Família de idoso se revolta com demora na liberação de corpo no SVO em Foz do Iguaçu
Por Tribuna Foz dia em Notícias
DESUMANO
Família de idoso se revolta com demora na liberação de corpo no SVO em Foz do Iguaçu
Segundo os familiares, ao entrar em contato com o SVO, foram informados de que não havia plantonista disponível no período noturno
Na noite de domingo, 24 de novembro de 2024, a família de José Ciríaco de Souza, de 85 anos, manifestou sua indignação devido a um episódio que consideraram desrespeitoso no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Foz do Iguaçu. O idoso, que faleceu por causas naturais em sua residência no bairro Jardim São Paulo, por volta das 18h, teve seu corpo retido no SVO até a manhã seguinte, causando grande sofrimento à família.
Segundo os familiares, ao entrar em contato com o SVO, foram informados de que não havia plantonista disponível no período noturno e que a liberação do corpo só poderia ocorrer no dia seguinte. Para os parentes, a situação evidenciou negligência e despreparo na gestão do serviço, especialmente em um momento de fragilidade emocional como o luto.
"É um absurdo passarmos por isso em um momento tão delicado. Estamos enterrando um ente querido e, ainda assim, enfrentamos mais sofrimento por conta de uma burocracia desumana e da falta de estrutura adequada", desabafou um dos filhos de José.
A família destacou que a espera prolongada causou grande transtorno, dificultando os trâmites necessários para o velório e sepultamento. Além disso, eles apontaram que outras famílias podem estar enfrentando situações semelhantes e cobraram providências das autoridades locais para garantir que o SVO funcione de forma plena e contínua.
Críticas à gestão da saúde
A revolta dos familiares reacendeu debates sobre a gestão da saúde pública em Foz do Iguaçu, particularmente em relação ao SVO. Desde que a Dra. Bárbara Castro assumiu como Diretora Técnica da Fundação Municipal de Saúde, lembrando que a Dra. Barbara é responsável pelas escalas médicas do governo Chico Brasileiro e hoje a Dra. Barbara é considerada um braço direito do General Silva e Luna na saúde. Dra Barbara teria tomado uma das medidas mais polêmicas que foi o fim dos plantões noturnos no SVO, mesmo com o serviço recebendo verbas federais para seu funcionamento.
"O que vimos aqui é resultado de decisões equivocadas que priorizam cortes ao invés do atendimento humanizado. A saúde pública deve ser para todos, sem distinções", afirmou um familiar, referindo-se à suposta prática de liberação diferenciada de corpos quando o falecido é amigo ou conhecido de autoridades locais.
As críticas também se estenderam ao Ministério Público, acusado de omissão diante de denúncias de favorecimento. "Quando é parente ou amigo do prefeito, o corpo é liberado imediatamente. Mas, se não tem influência, as famílias ficam à mercê da burocracia. Onde está a igualdade de direitos?", questionou outro familiar, visivelmente abalado.
A necessidade de mudança
A comunidade e lideranças locais têm pressionado a prefeitura e a Secretaria de Saúde para reavaliar a estrutura e o funcionamento do SVO. A demanda por plantões médicos noturnos é uma das reivindicações mais urgentes. Para muitos, a ausência desse serviço no período noturno é um retrocesso que desconsidera a natureza imprevisível de óbitos e o impacto emocional sobre as famílias.
O caso de José Ciríaco de Souza não é isolado. Relatos de situações similares têm surgido nas redes sociais, evidenciando um problema sistêmico. "A dor da perda já é enorme. Ser tratado com descaso por quem deveria nos acolher só aumenta essa dor", escreveu uma moradora em apoio à família.
O que dizem as autoridades
Até o momento, nem o prefeito de Foz do Iguaçu, nem representantes do SVO ou da Secretaria de Saúde emitiram um comunicado oficial sobre o caso. Contudo, a repercussão negativa tem gerado pressão para respostas concretas e ações imediatas.
A população espera que o episódio sirva como alerta para melhorias no serviço público de saúde e que medidas sejam adotadas para garantir que o SVO esteja à disposição 24 horas por dia, com atendimento ágil e digno. Para os familiares de José, a luta vai além do caso particular, buscando evitar que outras pessoas passem pelo mesmo sofrimento.
"Não podemos deixar isso passar. O respeito deve ser prioridade. Meu pai era um homem simples, mas merecia dignidade, assim como qualquer cidadão de Foz do Iguaçu", concluiu emocionado um dos filhos.
O episódio reflete a importância de políticas públicas que priorizem a qualidade no atendimento e a humanização dos serviços essenciais, especialmente em momentos de vulnerabilidade, como o luto.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 400, página 11, de autoria do Jornalista Enrique Alliana