NO APAGAR DAS LUZES

Começa a aparecer as "mutretas" dos últimos dias da administração Chico Brasileiro

Prefeito Chico Brasileiro teria autorizado dar gratificação de 100% sobre o salário para uma servidora no dia 30 de dezembro

Segundo denúncia anônima, os últimos atos da administração de Chico Brasileiro, prefeito de Foz do Iguaçu, têm sido alvo de sérias acusações que apontam irregularidades e possível má gestão nos bastidores do poder público. Entre as acusações, destaca-se uma manobra envolvendo a Fundação Municipal de Saúde, que teria ocorrido no apagar das luzes da administração.

Conforme o relato, Alessandra Gonzaga, servidora efetiva da Fundação Municipal de Saúde e ocupante do cargo de Supervisora de Atendimento, teria recebido uma gratificação de 100% sobre seu salário de forma irregular. A medida foi oficializada por meio da Portaria nº 302/2024, publicada na Edição Extraordinária do Diário Oficial do Município nº 5.127, de 30 de dezembro de 2024. Os efeitos da portaria produzem efeitos a partir de 1º de janeiro de 2025. O problema, segundo a denúncia, é que tal gratificação foi concedida sem passar pela apreciação do Conselho Curador da Fundação, um requisito essencial para validar mudanças dessa natureza.

A acusação recai diretamente sobre Elizane Maria Galli de Souza Maia, então Diretora Presidente da Fundação, que teria assinado a gratificação de forma indevida. A denunciante anônima questiona a legalidade e a ética do ato, considerando que Elizane teria concedido a gratificação a menos de 48 horas de deixar o cargo, já que sua exoneração ocorreu automaticamente no 1º de janeiro de 2025, com a posse do novo prefeito General Silva e Luna, que teria nomeado a nova diretora, Iélida Santos da Silva.

O Conselho Curador, órgão responsável por validar qualquer alteração ou benefício relacionado à Fundação Municipal de Saúde, não teria sido consultado ou sequer informado sobre a medida. Esse detalhe torna o ato administrativo ainda mais questionável, visto que, de acordo com o estatuto da Fundação, toda e qualquer decisão que envolva concessão de gratificações ou mudanças estruturais deve ser previamente submetida à análise e aprovação do Conselho.

A denunciante não poupou críticas, destacando o que considera uma atitude de má fé por parte de Elizane Maia. A manobra foi vista como uma tentativa desesperada de beneficiar uma servidora específica sem respeitar as normas e os trâmites legais. Para reforçar suas acusações, a denunciante citou a página 234 da edição do Diário Oficial onde a portaria foi publicada, apontando a transparência aparente da irregularidade.

Além disso, a situação levanta questionamentos sobre o legado da administração Chico Brasileiro, que encerrou seu mandato cercado de controvérsias e insatisfação popular. Para muitos, o caso de Alessandra Gonzaga e a gratificação irregular simbolizam práticas administrativas que colocam interesses pessoais acima do coletivo, comprometendo a credibilidade das instituições públicas da cidade.

Agora, com a nova gestão à frente da Fundação Municipal de Saúde, há uma expectativa de que a situação seja investigada e que eventuais irregularidades sejam corrigidas. A comunidade aguarda uma posição oficial tanto da nova Diretora Presidente quanto do Conselho Curador, que deverá esclarecer se a gratificação será mantida ou revogada e se os responsáveis pelo ato serão penalizados.

Casos como esse ressaltam a importância de transparência e responsabilidade na gestão pública, especialmente em áreas essenciais como a saúde. A denúncia ainda está sendo analisada, mas serve como um alerta para que os cidadãos e órgãos fiscalizadores fiquem atentos a possíveis abusos de poder em momentos de transição administrativa.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 304, página 9, de autoria do Jornalista Enrique Alliana