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Ataque expõe rachadura profunda na direita iguaçuense

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Ataque expõe rachadura profunda na direita iguaçuense
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POLÍTICA

Ataque expõe rachadura profunda na direita iguaçuense

A publicação ocorre num momento em que a página Paraná Pop alega ter alcançado 60 milhões de visualizações no último mês, número que dá ainda mais peso ao ataque e amplia seu impacto político

O ataque publicado pelo perfil Paraná Pop, administrado por Darlon Dutra, escancarou um racha que há meses vinha sendo abafado nos bastidores, mas que agora se firma como um dos maiores conflitos internos da direita em Foz do Iguaçu desde a eleição de 2024.

Ao afirmar que "Foz está nas mãos de uma quadrilha" e responsabilizar o governador Ratinho Junior por "trazer prefeitos incompetentes", Darlon Dutra não apenas mirou no chefe do Executivo estadual, mas atingiu diretamente o prefeito Joaquim Silva e Luna, que chegou ao cargo justamente pela articulação de Ratinho e pela chancela do bolsonarismo.

A publicação ocorre num momento em que a página Paraná Pop alega ter alcançado 60 milhões de visualizações no último mês, número que dá ainda mais peso ao ataque e amplia seu impacto político. A resposta do secretário municipal de Comunicação, Cleberson Belino, no entanto, surpreendeu aliados e opositores. Em vez de defender a gestão ou condenar o ataque, Belino escreveu a enigmática frase: "Darlon… você é grande e sabe disso."

A reação foi interpretada internamente como um gesto de afago a um dos mais agressivos críticos do governo, e não como uma defesa institucional. Para assessores e integrantes das secretarias, a fala representou mais um desgaste para uma administração já fragilizada por pressões simultâneas: perda de base na Câmara, avanço de CPIs e desgaste crescente com órgãos de controle.

O General Silva e Luna encerra seu primeiro ano sem a sustentação que recebeu nas urnas. O grupo de nove vereadores independentes, o G9, funciona hoje como um freio constante ao Executivo, enquanto duas CPIs (Foztrans e Educação) avançam com depoimentos e documentos que impõem desconforto ao Paço. Uma terceira, a CPI do Asfalto, já conta com respaldo do Ministério Público do Paraná, que validou questionamentos sobre R$ 17,9 milhões em contratos de emulsão asfáltica e aguarda apenas instalação formal.

O contraste entre o discurso ameno de Belino e a postura combativa de outras figuras da gestão também chama atenção. Darlon Dutra acumula ao menos 14 processos judiciais, muitos deles movidos pela própria administração entre eles o próprio prefeito Silva e Luna, o procurador-geral Rafael Germano Arguello, a secretária de Obras Thaís Escobar e a superintendente do Foztrans, Aline Maicrovicz, por não aceitarem criticas de gestores públicos. Mesmo assim, o secretário optou por um gesto de aproximação, visto por aliados, sob anonimato, como totalmente desalinhado do ambiente político tenso que domina a cidade.

A rachadura na direita, porém, não começou com o episódio desta semana. Ela tem raízes profundas nas eleições de 2024, quando a executiva nacional do PL barrou a candidatura defendida pelo deputado federal Vermelho, a de Paulo Mac Donald, e impôs Silva e Luna como nome oficial do partido. O apoio de Ratinho e do bolsonarismo garantiu vitória no primeiro turno, mas reconfigurou forças internas e reduziu drasticamente o espaço do grupo Vermelho em Foz.

Darlon, que fez campanha na coligação derrotada, tornou-se um dos porta-vozes da ala que nunca aceitou o protagonismo do general. Em abril deste ano, Vermelho deixou o PL alegando desacordos internos, e a separação política se tornou pública e irreversível. Desde então, as redes sociais se transformaram em palco de críticas diretas, indiretas e ataques cruzados entre influenciadores, vereadores e figuras próximas ao deputado.

O episódio desta semana, porém, vai além de um ataque isolado: revela uma direita esfacelada, incapaz de se unir nem mesmo diante de pressões externas. O governo Silva e Luna enfrenta agora não apenas a oposição formal, mas também um fogo amigo cada vez mais ruidoso, reforçado por um secretário que, ao invés de conter a crise, parece ter escolhido alimentá-la.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 425, Página 7, da Redação com informações do Plural

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