Política: Dois grandes perdedores e um ganhador
Por Tribuna Foz dia em Notícias
REFLEXÃO
Dois grandes perdedores e um ganhador
Nesta eleição Foz do Iguaçu não teve um grande vencedor, na realidade, teve dois grandes perdedores que transformaram o “General Forasteiro” no grande vencedor.
O primeiro grande perdedor é obviamente o ex-prefeito e agora ex-político Paulo Mac Donald. Paulo saiu de uma posição extremamente confortável acima de 40% de intenção de votos, foi protagonista de várias trapalhadas nas articulações, onde o Deputado Matheus Vermelho, presidente do seu partido, não quis ou não teve força para intervir, desenvolveu uma campanha digna de um “Javali” que o conduziu para a derrota. Explicando o termo “Javali”: chamo de Javali todos os que já passaram pela vida pública, fizeram seus trabalhos, uns muito bons outros nem tanto, mas que deveriam se afastar e servir de conselheiros e apoiadores de novas cabeças. Javali é uma brincadeira onde eu mesmo me encaixo. Eu, no passado, já “valí” muito, agora tenho convicção que tem muita gente mais nova que vale mais do que eu, com melhores condições de fazer os trabalhos que a cidade necessita. Paulo definitivamente é um “Javali”.
O segundo grande perdedor é o atual Diretor Geral da Itaipu Binacional, Sr. Ênio Verri. Ênio tinha obrigação de escolher alguém de seu staff principal, dar a ele trinta dias de férias na empresa e fazê-lo assumir a coordenação da campanha do Airton José, escolhido seu (do Ênio) para representar a centro esquerda nesta eleição. Ao contrário, Ênio, na certeza de que haveria um segundo turno onde ele teria que obrigatoriamente se expor, deixou a coisa correr e o resultado foi o que se viu. Ênio, na sua casa, Itaipu é de Foz do Iguaçu, só compareceu na campanha poucos dias antes do pleito, através de um vídeo explicando que era ele, Ênio, o DG da Itaipu e não o “General Forasteiro”, que foi o pensamento de muito eleitor desavisado durante a maior parte da campanha. Enfim, Ênio não deu o apoio em recursos humanos, em recursos financeiros (seu partido, o PT, com um dos maiores fundos eleitorais entre todos os partidos, não aportou recursos à campanha majoritária) e viu (ou não viu, o que é pior) o arqui-inimigo “General Forasteiro” crescer. Airton, sem o apoio necessário, não conseguiu alavancar seus números, o que certamente levaria a eleição ao segundo turno.
Por fim, o grande vencedor, o General Silva e Luna, com organização invejável, um grande apoio financeiro, e põe grande nisso, e ótima articulação, conseguiu o apoio de Ratinho Jr. Ratinho que num primeiro momento foi aliado do Paulo, desbancou do PL o deputado Vermelho (apoiador do Paulo) e apostou suas fixas no General.
Até quinze dias antes da eleição, nem o próprio General apostaria em sua vitória no primeiro turno. No entanto, com a divulgação das pesquisas que mostraram que o principal adversário, ao contrário do que se esperava, caiu vários pontos, indicando que a eleição não mais seria “pau-a-pau”, aproveitou um impulso final e, em menos de uma semana, partiu para a campanha de “vamos levar no primeiro turno” e, por duzentos e cinquenta votos, levou.
Edson Mandelli Stumpf, engenheiro e militante político em Foz a mais de 30 anos