GUERRA A VISTA

Assessor de Silva e Luna grava vídeo chamando o deputado Giacobo de "verme"

O "namoro" entre Silva e Luna e Giagobo pode chegar ao fim se o general não exonerar o assessor que chamou Giacobo de "verme"

Nos últimos dias, um vídeo de apenas 24 segundos causou um verdadeiro terremoto político nos bastidores do Partido Liberal (PL) no Paraná. O conteúdo traz duras palavras do assessor comissionado da Prefeitura de Foz do Iguaçu, Paulo Andrade de Souza, contra ninguém menos que o deputado federal Fernando Giacobo, presidente estadual do partido. A fala viralizou nas redes sociais e trouxe à tona fissuras internas no PL, expondo tensões entre a cúpula local e estadual.

No vídeo, Paulo Andrade, que ocupa o cargo de Assessor I na Secretaria Municipal de Educação, sob matrícula 2471401, não economiza nas palavras ao se referir ao deputado. Em tom crítico e inflamado, afirma: "Eu acho que caberia inclusive ao PL alguma medida nesse sentido, o PL de Foz, o PL do Paraná eu não digo que lá tem o 'verme' e não vai fazer nada porque é da catrefa." A fala, classificada por muitos como desrespeitosa, é considerada por aliados de Giacobo uma afronta direta à liderança estadual do partido.

O contexto político que cerca a declaração agrava ainda mais o cenário. O prefeito de Foz do Iguaçu, General Joaquim Silva e Luna, é o presidente municipal do PL e figura aparentemente na bolha Bolsonarista como de respeito nacional, tanto pelo seu passado militar, quanto como Diretor Geral da Itaipu Binacional e por sua breve passagem à frente da Petrobras durante o governo Bolsonaro. Já o deputado Giacobo, com vários mandatos consecutivos, é um dos políticos mais influentes do estado, com base eleitoral sólida e conhecido por seu controle sobre as estruturas do partido.

A fala do assessor levanta uma série de perguntas e especulações. A principal delas: Paulo Andrade falou por conta própria ou vocalizou um sentimento existente dentro da gestão municipal? Seria essa crítica um recado velado do próprio General Silva e Luna, ou apenas uma manifestação pessoal e isolada?

A repercussão foi imediata. Internautas se dividiram nas redes sociais, com parte do público criticando a falta de respeito com uma autoridade política e outra parte enxergando na fala um possível reflexo de insatisfação com o comando de Giacobo no estado. Nos bastidores, aliados do deputado federal exigem uma retratação pública e cobram uma posição oficial do prefeito de Foz do Iguaçu.

Até o momento, o General Silva e Luna não se manifestou publicamente sobre o ocorrido. A expectativa gira em torno de um possível afastamento do assessor, ou ao menos uma nota de repúdio por parte da administração municipal, que possa apaziguar a situação e demonstrar que a fala não representa a instituição.

A situação coloca o General em uma encruzilhada: manter o assessor e correr o risco de estremecer ainda mais a relação com a direção estadual do partido, ou agir de forma disciplinar, mesmo que isso possa causar ruídos internos em sua equipe. Independentemente da escolha, o episódio evidencia um racha entre alas do PL que já se desenhava há algum tempo, mas que agora veio à tona de maneira explícita e pública.

O que antes era apenas especulação nos bastidores da política iguaçuense agora ganha palco estadual. A relação entre Silva e Luna e Giacobo, que já teve momentos de tensão velada, pode ter atingido um ponto sem retorno. A reação do partido nos próximos dias será crucial para medir o impacto real desse episódio dentro da legenda.

Por ora, a única certeza é que o vídeo deixou claro: no PL do Paraná, nem tudo são flores - e o clima, pelo visto, está longe de ser harmonioso. A palavra agora está com o General.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 413, Página 9.