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Pastor cobra gratidão de fiéis e confessa favorecimento com Samis da Silva prefeito

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PRÉ-CAMPANHA

Pastor cobra gratidão de fiéis e confessa favorecimento com Samis da Silva prefeito

Culto ministrado pelo presidente de Assembleia de Deus em Foz do Iguaçu evidencia tráfico de influência entre político e o grupo evangélico

Vídeo com um minuto e cinquenta e cinco segundos de duração gravado dentro de um dos 66 templos da Igreja Assembleia de Deus em Foz do Iguaçu evidencia tráfico de influência entre o ex-prefeito Samis da Silva e o grupo evangélico.

Em culto ministrado pelo pastor Isaías Cardoso dos Santos, presidente da denominação religiosa na cidade, o ex-prefeito em pré-campanha acompanhou a pregação da primeira fileira à frente do púlpito.

"É sempre bom ser grato e lembrar das coisas boas que se faz. Hoje estamos aqui num templo muito lindo, com toda nossa estrutura e estacionamento. Nosso salão de eventos aqui atrás. Toda essa área foi no governo dele. Ele abriu as portas na prefeitura e liberou isso aqui para todos nós. Por isso hoje temos aqui uma linda igreja. Queremos ser grato a Deus e ser grato a você, viu, Samis", destacou o pastor sem perceber que estava sendo filmado.

GLÓRIA A DEUS

Em meio a gritos de aleluia e glória a Deus, o reconhecimento público do pastor ao ex-prefeito continua, neste trecho, relacionado a possível favorecimento em aquisição de habitação intermediada por Samis junto à antiga COHAFOZ. "Incrusive", ali a casa do ex-pastor Sebastião, sabe na esquina ali. Ele (Samis) vendo a necessidade do pastor Sebastião ter a sua casinha, ele Da redação Foto: Reprodução conseguiu na época com o COHAFOZ liberou toda essa área", contou Isaías.

O CÃO ENTROU

Segundo o pastor, desde a saída de Samis da prefeitura a Igreja não recebeu mais terras do município. "É importante nessa hora ter gratidão com as pessoas que temem a Deus e olham com carinho a necessidade do povo de estarmos congregados, de estarmos adorando ao senhor. Hoje meus irmãos, não tem nada disso. Faz vinte anos que a igreja não ganha um metro de terra. Tudo é proibido, nada pode, Samis. Vou te falar, parece que o cão entrou. Mas Deus está conosco, amém.

INVESTIGAÇÃO

Tráfico de influência poderá ser investigado pelo Ministério Público do Paraná

Pena prevista é de reclusão, de dois a cinco anos, e multa; pastor Isaías é conhecido também por vender apoio da igreja para políticos corruptos

Segundo definição do Conselho Nacional do Ministério Público, tráfico de influência "é um dos crimes praticados por particular contra a administração em geral". Consiste em solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. A pena prevista é de reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Doado pelo então prefeito Samis em maio de 2002 para Igreja Assembleia de Deus em Foz do Iguaçu, o terreno mencionado pelo pastor Isaias compreende dois lotes situados no Três Bandeiras, com área total de 599,32m². O jornal não encontrou informações sobre o imóvel habitacional que teria sido articulado por Samis em benefício do pastor Sebastião.

Diante dos fatos, espera-se que o Ministério Público do Paraná investigue a conduta do ex-prefeito ao realizar ato de pré campanha em igreja beneficiada diretamente com a doação de imóvel público do município.

Em 2016, em meio às investigações tocadas pelo Ministério Público Federal (MPF), a Igreja Assembleia de Deus em Foz do Iguaçu e o nome do pastor Isaías foram mencionados por um dos delatores. O delator contou que emprestou dinheiro para igreja a pedido do então secretário municipal Melquizedeque Corrêa de Souza.

"Em meados de 2014, Melquizedeque solicitou ao colaborador [Euclides Junior] que fizesse um empréstimo de 150 mil reais à igreja Assembleia de Deus; tal pedido foi feito às pressas, próximo das 4 horas da tarde", diz o trecho do depoimento.

O pedido de empréstimo, garantiu o delator, foi ordem do prefeito afastado Reni Pereira. O valor cobriria a necessidade da igreja de realizar um depósito em juízo.

A igreja precisava de R$ 300 mil, segundo o empresário. O secretário de Administração da época, Chico Noroeste, emprestou R$ 100 mil, afirmou Junior; R$ 50 mil foram dados por um vereador, cujo nome o delator diz não se lembrar.

"[O delator] acredita que o favor feito para igreja era politicamente importante para Reni Pereira e Cláudia Pereira [mulher do prefeito afastado], que estava em campanha eleitoral", diz parte do documento de delação.

Esta é uma reprodução jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 381, páginas 6 e 7

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