Má gestão gera dívida de R$ 3,1 milhões e MP-PR intervém para garantir alimentação no Hospital Municipal
Por Tribuna Foz dia em Notícias
CAOS
Má gestão gera dívida de R$ 3,1 milhões e MP-PR intervém para garantir alimentação no Hospital Municipal
Funcionários, pacientes e acompanhantes em situação de vulnerabilidade estão sem ter o que comer diante inoperância do prefeito Chico Brasileiro e sua equipe
Desde o dia 2 de maio passado a gestão do prefeito Chico Brasileiro e sua equipe têm o prazo de 96 horas para restabelecer a normalidade do serviço de alimentação ofertado dentro do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu para funcionários, pacientes e acompanhantes.
Endereçado também ao gestor da Autarquia Municipal de Saúde (AMS), Nilton Bobato, a ao diretor-presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), André Di Buriasco, a recomendação feita pelo promotor de Justiça Marcelo Mafra chama atenção do poder público municipal para garantir o direito básico de alimentação, sobretudo às pessoas em situação de vulnerabilidade social atendidas pelo hospital. Por meio de um documento com quatro páginas, o promotor detalhou a dívida do Município com a empresa Nutri Hospitalar Alimentação e Serviços. Referente aos períodos de março a junho de 2022 e outubro a dezembro de 2023, a Prefeitura deve pagar o montante de R$ 3,1 milhões pelo serviço interrompido.
Enquanto a dívida não é paga, o MP-PR busca garantir que os gestores públicos providenciem as medidas necessárias que garantam a comida no hospital. Segundo o promotor, há "limbo jurídico" que envolve município, autarquia e fundação na administração do Hospital Municipal. Isso porque a unidade era gerida com recursos públicos pela FMS (fundação), extinta para entrar no lugar a AMS (autarquia).
Dentre as recomendações feitas a Brasileiro, Bobato e Buriasco, o promotor Marcelo Mafra pediu que "adotem todas as medidas e providências, imediatamente, para "impedir a propalada interrupção no fornecimento de refeições diárias em âmbito hospitalar pela Nutri Hospitalar, sem o quê o funcionamento do nosocômio torna-se de todo inviável"; e devido à gravidade da situação, manifestação em até 96 horas (quatro dias) para que as partes citadas se manifestem sobre as providências tomadas.
O Ministério Público oficializou ainda que encaminhou a situação para o Conselho Municipal de Saúde, Câmara de Vereadores, Secretaria de Saúde do Paraná e 6.ª Promotoria de Justiça em Foz do Iguaçu.
PIADA
Prefeitura dá as costas e MP-PR ajuíza representação junto ao TCE-PR
A medida foi tomada após a Prefeitura não se manifestar a despeito da recomendação administrativa feita pelo Ministério Público do Paraná
A 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Foz do Iguaçu, por meio do promotor de Justiça Marcelo Mafra, comunicou ao final da última segunda-feira (06) que promoveu o oferecimento de representações ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) e a Secretaria de Saúde do Estado, tendo em vista "o fundado receio quanto à paralisação do funcionamento do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, por conta da anunciada possível suspensão do fornecimento de alimentação pela empresa contratada".
A medida foi tomada após a Prefeitura não se manifestar a despeito da recomendação administrativa feita pelo MP-PR em 02/05 ao prefeito Chico Brasileiro, ao gestor da autarquia Nilton Bobato e ao diretor da Fundação Municipal de Saúde André di Buriasco para que resolvessem o problema e garantisse a alimentação na unidade de funcionários, pacientes e seus acompanhantes. De acordo com o promotor, "não houve alteração do status quo vigente, pois negativa a resposta aos termos recomendados".
Sem se pronunciar sobre dívida milionária, Prefeitura pede doações para repor alimentação no hospital
Mais de 96 horas após o Ministério Público do Paraná (MP-PR) recomendar ao prefeito Chico Brasileiro e sua turma para que garantam o serviço básico de alimentação dentro do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, a única resposta oficial do governo até agora foi lançar uma campanha de arrecadação de alimentos para doações aos mais necessitados.
Pode parecer piada, mas não é. Enquanto o governo Brasileiro se endivida para pagar cargos políticos em pleno ano eleitoral, os serviços básicos do Município agonizam sem a gestão mínima esperada de um administrador. Por certo que campanhas de doações são sempre bem vindas e até mesmo necessárias. É claro que as pessoas mais pobres que estão no hospital não podem e não merecem ficar por mais um dia que seja com fome. O que não podemos esquecer é a responsabilidade desta conta.
Por fim, fica o texto publicado pela assessoria de propaganda da Prefeitura que pede doações aos famintos do hospital.
Hospital Municipal faz campanha de arrecadação de alimentos
Objetivo é ajudar famílias de pacientes internados em situação de vulnerabilidade. O Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em parceria com a Comissão de Humanização da instituição, está lançando uma campanha solidária de arrecadação de alimentos não perecíveis. O objetivo é ajudar famílias de pacientes internados em situação de vulnerabilidade social.
Qualquer pessoa, além dos profissionais que trabalham na instituição, pode fazer doações. Basta procurar a recepção principal do Hospital Municipal , localizado na rua Adoniran Barbosa, nº 370, e fazer a entrega dos alimentos.
Muitos dos pacientes do hospital são oriundos de outras cidades e precisam de ajuda enquanto o familiar recebe tratamento.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, edição 377, páginas 8 e 9