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"Eu mesmo dou no meio dela", diz áudio compartilhado por Dr. Freitas em ameaça à candidata a vereadora

Por Tribuna Foz dia em Notícias

"Eu mesmo dou no meio dela", diz áudio compartilhado por Dr. Freitas em ameaça à candidata a vereadora
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VIOLÊNCIA POLÍTICA

"Eu mesmo dou no meio dela", diz áudio compartilhado por Dr. Freitas em ameaça à candidata a vereadora

Na disputa por uma vaga na Câmara Municipal, a petista Luciana Moreira foi chamada de otária e teve sua imagem "encaminhada com frequência" pelo próprio vereador

Áudio, imagem e texto compartilhados pelo próprio Dr. Freitas (PSDB) via mensagens de WhatsApp para um grupo de professoras da rede municipal de Educação evidenciam o parlamentar como autor de violência política contra a candidatura de Luciana Moreira (PT) à Casa de Leis de Foz do Iguaçu.

A situação foi registrada pela vítima por meio de um Boletim de Ocorrência (BO) feito em 31 de julho passado. No documento, a petista formalizou denúncia contra o parlamentar pelos crimes de ameaça e difamação. Segundo demonstrado pela autora, na manhã de 31 de julho ela foi surpreendida por colegas ao ser informada de que seu nome estaria sendo alvo de ataques por parte do vereador.

Com imagens em que aparece sob o destaque de "essa não", seguidas de um áudio ameaçador e definida como otária, Luciana apresentou provas que evidenciam Foz do Iguaçu como cenário propício para novas tragédias como a ocorrida em 2022 após o guarda municipal Marcelo Arruda ser assassinado por um bolsonarista em sua própria festa de aniversário.

De acordo com o material apresentado pela professora, o vereador Dr. Freitas agiu em ameaça direta à integridade física da candidata. Por meio de áudio gravado por um homem que demonstra ser seu apoiador, o parlamentar distribuiu os ataques para grupos de professoras do Município.

"Ah não, aqui o pessoal aqui é bem consciente. Deixa ela vim aqui, essa otária. Eu mesmo dou no meio dela, a hora que eu tiver meio ruim. Mas deixa comigo. Agora aparece gente só pra sair nas fotos, que nunca apareceu aqui. Pode deixar comigo. Esquenta a cabeça não que o pessoal aqui é bem tranquilo. Aqui ninguém abre. Ninguém vai abrir mão de votar em você não. Pode ficar sossegado. Aqui é 100%", afirma o homem ainda não identificado em áudio compartilhado pelo vereador.

Conforme apurado pela reportagem, após o registro do BO a Polícia Civil instaurou um procedimento criminal. A vítima já foi ouvida e o vereador intimado para audiência nos próximos dias.

POLÍTICA

População e autoridades devem estar atentos à escalada da violência política em Foz do Iguaçu

A população e as autoridades devem estar atentos à escalada da violência política em Foz do Iguaçu nas próximas eleições municipais. Diante do acirramento da disputa local e da radicalização em nível nacional, a cidade é considerada um barril de pólvora prestes a explodir.

Em 2022, após o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda em sua festa de aniversário, o final do primeiro turno foi marcado por tiros contra petistas que comemoravam a vitória do presidente Lula na região da Vila Yolanda.

O comportamento irresponsável dos vereadores Adnan e Dr. Freitas escancaram a necessidade de controle rígido por parte das autoridades policiais e, principalmente, da Justiça Eleitoral, em não ser condescendente com qualquer tipo de violência. Apenas dessa forma Foz do Iguaçu terá condição de manifestar sua cidadania através do voto, com respeito ao eleitor, sem ameaças e muito menos sem mais mortes.

MARCELO ARRUDA

O assassinato aconteceu em 9 de julho de 2022, durante a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, cujo tema era o então candidato a presidente Lula (PT).

Na ocasião, Guaranho passou de carro em frente ao salão de festas aos gritos de "aqui é Bolsonaro" e "Lula ladrão". Eles discutiram e, mais tarde, o ex-policial penal voltou ao local e atirou contra o guarda municipal.

O petista, já ferido no chão, baleou o bolsonarista, que ficou internado em um hospital antes de ser transferido para a prisão. Passados mais de dois anos do assassinato, Guaranho ainda não foi julgado.

Em junho passado a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná decidiu tirar de Foz do Iguaçu o júri popular do ex-policial penal bolsonarista. O tribunal optou por transferir o júri para Curitiba, decisão que acolheu um pedido da defesa do réu. Cabe recurso contra a ordem. O relator do julgamento, desembargador substituto Sergio Luiz Patitucci, avaliou que a realização do julgamento em Foz do Iguaçu abriria o risco de parcialidade dos jurados.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 386, páginas 6 e 7

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