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Câmara de Foz abre CPI para investigar a "Industria da Multa" do General Silva e Luna

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INVESTIGAÇÃO

Câmara de Foz abre CPI para investigar a "Industria da Multa" do General Silva e Luna

Prefeito general, aquele que alem de chamar os iguaçueneses de "estúpido" agora será penalizada com multas

A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Foztrans marca um dos momentos mais tensos da gestão do prefeito General Silva e Luna. A principal atingida pela medida é a superintendente do órgão, Aline Maicrovicz, considerada nos bastidores a "queridinha" do prefeito. Porém, o teor do requerimento de abertura da CPI revela que a crise é muito mais profunda do que uma simples disputa interna.

Trata-se de investigar um possível modelo arrecadatório baseado em multas de trânsito, dispensas milionárias de licitação, contratos questionáveis e uma estrutura administrativa que pode estar à beira do colapso.

No centro da discussão está a famigerada "Indústria da Multa", expressão que tem ecoado entre motoristas, comerciantes, lideranças comunitárias e até mesmo servidores do próprio Instituto de Transportes e Trânsito de Foz do Iguaçu. Segundo dados apresentados pelos vereadores, apenas no primeiro semestre do ano, foram aplicadas quase 500 multas por dia, um número absolutamente desproporcional para uma cidade do porte de Foz do Iguaçu.

A pergunta que surge é simples: Estamos diante de uma política séria de educação e fiscalização no trânsito ou de um mecanismo de arrecadação desenfreada para tapar buracos financeiros? A CPI nasce a partir do Requerimento 742/2025, assinado pelos vereadores Anice Gazzaoui, Adnan El Sayed, Adriano Rorato, Beni Rodrigues, Professora Marcia Bachixte, Valentina e Yasmin Hachem. Trata-se de um grupo parlamentar diverso, formado por siglas que vão do PP ao PT, mostrando que o desconforto com a condução do Foztrans ultrapassa barreiras partidárias.

O objetivo declarado é investigar possíveis irregularidades e má gestão. Porém, o teor das denúncias indica que a situação pode ser ainda mais grave.

Entre os pontos a serem apurados, destaca-se a dispensa de licitação de R$ 25 milhões para contratação da CELEPAR, responsável pela gestão do sistema de multas. Um valor desse porte, assumido sem licitação, chama atenção de qualquer órgão fiscalizador, ainda mais quando vinculado a um departamento que tem aplicado multas em velocidade inédita.

A CPI quer saber: Por que essa contratação foi feita dessa forma? Havia urgência comprovada? A Celepar é de fato a única empresa capaz de prestar esse serviço? Ou estamos diante de mais um capítulo da burocracia moldada para atender interesses específicos?

Outro ponto crítico é a destinação dos recursos arrecadados com multas. Pela legislação, parte desses valores deve obrigatoriamente ser aplicada em educação no trânsito, sinalização e melhorias viárias. No entanto, a realidade observada pelos cidadãos é bastante diferente: sinalização precária, pinturas desgastadas, semáforos apagando com frequência e um Terminal de Transporte Urbano em estado de abandono, com infiltrações, sujeira e problemas estruturais.

Se os cofres estão sendo reforçados com milhares de multas por dia, por que esses serviços continuam se deteriorando?

A CPI também poderá investigar o andamento da consultoria contratada pela FEPESE, responsável pelos estudos que embasam a futura licitação do transporte público. Curiosamente, mesmo com contrato vigente, nenhuma novidade concreta foi apresentada à população. A falta de transparência alimenta a suspeita de que o documento possa estar servindo mais como peça burocrática do que como instrumento real para reformulação do sistema de ônibus, que há anos opera de forma deficiente.

Outro item que levanta suspeitas é o processo de credenciamento para recolhimento de veículos e realização de leilões, no valor de R$ 291.877,09. Em tese, tratase de um procedimento administrativo comum. Porém, a CPI quer entender se houve direcionamento, superfaturamento ou irregularidades que beneficiem determinadas empresas. A repetição desses contratos de alto valor reforça a impressão de que o Foztrans tem funcionado como uma máquina de repasses, e não como um órgão técnico comprometido com a mobilidade urbana da cidade.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 424, Página 8, de autoria do Jornalista Enrique Alliana

 

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