Em primeiro decreto, Milei corta pela metade número de ministérios
Por Tribuna Foz dia em Notícias
Em primeiro decreto, Milei corta pela metade número de ministérios
Segundo imprensa local, governo do presidente eleito da Argentina terá 9 pastas. Antecessor Alberto Fernández tinha 18 ministros
Empossado presidente da Argentina neste domingo (10/12/2023), Javier Milei já assinou o primeiro decreto de sua gestão. A medida reduz o número de ministérios do país a nove, a metade do que tinha seu antecessor, o agora ex-presidente Alberto Fernández.
O governo do ultraliberal terá, assim, as seguintes pastas:
• Ministério de Interior;
• Ministério de Relações Exteriores;
• Ministério de Comercio Internacional e Culto;
• Ministério da Defesa;
• Ministério da Economia;
• Ministério de Infraestrutura;
• Ministério da Justiça;
• Ministério de Segurança;
• Ministério da Saúde e Capital Humano.
Segundo Milei, a medida é a primeira para cortar gastos públicos, uma das bandeiras que ele levantou durante discurso neste domingo.
"Não existe solução sem atacar o déficit fiscal. A solução implica um ajuste no setor público, que cairá sobre o Estado, e não sobre o setor privado", disse.
Milei afirmou que, no curto prazo, a situação deve piorar até que as primeiras medidas comecem a dar resultado. E reiterou que o governo não tem dinheiro: "Lamentavelmente tenho que dizer, 'no hay plata'".
"Isso impactará de modo negativo a atividade, o emprego, a quantidade de pobres e indigentes. Haverá estagflação [situação em que há estagnação da economia e inflação alta], mas é algo muito diferente do que tivemos nos últimos 12 anos. Será o último gole amargo para começar a reconstruir a Argentina", disse.
"Não será fácil: cem anos de fracasso não se desfazem num dia, mas um dia começa, e hoje é esse dia."
O presidente argentino discursou nas escadarias do Congresso, para seus eleitores. É uma quebra de protocolo, porque normalmente esse discurso ocorre dentro do parlamento.
Mais tarde, já na Casa Rosada, falou ao público de novo e disse que sua eleição representa "o fim da noite populista e o renascer da Argentina próspera e liberal".
Entre as autoridades que participaram da posse estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O presidente Lula não foi a Buenos Aires e mandou seu chanceler, Mauro Vieira, como representante do Brasil.
Veja abaixo frases do discurso de posse no Congresso:
• Hoje começa uma nova era na Argentina.
• Damos por terminada uma longa e triste história de decadência e começamos o caminho da reconstrução do país.
• Hoje enterramos décadas de fracasso.
• Nossos líderes decidiram abandonar um modelo que nos havia deixado ricos e abraçaram as ideias empobrecedoras dos coletivismo, um modelo que só gera pobreza.
• Assim como a queda do Muro de Berlim marcou o fim de uma época trágica para o mundo, essas eleições marcaram o ponto de quebra para a nossa história.
• Sabemos que no curto prazo a situação vai piorar.
• Na área de segurança, a Argentina se converteu em um banho de sangue. O narcotráfico se apoderou das nossas ruas.
• A única forma de sair da pobreza é com mais liberdade.
Inflação
Milei também mencionou a elevada inflação, acima de 140% ao ano, e atribuiu a culpa aos governos peronistas. Antes de Alberto Fernández, que deixa o cargo agora, quem governou foi Mauricio Macri, que é de direita e aliado de Milei. Antes de Macri, Cristina Kirchner
"Arruinaram a nossa vida e fizeram cair dez vezes os nossos salários. Portanto, não deveria surpreender que estejam deixando 45% de pobres e 10% de indigentes."
"Os argentinos, de forma contundente, expressaram uma vontade de mudança que já não tem retorno. Não há retorno. Hoje enterramos décadas de fracassos e disputas sem sentido. Brigas que só conseguiram destruir o nosso país e nos deixar em ruínas. Hoje começa uma nova era na Argentina, de paz e prosperidade", afirmou.
Fonte: G1