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Para que ter um almirante ganhando quase R$ 18 mil e a cidade sem segurança

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Para que ter um almirante ganhando quase R$ 18 mil e a cidade sem segurança
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FALTA DE SEGURANÇA

Para que ter um almirante ganhando quase R$ 18 mil e a cidade sem segurança

Enquanto isso, o almirante da burocracia continuará navegando em mares tranquilos, recebendo seus soldos robustos, postando reuniões na sua rede social e esperando curtidas, enquanto os iguaçuenses afundam em um lago de insegurança e descaso

A pergunta que ecoa entre os cidadãos de Foz do Iguaçu é direta e incômoda: para que serve um secretário de Segurança Pública ganhando quase R$ 18 mil por mês se a cidade vive mergulhada em um cenário de insegurança crescente? A resposta, infelizmente, parece estar escondida atrás dos muros dos condomínios fechados e das janelas escuras dos carros oficiais.

A realidade nua e crua é que Foz do Iguaçu se tornou um retrato da contradição. Enquanto uma minoria entre eles o Almirante Tinoco, que desfruta do conforto e da proteção privada de um condomínio fechado, a imensa maioria da população se vê refém do medo. Assaltos, furtos, vandalismo e agressões se tornaram rotina nos bairros. O sentimento de abandono é visível e o mais grave é que isso acontece sob o olhar indiferente de uma gestão que parece não compreender o que significa viver fora da bolha do privilégio.

Os "militares de gabinete", que um dia conheceram a disciplina da caserna, agora se contentam com a pompa dos cargos e a frieza dos relatórios. O Secretário de Segurança Pública, Almirante Paulo Sergio Castello Branco Tinoco Guimarães, recebe um salário bruto de R$ 17.293,00. Já seu diretor, Ubirajara Pigatto Ribeiro, hoje exercendo a função de Diretor da Guarda Municipal, ganha um salário bruto de R$ 26.311,46.

Ambos ocupam posições de destaque, mas os resultados de suas gestões parecem invisíveis, tanto quanto a presença da própria Guarda Municipal nas ruas.

Enquanto os chefes desfrutam dos salários generosos, o cidadão comum enfrenta o descaso. Faltam guardas municipais nas praças, nas escolas e até nos postos de saúde, que seguem vulnerável.

Na manhã da última segunda-feira (17/11/2025), um médico foi assaltado no estacionamento do Posto de Saúde do Jardim São Paulo.

Ironia amarga

É uma ironia amarga: Nos últimos dias 56 (cinquenta e seis) guardas municipais se formaram em Foz do Iguaçu. O lado obscuro da segurança pública escondida nos porões da sede da GM é que destes 56, 23 estão trabalhando internamente pelo simples fato de nãoo ter armas, munições, coletes balísticos e até cinturões e algemas. Ao que tudo indica estão designados para cuidar da portaria da sede da GM, mas nenhum para proteger quem mais precisa. A prioridade, ao que tudo indica, é a segurança do prédio, não da população.

A gestão da segurança pública municipal, que deveria ser pautada pela estratégia e pela prevenção, tornou-se um desfile de vaidades. Reuniões, fotografias, "frentes de trabalho" improvisadas e discursos vazios substituíram o que realmente importa: presença efetiva, patrulhamento constante e políticas integradas de proteção à comunidade.

O povo não precisa de tapumes pintados ou de meiofio novo; precisa andar nas ruas sem medo, deixar o carro estacionado sem rezar por um milagre, levar o filho à escola sem o temor de ser assaltado no caminho.

Um morador resumiu o sentimento coletivo ao desabafar: "A segurança para eles existe, e o povo que se lasque." Essa frase, ainda que simples, revela um abismo entre govenantes e governados. Enquanto o poder público se protege, o povo se expõe. E a sensação é de que o comando da segurança municipal vive desconectado da realidade, ou pior, indiferente a ela.

Quando a liderança não enxerga os problemas de quem vive na base, a cidade perde o rumo. O que se vê hoje é uma estrutura de segurança sem planejamento, sem comando e sem resultados concretos. As ações são pontuais, reativas, quase sempre mais voltadas para a aparência do que para a eficiência. E quando o dinheiro público financia altos salários para gestores que não entregam segurança, a indignação é não só legítima, mas necessária.

Segurança não se faz de dentro de um gabinete com ar-condicionado, mas nas ruas

Segurança pública não se faz de dentro de um gabinete com ar-condicionado, mas nas ruas, lado a lado com a população. Foz do Iguaçu precisa de gestores que compreendam o território, que saibam ouvir os moradores e que tratem a segurança como prioridade de governo e não como vitrine política.

Até lá, a cidade seguirá dividida entre os que podem pagar por proteção e os que rezam por ela. Enquanto isso, o almirante da burocracia continuará navegando em mares tranquilos, recebendo seus soldos robustos, postando reuniões na sua rede social e esperando curtidas, enquanto o povo afunda em um lago de insegurança e descaso.

