ARAPONGAGEM

Polícia Federal investiga as escutas clandestinas em telefones do pré-candidato Paulo Mac Donald

Caso é assunto da Revista Veja dessa semana: “Não queremos acusar ninguém até que tudo seja devidamente investigado”, disse Paulo Mac Donald

Quem está por trás do esquema de escutas clandestinas nos telefones do pré-candidato a prefeito Paulo Mac Donald? É isso que a Polícia Federal vai descobrir a partir do pedido de investigação do caso que teve repercussão nacional. A Revista Veja dessa semana traz uma extensa reportagem sobre o assunto. Uma empresa especializada em contraespionagem descobriu o grampo e o relatório já está com a Policia Federal.

A reportagem da Veja relata que assuntos tratados internamente pelo ex-prefeito Paulo com número reduzido de assessores começaram a aparecer em outros grupos políticos. Com conversas ainda mais restritas, da mesma forma chegavam para terceiros. Ruídos nos telefones aumentaram as suspeitas de escutas clandestinas. Foi então que uma empresa especializada foi contratada.

“O empresário Paulo Mac Donald, pré-candidato do PP, afirma que suas ligações telefônicas foram interceptadas e suas mensagens em aplicativos, acessadas — tudo de forma clandestina e com objetivos políticos”, consta na reportagem da Veja. “Na semana passada, recebeu a confirmação: seus celulares haviam sido grampeados. O laudo técnico apontando a violação foi enviado à Polícia Federal, acompanhado de um pedido de abertura de inquérito para identificar os responsáveis”, diz o texto.

Paulo declarou a Veja que: “Não queremos acusar ninguém até que tudo seja devidamente investigado”. Entretanto, a reportagem cita que entre apoiadores de Mac Donald há quem levante suspeitas a adversários, citando que entre os emissários de conversas estariam pessoas ligadas ao General Silva e Luna, também pré-candidato. “O general, claro, seria o principal interessado em violar os telefones do nosso pré-candidato. Não vejo quem mais poderia se beneficiar disso”, diz o deputado federal Vermelho, na reportagem da Veja.

A matéria aponta que ao deixar a Petrobras, em março de 2022, Silva e Luna montou uma empresa que, entre outras atividades, vende serviços de segurança privada e vigilância. Isso não quer dizer nada, mas tem ajudado a alimentar as intrigas. Em sua defesa, o general respondeu à revista: “Não tenho nada a ver com isso. Tenho 54 anos de vida pública e zero de problema”.

Disputa eleitoral

A reportagem da Veja traz o título: “Acusações marcam duelo de bolsonaristas em campanha em Foz do Iguaçu”. Revela que de início o nome do general Silva e Luna foi vetado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. “Ele, quando estava na Petrobras, só me prejudicou. Ganhava um salário de 240 000 reais por mês, dividendos, e aumentava a gasolina a cada dois, três dias”, teria dito Bolsonaro, segundo relato do deputado Vermelho, que também participou da reunião.

Por fim, segundo a Revista, num acordo que envolveu também o Governador Ratinho Junior, o general foi para o PL, partido de Bolsonaro, com o propósito de disputar as eleições em que, no momento, as pesquisas apontam uma larga vantagem para Paulo Mac Donald. Vale lembra que Paulo atuou na campanha presidencial em favor de Bolsonaro. “Eu apoiei o Bolsonaro na campanha dele, apoiei a eleição dele de graça, gravei vídeo, pedi voto e tudo”, disse Mac na reportagem da Veja.

O tal acordo para esquentar Silva e Luna colocou o ex-presidente numa situação delicada, dividido entre dois apoiadores, aguardado em dois palanques.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada no Jornal Tribuna Popular, Edição 385, página 4