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Especialistas afirmam que ataques do Irã a Israel marcam nova etapa de conflitos no Oriente Médio

Por Tribuna Foz dia em Notícias

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Especialistas afirmam que ataques do Irã a Israel marcam nova etapa de conflitos no Oriente Médio

Os especialistas em relações internacionais dizem que os eventos deste sábado (13/04/2024) ameaçam agora se transformar num conflito direto e aberto

Os especialistas em relações internacionais dizem que os eventos deste sábado (13/04/2024) ameaçam agora se transformar num conflito direto e aberto.

De um lado, o Irã e seus aliados regionais. Do outro, Israel e seu parceiro histórico, os Estados Unidos. E que isso precisa ser evitado.

Em entrevista à GloboNews, o professor de relações internacionais e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin, disse que o ataque iraniano a Israel coloca frente a frente duas grandes potências bélicas.

"É uma guerra interestatal de dois países que são potencias bélicas. O Irã tem três vezes o tamanho do exército de Israel, em termos de tropas de soldados. O Irã tem uma marinha extremamente poderosa. Israel controla os céus do Oriente Médio, mas Irã tem também uma forte força aérea. Os Estados Unidos têm bases militares no Qatar, no Bahrein, no Kuwait, Iraque, na Síria e na Jordânia", afirma Vitelio.

O Irã tem no governo sírio de Bashar Al-Assad um aliado chave desde que a guerra estourou no país em 2011. No Iraque , grupos armados dão forte apoio a Teerã. No Líbano, o grupo xiita Hezbollah é alinhado ao governo iraniano. E no Iêmen, os houthis, milicianos de um movimento majoritariamente xiita, também.

Também na GloboNews, o professor Victor de Vecchio, mestre em direito internacional, deu detalhes sobre a atuação dos grupos inimigos de Israel e falou sobre o que pode acontecer a partir de agora.

"Você tem membros do Hezbollah, dos houthis iemenitas que vão ao Irã estudar engenharia, ciência política, que absorvem conhecimento. E, inclusive, é de lá que vem muitas das matérias primas dos próprios armamentos que são usados. Então não é avaliar só a capacidade desses grupos específicos, mas lembrar que eles são alimentados pelo Irã, que é uma nação muito potente, que é uma nação com dinheiro, que poderia sustentar uma guerra, inclusive", afirma.

"Iraque e Líbano são países muito fragmentados, né? o Iêmen, ele é o país árabe mais pobre que existe. Ele passa por aquela que talvez seja pior crise humanitária da atualidade - muito embora seja muito pouco falado, é uma guerra que se alastra por anos, muito dura para a população. Ele é completamente dividido entre os dois grupos que disputam esse domínio no país. O Iraque é um país que tem um governo muito frágil, que tem regiões dominadas por diversos grupos. Existe um equilíbrio muito delicado e que por vezes ele também tem uma série de problemas. E o Líbano, por sua vez, é um país muito fragmentado, com disputas políticas, com sistema político que não permite essa união. Então, ao mesmo tempo que não são os países propriamente entrando nessas guerras, são grupos que são poderosos e financiados pelo Irã.

Também na GloboNews, a professora da Universidade Federal de Santa Catarina Danielle Ayres destacou como esse novo conflito com o Irã pode mudar o posicionamento dos Estados Unidos.

"A gente passa a ter um comprometimento maior por parte dos Estados Unidos de apoio efetivo a Israel. E isso pode, efetivamente, virar uma pressão para Joe Biden dentro do seu território, e obviamente dentro de toda lógica da política interna dos EUA voltada para as eleições", diz.

O professor de relações internacionais Oliver Stuenkel explicou que um conflito direto entre Israel e Irã seria uma péssima notícia para o presidente americano, que tenta se reeleger este ano.

"Eu acho que existe uma chance de Israel não buscar agora escalar esse conflito em resposta ao ataque iraniano porque os EUA farão de tudo para evitar agora um confronto direto entre Israel e o Irã, afinal uma guerra no oriente médio envolvendo diretamente Irã e Israel seria uma péssima notícia para os EUA. Poderia ter um impacto negativo para a economia global e, portanto, limitar e diminuir as chances do presidente Biden se reeleger em novembro. Então a pressão americana sobre Israel será grande e me parece que Washington fará de tudo para garantir que a resposta de Israel aos ataques iranianos será uma resposta moderada, mas se já estamos nesse nível de ataques, o risco de erros de cálculo, o risco de líderes serem pressionados pela opinião pública torna todo o cenário bastante imprevisível", afirma.

Fonte: G1

 

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