Cirurgias no Hospital Municipal tiveram queda de 52% em janeiro e fevereiro
Por Tribuna Foz dia em Notícias

100 DIAS DE CAOS
Cirurgias no Hospital Municipal tiveram queda de 52% em janeiro e fevereiro
Durante a campanha, general prometeu zerar as cirurgias eletivas; hoje, 25 mil aguardam na fila e os pacientes sofrem nos corredores do hospital
Se fosse série da Netflix, teria o selo de "baseado em fatos lamentáveis". Mas não é ficção. É a vida real, e muito dolorosa. 100 dias depois de assumir, Silva e Luna transformou o Hospital Municipal num cenário que mistura drama hospitalar, filme de terror e tragicomédia política.
Durante a campanha ele prometeu acabar com as filas de cirurgias eletivas. Resultado? Agora temos 25 mil pessoas na fila. Isso mesmo. Um bairro inteiro da cidade aguardando bisturi para salvar a vida.
E sua campanha, Silva e Luna apareceu em vídeos dizendo que em sua gestão "ninguém mais ia sofrer esperando cirurgia". Talvez ele estivesse falando da sua própria família - porque o povo mesmo está largado nas macas, jogado nos corredores e aguardando atendimento como quem aguarda o cometa Halley: sem esperança de ver isso acontecer tão cedo.
Planilha não mente
Os números são de arrepiar até o mais cínico gestor de planilhas: em janeiro e fevereiro de 2024, foram 2.074 internações para procedimentos cirúrgicos. Em 2025? Apenas 985. Uma queda de 52,5%. Metade das pessoas atendidas. E o dobro da revolta nas ruas.
O Hospital Municipal virou pauta da mídia. No dia 23, a Globo esteve lá e filmou a realidade triste que a prefeitura insiste em negar: 247 pacientes para 218 leitos. A conta não fecha nem com malabarismo orçamentário. E quem paga por essa matemática perversa é a população. Imagens mostram gente chorando de dor nos corredores, mães implorando por atendimento para os filhos, idosos esperando horas por uma vaga que nunca vem. E a diretora do hospital, com toda a tranquilidade, foi na TV e declarou: todos serão atendidos.
Culpa da imprensa?
"Não é falta de gestão", diria o prefeito, como se a culpa fosse da imprensa. Mas é, sim. Falta comando, falta planejamento, falta vergonha, vergonha na cara. Porque prometer o céu e entregar o porão é, no mínimo, uma indecência política.
UPAS E UBSs
Enquanto isso, nas UPAs, o clima é de guerra: profissionais exaustos, equipamentos sucateados e pacientes sendo atendidos em condições sub-humanas. Tem gente que vai pra lá com dor e sai com trauma.
O caos não foi construído em um dia, mas Silva e Luna parece ter acelerado a obra como se fosse um PAC do Desespero. Em apenas três meses, desmontou o pouco que funcionava e inaugurou um modelo de gestão onde o improviso reina, a dor é rotina e a promessa de campanha virou piada de mau gosto.
Cem dias depois, o que resta é um hospital doente, um sistema em colapso e uma população cada vez mais descrente. Se a saúde pública fosse um paciente, estaria na UTI - sem vaga, sem médico, e esperando o milagre que Silva e Luna jurou entregar. Até agora, só entregou caos.
Cortesia com chapéu alheio
A poucos dias atrás a prefeitura divulgou um grande feito. O Hospital Municipal Padre Germano Lauck voltou a receber o selo "UTI Eficiente", concedido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e pela Edimed Solutions. O reconhecimento se baseou em critérios assistencial e qualidade dos cuidados críticos.
No entanto, é necessário entender que o sele se refere ao desempenho do hospital em 2024, e não à atual gestão, configurando claramente que a atual gestão fez cortesia com chapéu alheio.
Saudade do Chico
Com estas atitudes promovidas pelo Prefeito general Silva e Luna, assessorado diretamente pelo seu braço direito (político), Coronel Áureo, a população começa a ter saudades do ex-prefeito Chico Brasileiro. Ou melhor do então Diretor da Fundação Municipal de Saúde André Buriasco, pois na época, mesmo com todas as dificuldades, as cirurgias aconteciam, uma coisa que não acontece nos dias de hoje.
Dr. André Buriasco teve a gestão com maior média de cirurgias desde 2019, mesmo enfrentando duas epidemias de dengue, as médias de cirurgias bateram os maiores médias.
Em consulta as entrevistas a época, Dr. André Buriasco teria dito "o cuidado com o giro de leitos e a boa integração entre diretoria e trabalhadores é essencial para a melhora nos resultados".
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 412, Página 4, de autoria do jornalista Enrique Alliana