como se sua função não fosse a de presidente de um poder autônomo, mas sim a de um gerente político do gabinete do prefeito. Desde que assumiu a presidência da Câmara, acumula episódios em que tenta controlar e enfraquecer o papel dos vereadores independentes. Seu comportamento indica não apenas alinhamento ideológico com Silva e Luna, mas uma obediência funcional que compromete a independência entre os poderes.
A democracia exige freios e contrapesos. O Legislativo precisa atuar como fiscal e guardião da legalidade dos atos do Executivo. Quando um presidente da Câmara age para blindar o prefeito e silenciar as vozes dissonantes, ele rasga a Constituição Municipal e desonra a confiança que a população lhe depositou nas urnas.
Golpe Parlamentar disfarçado de Regimento Interno
Ao justificar o fim da Frente Parlamentar pela Saúde Infantil como uma "revisão do entendimento do regimento interno", Paulo Debrito pratica um casuísmo vergonhoso. Usar interpretações jurídicas convenientes para impedir uma mobilização social legítima é uma manobra típica de quem não tem argumentos nem coragem de se posicionar publicamente contra a saúde das crianças, mas o faz sorrateiramente, nos bastidores.
Afinal, onde estavam esses questionamentos regimentais quando foram criadas outras frentes e bancadas ideológicas? Por que o regimento só virou um problema agora? A resposta é clara: porque o tema incomoda o Executivo, porque falar em UTI pediátrica é tocar na ferida aberta da má gestão da saúde em Foz do Iguaçu.
General Silva e Luna: Governo de caserna e censura política
Por trás de toda essa manobra está o nome do prefeito, General Silva e Luna. Desde o início de sua gestão, tenta emplacar uma administração com ares de militarismo, onde a obediência hierárquica se sobrepõe ao diálogo democrático. Em sua gestão, a saúde pública sofre com descaso, a infraestrutura urbana desaba e os vereadores que ousam cobrar são pressionados ou neutralizados.
General Silva e Luna não tolera oposição. E, ao que parece, Paulo Debrito é peçachave nesse jogo de silenciamento. Quando um prefeito governa por meio de um Legislativo submisso, a cidade perde. A população perde. E, nesse caso, as crianças perdem. Ao apagar a Frente Parlamentar pela Saúde Infantil é também uma tentativa de apagar as vozes da sociedade que clamam por justiça social, por dignidade e por um mínimo de estrutura na saúde pública.
O povo não pode ser cúmplice
Diante de tudo isso, a pergunta que resta é: até quando a população vai assistir calada? Foz do Iguaçu precisa urgentemente acordar e se posicionar. Os vereadores não podem seguir agindo como se a Câmara fosse uma extensão do gabinete do prefeito. A cidade precisa exigir transparência, independência e compromisso com as pautas que realmente importam - e não com os caprichos autoritários de figuras que se julgam acima da lei.
É hora da sociedade civil se organizar, é hora de cobrar respostas, de exigir que o Ministério Público e o Tribunal de Contas investiguem essa manobra absurda. Não podemos aceitar que uma frente parlamentar em defesa das crianças seja desfeita por mera birra política, por pressão do Executivo ou por medo de desagradar o poder.
Vergonha nacional
O que aconteceu em Foz do Iguaçu não é apenas uma vergonha local. É um exemplo didático de como o bolsonarismo institucionalizado - representado aqui pelo PL de Paulo Debrito e pelo militarismo do General Silva e Luna - age para sufocar a democracia, atacar o controle social e sabotar qualquer iniciativa que vá contra seus interesses.
Adnan El Sayed fez o que todo vereador honesto deve fazer: denunciou, resistiu e deu nome aos bois. Cabe agora à população fazer sua parte. A política local não pode ser conduzida como um quartel. A saúde das crianças não pode ser refém de disputas mesquinhas. E a democracia não pode ser destruída a cada 72 horas por quem jurou defendê-la.
A vergonha está posta. Cabe agora transformar a indignação em ação.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 419, Página 9, de autoria do Jornalista Enrique Alliana