Na ONU, França reconhece oficialmente o Estado da Palestina
Por Tribuna Foz dia em Notícias

Na ONU, França reconhece oficialmente o Estado da Palestina
O presidente francês, Emmanuel Macron, formalizou, nesta segunda-feira, o reconhecimento oficial do Estado da Palestina.
O que aconteceu
Macron reconheceu o Estado palestino durante uma audiência da ONU voltada à solução de dois Estados. Na reunião da Organização das Nações Unidas, que ocorre em Nova York, uma das pautas é o reconhecimento de dois estados independentes e soberanos, sendo um palestino e o outro israelense.
Presidente francês afirmou que "o povo palestino não é só mais um povo", por isso o reconhecimento de seu Estado. "Os palestinos têm história e dignidade, e o reconhecimento de seu Estado não subtrai nada do povo de Israel".
Ele destacou que a França abrirá uma embaixada na Palestina assim que o Hamas libertar os reféns israelenses capturados em outubro de 2023. "Depende da liderança Palestina e do Estado palestino dar ao seu povo, traumatizado por décadas de ocupação, a esperança de um sistema democrático".
Macron também disse torcer pela paz na região e que os países árabes reconheçam o Estado de Israel. Para o presidente francês, o reconhecimento de dois Estados independentes é imprescindível para "que se normalizem as relações e se estabeleça a paz".
França é o terceiro país do G7 a reconhecer oficialmente o Estado palestino. Ontem, o Canadá e o Reino Unido, que também integram o grupo das maiores economias do mundo, já haviam oficializado o reconhecimento do território palestino como um Estado soberano. Além deles, Austrália e Portugal também seguiram na mesma direção, com o discurso de que a criação de dois Estados é a solução para a paz no Oriente Médio.
Secretário-geral da ONU também defendeu o reconhecimento do Estado palestino. António Guterres ressaltou que se isso não acontecer "não haverá paz no Oriente Médio, e o radicalismo se espalhará pelo mundo". Ainda, ele clamou por um cessar-fogo na guerra em Gaza e a libertação dos reféns israelenses.
Israel fala em "risco de sobrevivência"
Israel se recusa a reconhecer o Estado palestino. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu tem criticado os países ocidentais que se posicionaram nesse sentido e conta com o apoio dos Estados Unidos.
Netanyahu disse que um Estado palestino colocaria em risco a sobrevivência de Israel. Premiê afirmou que "a comunidade internacional" ouvirá Israel sobre o tema "nos próximos dias".
Também precisaremos lutar, tanto na ONU quanto em todas as outras arenas, contra a falsa propaganda enganosa dirigida a nós e contra os apelos por um Estado palestino, que colocaria nossa existência em risco e serviria como uma recompensa absurda para o terrorismo.
Benjamin Netanyahu
No mês passado, Netanyahu acusou Macron de "alimentar o fogo antissemita". Presidente francês rechaçou as críticas e afirmou que "o reconhecimento de um Estado palestino é a melhor forma de isolar o Hamas", porque, disse ele, o grupo extremista não quer a solução de dois Estados.
Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que reconhecimento seria "recompensa" ao grupo terrorista Hamas. "Os próprios líderes do Hamas admitem abertamente: esse reconhecimento é um resultado direto, o 'fruto' do massacre de 7 de outubro", afirmou a pasta, em publicação no X, citando os ataques terroristas do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deram início ao conflito em Gaza.
Crime humanitário e "genocídio"
Ofensiva militar do governo de Israel se intensificou na Faixa de Gaza, assim como a crise humanitária e a fome. A guerra, prestes a completar dois anos, já matou ao menos 65.208 palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, liderado pelo Hamas.
Inquérito da ONU concluiu que Israel cometeu genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza. As investigações foram realizadas pela Comissão Internacional Independente de Inquérito da Organização sobre o Território Palestino Ocupado. Israel rejeita a denúncia e acusa o Hamas de usar a população como escudo.
Fonte: Uol