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Cesar Furlan ordenou despesas em obras investigadas pelo GAECO

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Cesar Furlan ordenou despesas em obras investigadas pelo GAECO
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MAU TRABALHO

Cesar Furlan ordenou despesas em obras investigadas pelo GAECO

Cesar Furlan assinou termos aditivos para obras com indícios de corrupção; Prefeitura mantém servidor suspeito de fraudes como diretor de Drenagem

O secretário municipal de Obras, Cesar Furlan, assinou ao menos nove termos aditivos distribuídos em dois contratos investigados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) no âmbito da operação "Male Opus".

Traduzida para o português, "Mau Trabalho", a investigação deflagrada em 28 de junho passado mira possível formação de organização criminosa para fraudar licitações e contratos públicos de obras destinadas à contenção de alagamentos recorrentes em Foz do Iguaçu.

De acordo com informações repassadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) após o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão na Prefeitura Municipal, em empresas particulares e nas residências de sete suspeitos, o suposto esquema seria responsável por um prejuízo estimado em R$ 10,2 milhões.

Durante entrevista coletiva no dia 28, os investigadores acusaram a péssima qualidade do serviço de combate à enchentes executado em duas regiões da cidade como consequência do conluio entre empresas laranjas e um servidor de carreira da Prefeitura. O secretário de Obras Cesar Furlan não figura entre os investigados nesta primeira fase da operação.

A reportagem apurou que dentre os alvos iniciais consta o servidor de carreira da Prefeitura, Ivan Lincon Oeda, bem como o casal de empresários Ney Zanchett e Rosenilda Gomes Zanchett, respectivamente sócios-proprietários das empresas Brasteka Construções e Terraplanagem e Foz Tubos Materiais de Construção.

"O GAECO investiga nessa operação cinco procedimentos licitatórios, entre pregões e concorrências públicas, que, somados, ultrapassam R$ 10 milhões. Apuramos supostos crimes de fraude à licitação, peculato, falsidade ideológica e organização criminosa. Basicamente, o que observamos foi a utilização de empresas de um mesmo grupo familiar, que utilizando-se de empresas em nome de familiares, concorriam entre si num mesmo procedimento licitatório", relatou o promotor de Justiça Tiago Lisboa Mendonça.

MAU TRABALHO

Secretário de Obras era ordenador de despesas e assinou nove aditivos

A expectativa é que o secretário seja investigado a partir das análises dos documentos apreendidos

Conforme apurado pelo jornal Tribuna Popular, em dois dos cinco contratos investigados pelo MP-PR, o secretário de Obras Cesar Furlan assinou ao menos nove termos aditivos em processos suspeitos de fraudes. A expectativa é que o secretário seja investigado a partir das análises dos documentos apreendidos no dia 28 de junho.

MAIS CARO

Referente à concorrência pública 29/2019, destinada à execução de canal de drenagem da bacia do Rio Mimbi, o secretário de Obras Furlan assinou seis termos aditivos avalizados pelo servidor Lincon Oeda, à época diretor extraordinário de Acompanhamento de Projetos e Planos de Contenção de Enchentes. Estimada em R$ R$ 4.998.151,38, a obra custo ao final R$ 6.267.959,15.

Já a Concorrência Pública 34/2018, promovida para realização de obras de drenagem e pavimentação na região do bairro Três Lagoas, o secretário Furlan assinou outros três termos aditivos justificados como necessários pelo servidor Lincon Oeda. Com valor inicial fixado em R$ 1.078.476,93, a obra foi finalizada por R$ 1.371.992,96.

CARGO DE CONFIANÇA

Suspeito de fraudar licitações para favorecer suposto cartel formado por empresas laranjas, o servidor Ivan Oeda também já chefiou a secretaria de Obras, ocupando o cargo entre setembro de 2018 e março de 2019. Após deixar o comando da pasta, assumiu como diretor extraordinário de Acompanhamento de Projetos e Planos de Contenção de Enchentes, período em que teria praticado as irregularidades investigadas pela operação Male Opus. Atualmente, Oeda coordena a Diretoria de Mobilidade Urbana e Drenagem, vinculado à Secretaria Municipal de Planejamento.

CONTINUA

Para a prefeitura de Foz do Iguaçu, não há motivos para afastar o servidor investigado por corrupção e associação à organização criminosa. "O servidor continua exercendo sua função na Diretoria de Mobilidade Urbana e Drenagem, até que as investigações internas da prefeitura sejam concluídas. Embora exista um processo em andamento, é importante ressaltar que todas as obras sob sua supervisão foram finalizadas".

Segundo a assessoria de comunicação do prefeito Chico Brasileiro, "apesar do processo em curso, é importante destacar que todas as obras sob a responsabilidade do servidor foram concluídas com êxito e devidamente encaminhadas para o Tribunal de Contas do Estado do Paraná".

Procurado, Ivan Oeda não foi localizado para comentar as acusações. Já o casal de empresários não respondeu aos telefonemas.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada no Jornal Tribuna Popular (Mídia Impressa) - Edição 358, páginas 10 e 11

 

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