Enio Verri: O "Dedo Podre" da política em Foz do Iguaçu?
Por Tribuna Foz dia em Notícias

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Enio Verri: O "Dedo Podre" da política em Foz do Iguaçu?
Enio passou a estar associado a escolhas que muitos consideram desastrosas; Se continuar assim o rótulo de "dedo podre" poderá se tornar um estigma difícil de remover
Enio Verri, ex-deputado federal e atual diretor-geral da Itaipu Binacional, tem gerado polêmica desde sua saída do Congresso. O político, conhecido por sua longa trajetória no Partido dos Trabalhadores (PT), parece enfrentar um período turbulento, com decisões questionáveis e alianças políticas que têm gerado críticas até mesmo dentro de seu próprio partido.
Após sua renúncia ao mandato de deputado para assumir a diretoria da Itaipu, Enio Verri passou a estar associado a escolhas que muitos consideram desastrosas. Um exemplo emblemático foi a indicação de secretários junto a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, e outra a eleição municipal, na qual apoiou três candidatos que amargaram derrotas significativas: Ian Vargas e Luiz Henrique, que concorreram a vereador, e Airton José, candidato a prefeito. Essas apostas frustradas enfraqueceram a imagem de Verri como um articulador político eficaz, especialmente em uma cidade tão estratégica como Foz.
O Desgaste Interno no PT
Os resultados das eleições locais deveriam ter servido como um alerta para Enio Verri e sua base política. Contudo, em vez de recalcular sua estratégia, o político parece continuar a tomar decisões que causam perplexidade. Segundo relatos, Verri agora estaria cogitando apoiar um candidato que nem sequer pertence ao PT nas próximas eleições municipais. Essa decisão seria parte de uma estratégia para abrir espaço político em Foz do Iguaçu para seu irmão, que supostamente pretende disputar uma vaga como deputado estadual.
Essa postura tem sido vista como uma "traição" por parte de membros do próprio partido. O PT, conhecido por sua disciplina interna e fidelidade às suas diretrizes, dificilmente tolera esse tipo de movimentação. A possível aliança com um nome fora da legenda é interpretada como uma tentativa de priorizar interesses pessoais e familiares em detrimento da unidade partidária.
Um diretor político ou apenas um oportunista?
Como diretor-geral da Itaipu Binacional, Enio Verri assumiu uma das posições mais influentes da região. A empresa, um dos maiores empreendimentos hidrelétricos do mundo, não apenas simboliza poder econômico, mas também político. No entanto, críticos apontam que Verri tem utilizado sua posição para fortalecer seus interesses eleitorais, em vez de focar exclusivamente na gestão técnica da binacional. Essa percepção reforça a ideia de que ele estaria mais preocupado em manter sua relevância política do que em desempenhar um papel administrativo eficiente.
Além disso, o apoio a candidaturas fora do PT pode ser visto como um reflexo de desespero diante de seu desgaste eleitoral. A tentativa de criar alianças externas para fortalecer uma eventual "dobradinha" com seu irmão indica que Verri estaria disposto a romper com as tradições partidárias para assegurar um futuro político para sua família.
Um legado de divisão?
Enio Verri corre o risco de deixar um legado marcado pela divisão interna e pela perda de credibilidade. Sua trajetória, antes sólida dentro do PT, agora parece fragilizada por decisões controversas e alianças mal calculadas. O apoio a candidaturas que não correspondem aos valores do partido, somado à percepção de que ele age em benefício próprio, enfraquece não apenas sua imagem, mas também a do PT na região.
Enquanto isso, seus adversários políticos aproveitam o momento para reforçar as críticas contra o diretor-geral da Itaipu, destacando seu aparente "dedo podre" para escolhas políticas. A narrativa de que Verri estaria mais interessado em consolidar poder familiar do que em fortalecer o partido ou a administração pública pode se consolidar caso ele não repense sua postura.
Rumo ao isolamento político?
Se continuar nessa direção, Enio Verri pode enfrentar um isolamento político dentro do próprio PT e na política regional. O apoio interno, que já dá sinais de desgaste, pode se esgotar completamente se ele persistir em suas ações controversas. Além disso, as alianças externas que tenta costurar podem ser insuficientes para resgatar sua relevância eleitoral.
A história recente de Enio Verri serve como um lembrete de que posições de poder exigem responsabilidade e compromisso com as bases que o elegeram. Priorizar interesses pessoais em detrimento da coletividade dificilmente será uma estratégia vencedora a longo prazo. Se quiser recuperar sua credibilidade, Verri precisará demonstrar uma postura mais alinhada com os valores que o levaram ao sucesso político no passado. Caso contrário, o rótulo de "dedo podre" poderá se tornar um estigma difícil de remover.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 404, página 4, de autoria do jornalista Enrique Alliana
Veja o jornal na intregra: https://tribunafoz.com/uploads/files/2025/01/jornal-tribuna-popular-edicao-404-pdf.pdf