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Continua a saga da "Industria da Multa" do General Silva e Luna

Por Tribuna Foz dia em Notícias

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MAIS MULTAS

Continua a saga da "Industria da Multa" do General Silva e Luna

Uma blitz onde 1/3 dos veículos abordados foram apreendidos; Mais pareceu um pedágio improvisado, com motos e carros alinhados à margem da rua enquanto agentes cumpriam “ordens superiores”

Enrique Alliana - Jornalista

A cada nova operação do FOZTRANS, a sensação de que a gestão do General Silva e Luna transformou o trânsito de Foz do Iguaçu em um caixa registradora fica mais evidente.

Na noite de 22 de novembro de 2025, mais um capítulo dessa novela se desenrolou: A Foztrans desencadeou a Operação Cavalo de Aço, realizada na Avenida Tancredo Neves, em conjunto com o GOT da Guarda Municipal. Embora apresentada como ação de fiscalização, a operação pareceu ter um único objetivo, reforçar a arrecadação às pressas antes do fim do ano.

Foram 152 veículos abordados. Destes, 45 recolhidos ao pátio. A proporção fala por si: quase um terço dos abordados acabou guinchado. A cena, que deveria refletir cuidado com a segurança viária, mais pareceu um pedágio improvisado, com motos e carros alinhados à margem da rua enquanto agentes cumpriam “ordens superiores”. É difícil defender que isso seja política pública séria quando o método lembra mais uma blitz de arrecadação do que de prevenção.

A situação se agrava quando analisamos o contexto. Nos últimos dias, o Jornal Tribuna Popular expôs a superintendente do FOZTRANS, Aline Maicrovicz, apontada como “queridinha” do prefeito, e que agora será alvo da CPI do Foztrans. A investigação pretende apurar justamente a suspeita de existência de uma “Indústria da Multa”, expressão que ecoa pelas ruas, pelos corredores políticos e até entre servidores do próprio órgão. E não é por acaso. Vereadores apresentaram números alarmantes: somente no primeiro semestre, Foz registrou quase 500 multas por dia.

Para uma cidade de 260 mil habitantes, o número é totalmente desproporcional e escancara a distorção de prioridades.

Diante disso, uma pergunta simples se impõe: estamos diante de uma política séria de educação no trânsito ou de um mecanismo desesperado de arrecadação para tampar rombos financeiros da gestão Silva e Luna?

A raiz do problema não está isolada no FOZTRANS. Um dos gatilhos da crise é a decisão do governador Ratinho Junior de reduzir em 45% o IPVA a partir de 2026. Com a alíquota caindo de 3,5% para 1,9%, municípios como Foz do Iguaçu perderão boa parte da receita que sustenta áreas como mobilidade urbana e manutenção viária. Para ilustrar: um veículo de R$ 150 mil, que antes rendia R$ 5.250 ao Estado — metade repassada ao município — agora gerará apenas R$ 2.850. A perda é expressiva e afeta diretamente o caixa municipal.

Somando essa queda à crescente alta nos custos de contratos e operações do FOZTRANS, o cenário fiscal da autarquia parece ter entrado em colapso. E, diante do abismo financeiro, a resposta encontrada pelo governo municipal soa tão simples quanto perversa: multar mais, multar sempre, multar quem aparecer pela frente.

Resta saber até quando a população aceitará pagar a conta da má gestão travestida de fiscalização. Até quando operações como a Cavalo de Aço serão vendidas como proteção ao cidadão, quando na verdade funcionam como salvavidas de uma administração perdida entre decretos autoritários, arrecadação artificial e um trânsito cada vez mais hostil.

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