General Silva e Luna, de militar austero a prefeito questionado
Por Tribuna Foz dia em Notícias

VERGONHA
General Silva e Luna, de militar austero a prefeito questionado
Alguns dizem que "a raposa passou a cuidar do galinheiro", outros acham que "o general virou dono do rancho, mas os soldados continuam famintos". O fato é que o fiasco continua
A gestão do General Silva e Luna chegou à prefeitura com o discurso forte da moralidade, da responsabilidade e da disciplina. Um general da reserva, experiente, que prometia revolucionar a administração com a eficiência e ética características das Forças Armadas. Mas o que se vê na prática é algo bem diferente.
Na campanha, o General contou com apoio expressivo de profissionais e fornecedores, entre eles Ivatan Batista, hoje à frente do FozHabita. Segundo dados públicos, Batista teria prestado serviços no valor de R$ 628.193,80 à campanha de Silva e Luna, o que representa cerca de 25% de toda a receita financeira da campanha eleitoral. Logo após a eleição, foi nomeado ao cargo de comando na autarquia - o que já gerou críticas por suspeitas de retribuição política.
Mas, mais preocupante do que a nomeação, é a falta de entregas concretas do FozHabita. Em uma cidade com milhares de pessoas aguardando o direito à moradia digna, nenhuma casa foi construída em quase seis meses de gestão. Nenhuma pedra fundamental. Nenhuma inauguração. Nada.
Onde está a austeridade?
Durante a campanha eleitoral, Silva e Luna foi incisivo ao prometer austeridade, seriedade e comprometimento com os recursos públicos. Discurso que seduziu boa parte da população, cansada de escândalos e gestões desastrosas. No entanto, a realidade aponta para outra direção.
Não bastasse a falta de obras habitacionais, o gasto elevado com lanches sofisticados e preços estranhos à realidade local acende um alerta vermelho. A população se pergunta: onde está a fiscalização da Câmara de Vereadores? Onde estão os conselhos de transparência? Onde estão os auditores internos? Tudo parece silenciado sob o argumento da legalidade formal dos processos.
A analogia feita por críticos é dura, mas ilustrativa: "a raposa agora cuida do galinheiro". Ou ainda: "o general virou dono do rancho, mas os soldados continuam com fome". É como se os oficiais estivessem degustando leite condensado, enquanto a tropa se contenta com pão seco.
E a comparação com gestões passadas?
Para muitos, a atual administração caminha rapidamente para ultrapassar, em impopularidade e ineficiência, a famigerada gestão de Hary Daijo - frequentemente lembrada como um dos piores períodos da política iguaçuense. A diferença é que, agora, as expectativas eram altas. E justamente por isso, a decepção é maior.
Até o momento, a gestão Silva e Luna tem acumulado tropeços, promessas não cumpridas e uma série de atitudes que reforçam a desconfiança. O episódio do FozHabita, com valores questionáveis e nenhuma entrega real, é apenas mais um capítulo dessa novela preocupante.
A sociedade precisa reagir
Não se trata apenas de criticar por criticar. Trata-se de responsabilidade cidadã. A população de Foz do Iguaçu merece respeito, merece casas construídas com planejamento e justiça social - não gastos excessivos com coffee break. O que está em jogo aqui não é apenas um contrato de lanches, mas o modelo de gestão pública adotado pela atual administração.
Enquanto a fila por moradias populares aumenta, o que se vê é uma máquina pública inoperante para quem mais precisa, mas ágil para licitações saborosas. A esperança depositada no "general" parece estar se esvaindo em meio a bolinhos de queijo superfaturados.
A pergunta de quase 200 mil eleitores
Quantas casas populares poderiam ter sido iniciadas com R$ 182 mil? Quantas famílias poderiam estar hoje com a chave na mão? Quantas crianças poderiam dormir com segurança sob um teto digno? A resposta, infelizmente, não está no Diário Oficial. Está nas ruas, nos barracos improvisados, nos terrenos invadidos, nas promessas esquecidas e nos lanches caríssimos pagos com o suor do povo.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 414, Página 5, de autoria do Jornalista Enrique Alliana