VERGONHA

FozHabita não construiu nenhuma casa até agora, mas vai gastar R$ 182 mil em "lanchinhos"

Pastéis, risoles, coxinhas, bolinhas de queijo e bolos simples de cenoura, coco, chocolate ou laranja: tudo por conta do povo para engordar os diretores do Fozhabita

Se os eleitores de Foz do Iguaçu tinham alguma esperança de que a política local passaria por uma transformação positiva com a eleição do General Silva e Luna, agora muitos se sentem frustrados e traídos. O que parecia ser uma nova era de gestão austera, com disciplina militar e compromisso com o dinheiro público, se revelou, até o momento, um teatro de intenções. E, pior: com indícios de desperdício de recursos em meio a uma cidade que clama por moradia popular.

A mais recente denúncia que circula nos bastidores da política e agora começa a vir à tona, envolve diretamente o Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu, o FozHabita - autarquia municipal responsável por executar políticas públicas habitacionais e combater o déficit de moradia na cidade. Sob o comando do Diretor Superintendente Ivatan Batista, o instituto ainda não entregou sequer uma casa popular desde o início da atual gestão. Isso mesmo: nenhuma casa foi construída até agora.

Um gasto inusitado e questionável

Apesar da inércia nas ações principais da autarquia - que deveria estar construindo lares para as famílias de baixa renda - o FozHabita parece bastante ativo em outras áreas. Na Edição nº 5.221 do Diário Oficial, datada de 13 de maio de 2025, na página 62, foi publicada a homologação do processo licitatório para contratação de serviços de coffee break, no valor total de R$ 182.250,00. O contrato prevê o fornecimento de lanches como pastéis, risoles, coxinhas, bolinhas de queijo e bolos simples de cenoura, coco, chocolate ou laranja. Cada item, pasmem, está orçado em R$ 22,50 a unidade.

Para se ter uma ideia, uma rápida visita às banquinhas populares na frente do FozHabita revela que os mesmos salgados são vendidos por R$ 6,00 cada. Uma diferença gritante de R$ 16,50 por unidade, o que levanta sérias suspeitas de superfaturamento e favorecimento indevido. E os sucos de 250ml, incluídos no cardápio, são oferecidos nos sabores laranja, uva, caju, maracujá, pêssego ou goiaba - mas a um custo que não condiz com a realidade do mercado.

O silêncio e o "acerto"

Questionados pelo jornalista da Tribuna Popular, alguns servidores do próprio FozHabita reagiram com desconforto. Em off, um deles teria dito que "já estava tudo acertado". Uma expressão perigosa, que pode sugerir desde acordos administrativos VERGONHA prévios até, infelizmente, conluios pouco republicanos.

Afinal, o que significa esse "tudo acertado"? Um processo transparente, com orçamentos abertos e concorrência real? Ou algo mais obscuro, que mereceria uma investigação rigorosa dos órgãos de controle e do Ministério Público?

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 414, Página 4