VERGONHA

Adnan El Sayed desmascara o presidente da Câmara

Presidente da Câmara Paulo Debrito estaria a serviço do Executivo? Um verdadeiro golpe contra a Saúde Infantil

No cenário político de Foz do Iguaçu, mais uma página vergonhosa foi escrita. A cidade, já castigada por problemas estruturais, buracos nas ruas, filas intermináveis na saúde e falta de leitos de UTI, agora também precisa conviver com um ataque direto à própria democracia institucional.

Desta vez, protagonizado dentro da Câmara Municipal. A denúncia grave feita pelo vereador Adnan El Sayed (PSD) expõe aquilo que há muito se suspeita: a subserviência do presidente da casa legislativa, Paulo Debrito (PL), ao prefeito General Silva e Luna.

O caso, por si só, é escandaloso: em apenas 72 horas - tempo que evoca ecos sombrios de radicalismos antidemocráticos - o presidente da Câmara extinguiu a Frente Parlamentar pela Saúde Infantil, que havia sido criada justamente para lutar por mais leitos de UTI pediátrica no município. E o mais alarmante: sem justificativa técnica, sem consulta pública, sem transparência.

O motivo, ao que tudo indica, foi meramente político. Ou pior, foi uma manobra para impedir que uma mobilização legítima ganhasse força dentro da Casa de Leis e pressionasse o Executivo.

A Denúncia de Adnan El Sayed

Na sessão ordinária do dia 10 de julho de 2025, Adnan El Sayed, em um discurso contundente e visivelmente revoltado, desmascarou o verdadeiro motivo por trás do "golpe" arquitetado pelo Presidente da Câmara, Paulo Debrito. Segundo ele, após protocolar o pedido de criação da Frente Parlamentar pela Saúde Infantil, foi chamado em particular pelo presidente da Câmara, que tentou persuadi-lo a desistir da iniciativa. O recado era claro: se Adnan abrisse mão da frente em prol das UTIs pediátricas, as demais frentes permaneceriam. Caso contrário, todas seriam extintas. E assim se fez. Em uma canetada autoritária, o presidente acabou com todas as frentes parlamentares - apenas para evitar que a da saúde infantil prosperasse.

Essa atitude ultrapassa os limites do que se pode considerar debate político. Trata-se de um atentado direto ao interesse público e ao papel fiscalizador do Legislativo.

Quando um presidente da Câmara age para sabotar uma iniciativa legítima de um vereador, ainda mais uma voltada à proteção de crianças doentes, ele deixa de ser um representante do povo para se tornar um operador de interesses escusos.

O silêncio cúmplice dos outros vereadores

Mais estarrecedor do que a atitude de Paulo Debrito é o silêncio dos demais parlamentares. Ao que tudo indica, sob total aprovação dos vereadores Bosco Foz, Cabo Cassol, Dr. Ranieri Marchioro, Sidnei Prestes, Soldado Fruet e até da vereadora Anice Gazzaoui, onde deram total apoio ao presidente da Câmara.

A Frente Parlamentar pela Saúde Infantil contava com apoio interpartidário. Ainda assim, após sua extinção sumária, não se viu nenhum movimento de solidariedade contundente ou tentativa de reversão da decisão. A omissão é gritante. O que estamos vendo em Foz do Iguaçu é a formação de um bloco informal de conivência, onde se abdica do dever de legislar e fiscalizar para manter boas relações com o chefe do Executivo. E nisso, quem paga a conta são as crianças da cidade, que seguem esperando por leitos de UTI.

Quando se criam frentes parlamentares para turismo, direita conservadora ou qualquer outra pauta ideológica, ninguém se incomoda. Mas ao propor uma frente pela saúde infantil, a resposta é imediata: extinção.

É evidente que há algo por trás disso. E esse algo tem cheiro de conluio, tem cor de omissão e tem gosto de traição ao povo.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 419, Página 8, de autoria do Jornalista Enrique Alliana