ISSO A GLOBO NÃO MOSTRA

"Bêbado" é flagrando deitado no ponto de ônibus com ar-condicionado bebendo um "corote" na Av. Mario Filho

Na semana passada, o Meio Dia Paraná, da Rede Globo, destacou uma matéria sobre a instalação de um ponto de ônibus com ar-condicionado em Foz do Iguaçu. O equipamento, fruto de uma emenda impositiva do ex-vereador Edivaldo Alcântara, custou R$ 73.068,27, sendo construído por meio de uma conversão de área. Segundo nota oficial da prefeitura, a responsabilidade pela manutenção do ponto e o pagamento da conta de energia elétrica ficará a cargo do FOZTRANS.

O que não foi mostrado na matéria, porém, é o que está acontecendo no local após a instalação desse ponto inovador. O espaço, que deveria proporcionar conforto aos passageiros do transporte público, está sendo tomado por usuários de drogas e dependentes alcoólicos. Essa situação está afastando os verdadeiros usuários do serviço, que preferem permanecer ao sol do que lidar com o constrangimento e o desconforto causados pela ocupação inadequada do espaço.

Uma imagem que viralizou nas redes sociais logo após a saída da equipe de reportagem ilustra o problema: um homem visivelmente embriagado, deitado no banco do ponto de ônibus, ingerindo bebida alcoólica "corote" enquanto usufruía do ar-condicionado. A cena, que rapidamente se espalhou, gerou indignação e levantou uma pergunta crucial: de que adianta um investimento tão elevado se ele não beneficia quem realmente precisa?

Essa realidade evidencia a falta de planejamento e monitoramento por parte das autoridades. Um ponto de ônibus com ar-condicionado é, sem dúvida, uma inovação bem-vinda. No entanto, sem uma estratégia para garantir segurança e uso adequado do espaço, o benefício acaba se perdendo.

O que fazer em casos como este? De quem é a responsabilidade de zelar por esses espaços públicos? Muitos cidadãos têm apontado que cabe à prefeitura e ao FOZTRANS implementar medidas para evitar a ocupação inadequada do local. Entre as sugestões, estão o reforço na fiscalização, a presença de guardas municipais ou a instalação de câmeras de segurança para coibir ações indevidas.

Enquanto não houver uma solução eficaz, o cenário continuará gerando insatisfação entre os usuários do transporte público e contribuindo para o desperdício de recursos públicos. Afinal, a ideia de melhorar o conforto da população é válida, mas sua execução precisa ser acompanhada de medidas que garantam o uso correto e seguro do espaço.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 304, página 10, de autoria do Jornalista Enrique Alliana