Lula pode mexer na Itaipu em sua reforma ministerial
Por Tribuna Foz dia em Notícias

SACO CHEIO
Lula pode mexer na Itaipu em sua reforma ministerial
O descontentamento de Lula é tão grande com Enio Verri que ele já teria sondado seu velho amigo Jorge Samek para retornar à diretoria
A gestão de Enio Verri à frente da Itaipu Binacional tem sido marcada por uma série de controvérsias e trapalhadas que colocam em xeque a eficiência e a responsabilidade da atual diretoria.
Fontes próximas ao Palácio do Planalto indicam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria insatisfeito com o desempenho de Verri e sua equipe, considerando promover mudanças na liderança da empresa.
Prejuízo
Pela primeira vez em sua história, a Itaipu Binacional registrou um déficit de R$ 333 milhões em 2024. Esse resultado alarmante foi apontado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e atribuído a erros no cálculo do valor necessário para manter a conta de comercialização de energia da usina. Traduzindo: má gestão de Enio Verri. Embora a empresa tenha emitido nota negando o déficit em suas contas, a realidade financeira aponta para um rombo significativo que pode impactar diretamente as tarifas de energia elétrica para os consumidores brasileiros.
Com energia mais cara, baixará ainda mais a popularidade do governo e Itaipu tem sua responsabilidade por causa da gastança.
Conflitos indígenas
A atuação de Enio Verri também tem sido criticada pela maneira como a Itaipu tem lidado com as comunidades indígenas. Em Dourados, Mato Grosso do Sul, uma ação violenta da Polícia Militar em novembro de 2024 resultou em feridos e presos entre os indígenas que protestavam por acesso à água, um direito básico negligenciado por atos desastrados da Itaipu que renderam criticas de deputados.
Além disso, na região oeste do Paraná, especialmente nos municípios de Guaíra e Terra Roxa, os conflitos fundiários se intensificaram, com invasões de terras e confrontos entre indígenas e produtores rurais. A falta de uma mediação eficaz por parte da Itaipu contribuiu para o agravamento da situação, resultando em mortes e crescentes conflitos na região.
Vereadores do PT atribuíram o clima de tensão a incompetência de Enio Verri e sua turma de aloprados.
Investimentos questionáveis e descontentamento popular
A gestão de Verri tem direcionado recursos para projetos em áreas que pouco ou nada têm a ver com a missão da Itaipu. Um exemplo é a destinação de R$ 240 milhões para a compra de terras destinadas a comunidades indígenas, uma medida vista como tentativa de mitigar conflitos, mas que levanta questionamentos sobre a real eficácia e transparência desses investimentos. Além disso, a empresa patrocinou mais de 400 eventos, incluindo alguns de cunho político, desviando-se de seu foco principal de geração de energia. Essas ações resultaram em descontentamento popular, refletido nas urnas, onde o Partido dos Trabalhadores (PT) não conseguiu eleger nenhum prefeito na região e perdeu diversas cadeiras de vereadores.
SAMEK
O descontentamento de Lula é tão grande com Enio Verri que ele já teria sondado seu velho amigo Jorge Samek para retornar à diretoria. O "Polaco" foi diretor durante 13 anos e nunca causou nenhum constrangimento a Lula.
Resistência interna e possíveis mudanças
Apesar da insatisfação presidencial, há resistência interna para a substituição de Enio Verri, especialmente por parte da primeira-dama, Janja, que defende sua permanência devido à liberação de recursos para eventos culturais e outras iniciativas de cunho duvidoso.
Enio Verri
No entanto, diante dos resultados negativos e da pressão política, Lula considera promover mudanças na diretoria da Itaipu, possivelmente realocando Verri para outro cargo em reconhecimento ao seu histórico político, mas buscando uma gestão mais eficiente e alinhada aos interesses da população e da empresa.
Carlos Carboni
Não se descarta que o 02 da Itaipu, o Diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, Carlos Carboni, também seja alocado para Brasília com a reforma ministerial.
A situação atual da Itaipu Binacional exige uma reflexão profunda sobre sua gestão e prioridades, visando retomar a confiança pública e garantir que a empresa cumpra seu papel estratégico no setor energético brasileiro.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 407, página 16, de autoria do jornalista Enrique Alliana
Veja o Jornal Tribuna Popular, Edição 407: https://tribunafoz.com/uploads/files/2025/02/jornal-tribuna-popular-edicao-407-pdf.pdf