FALTA DE SEGURANÇA

A UPA e UBS ao abandono da própria sorte

UPA João Samek foi depedrada por falta de segurança e UBS assaltada em plena luz do dia

Mais uma vez, a UPA João Samek se torna palco de violência, desordem e medo. A cena se repete como um filme de terror mal dirigido, no qual os protagonistas são os funcionários e pacientes que são forçados a conviver com a insegurança e a omissão do poder público.

A destruição da unidade, ocorrida na madrugada do dia 25 de outubro de 2025, não é um fato isolado, mas o reflexo de uma gestão desatenta e de uma administração que insiste em tratar problemas sérios com discursos vazios e promessas curtas como a própria mentira.

Há poucos dias, a mesma Unidade de Saúde já havia sido notícia após agressões a servidores, situação que gerou repercussão e vergonha. Diante da exposição na mídia, o diretor da Guarda Municipal, Ubirajara Pigatto, apressou-se em anunciar que haveria guardas fixos na unidade, como se bastasse uma nota pública para resolver o problema crônico da falta de segurança.

O anúncio serviu por um instante para aplacar as críticas, mas o tempo, como sempre, tratou de revelar a verdade. Dias depois, o posto voltou a ser alvo de depredação, provando que a presença prometida da GM não passou de uma encenação temporária.

A explicação do diretor para o dia do fato foi no mínimo vergonhoso: "Tinha até o dia 23 em estágio supervisionado." Ora, se a segurança da população depende de "estágio supervisionado", é sinal de que a própria estrutura da Guarda está fragilizada e desorganizada. Não há planejamento, não há estratégia, não há comando. O que existe é improviso, maquiagem institucional e descaso com quem mais precisa de proteção aos profissionais da saúde e os pacientes que buscam atendimento emergencial.

A situação da UPA João Samek é o retrato de uma cidade sem rumo. Foz do Iguaçu, que já foi referência em organização e acolhimento, vive um cenário de caos administrativo, onde cada setor tenta se justificar, mas ninguém assume responsabilidades. A segurança pública, que deveria ser uma das prioridades de qualquer governo, virou palco de politicagem, de vaidades e de promessas não cumpridas.

Enquanto isso, os servidores da saúde trabalham sob tensão constante, com medo de novas agressões. O sentimento de abandono é generalizado. De um lado, o comando da Guarda Municipal parece mais preocupado em administrar redes sociais do que proteger os cidadãos; de outro, o secretário de segurança mostra-se alheio à realidade, permitindo que episódios como este se tornem rotina. A pergunta que ecoa nas ruas é simples: até quando? Até quando o povo de Foz do Iguaçu vai pagar pela incompetência de quem deveria zelar por sua segurança?

Após o ato de vandalismo e a formação dos novos guardas municipais, foi montado um posto fixo de servidores da Guarda Municipal. É inadmissível que uma unidade de pronto atendimento, que funciona 24 horas por dia e atende milhares de pessoas, só recebeu guardas municipais depois que as imagens de agressões e vandalismo repercutiram nas redes sociais.

Unidades Básicas de Saúde

Já nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) o mínimo que se espera é que o poder público garanta condições básicas para o funcionamento seguro de um serviço essencial. Mas, ao que parece, a prioridade de alguns gestores é manter a aparência, não a eficiência.

A falta de segurança nas Unidades Básicas de Saúde é muito mais que um problema pontual. É o reflexo direto da falta de comando e de compromisso com a população. É o resultado de uma administração que fala em "governo técnico", mas que na prática não consegue garantir o básico. Não há planejamento preventivo, não há monitoramento constante, e muito menos há fiscalização sobre as decisões que afetam diretamente a vida das pessoas.

Segundo apurado, dois assaltantes teriam rendido um médico na manhã de ontem, segunda-feira (17), e sob ameaça armada roubou a carteira, relógio e um cordão de ouro do médico plantonista na Unidade Básica de Saúde do Jardim São Paulo, situado na Rua Monsenhor Guilherme.

Atenção Almirante Tinoco, chega de erros que recaem sobre os ombros da população. Chega de discursos ensaiados e de explicações que beiram o absurdo. O cidadão não quer justificativas, quer ações. Quer segurança para trabalhar, para buscar atendimento, para viver em paz.

Enquanto o governo insiste em administrar a cidade por meio de publicações nas redes sociais e discursos burocráticos, o caos avança. A cada novo episódio, a confiança do povo se esvai, e a sensação de abandono cresce. Se a Guarda Municipal não consegue garantir a segurança nem dentro de uma UPA ou UBS, o que se pode esperar nas ruas?

É hora de o poder público assumir suas responsabilidades e reconhecer que a cidade precisa de acertos urgentes. A segurança não é favor, é dever. Foz do Iguaçu precisa de gestores comprometidos com resultados, e não com curtidas. Porque a cada vidro quebrado, a cada profissional agredido, a cada mentira desmascarada, o que se destrói não é apenas o patrimônio público, mas também a credibilidade de quem prometeu governar com eficiência e respeito ao cidadão.

A paciência do povo tem limite. E a falta de segurança já ultrapassou todos eles.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 424, Páginas 6 e 7, de autoria do Jornalista Enrique Alliana

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