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Prefeito cria novas diretorias enquanto Ricardinho tem quatro assessores sem função

Por Tribuna Foz dia em Notícias

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AUSTERIDADE ÀS AVESSAS

Prefeito cria novas diretorias enquanto Ricardinho tem quatro assessores sem função

Durante a campanha, a palavra "austeridade" foi repetida como um mantra. Tratava-se, segundo Silva e Luna, de uma promessa de governo responsável

A gestão do prefeito General Silva e Luna em Foz do Iguaçu parece caminhar em sentido contrário ao que foi prometido durante a campanha eleitoral. A tão falada "austeridade" que o ajudou a conquistar a confiança do eleitorado está sendo deixada de lado de forma preocupante. Prova disso é o envio à Câmara Municipal do projeto que propõe a criação de duas novas diretorias na Autarquia Municipal de Habitação, a Fozhabita.

Durante a campanha, a palavra "austeridade" foi repetida como um mantra. Tratava-se, segundo Silva e Luna, de uma promessa de governo responsável, com foco no enxugamento da máquina pública, redução de gastos supérfluos e priorização do essencial. A população acreditou. Afinal, vindo de um general mesmo que da reserva, esperava-se firmeza, coerência e compromisso com o dinheiro público.

Entretanto, a realidade apresentada agora pela nova gestão expõe um cenário muito diferente. A criação de duas novas diretorias no Fozhabita contraria frontalmente o discurso de austeridade. Em vez de racionalizar os recursos existentes, a prefeitura propõe aumentar a estrutura administrativa, gerar mais despesas com salários, encargos e estrutura funcional - tudo isso sem apresentar justificativas técnicas claras que mostrem a necessidade real desses novos cargos.

O caso do vice-prefeito e seus quatro assessores

A incoerência não para por aí. Se o prefeito diz que há necessidade de mais duas diretorias no Fozhabita, por que não realocar pessoal já disponível na estrutura pública municipal? Mais especificamente, por que não aproveitar os cargos de assessoria que hoje estão lotados junto ao vice-prefeito Ricardo Nascimento?

O vice-prefeito conta com quatro assessores pagos com recursos públicos. Mas qual exatamente é a função do vice-prefeito no dia a dia da administração municipal? Na prática, nenhuma. O cargo de vice-prefeito, como se sabe, é um cargo de expectativa - ou seja, a expectativa de que o prefeito se ausente, renuncie, ou morra, para que o vice assuma a chefia do Executivo. Fora isso, trata-se de uma função sem atribuições executivas diretas. O vice não gere pastas, não toma decisões administrativas e tampouco participa da formulação de políticas públicas. Portanto, por que manter quatro assessores vinculados a um cargo sem função ativa?

Acomodação política

A resposta parece evidente: trata-se de acomodação política, mais uma vez. Um governo que se elegeu dizendo que cortaria gastos e atuaria com rigor técnico, começa a repetir práticas de governos passados - inflar a máquina pública sem real necessidade, apenas para manter aliados e cargos de confiança com salários garantidos.

A austeridade virou retórica de palanque

O que se vê em Foz do Iguaçu é uma "austeridade às avessas". Em vez de cortar excessos, o governo cria mais cargos. Em vez de enxugar, incha. Em vez de combater velhas práticas, reproduz as mesmas fórmulas fracassadas que tanto criticou. O discurso de campanha que prometia uma gestão limpa, técnica e comprometida com o interesse público está se desfazendo diante dos fatos concretos da administração.

A criação das diretorias na Fozhabita não é apenas uma medida administrativa. É um gesto político - e um gesto revelador. Demonstra que o discurso de campanha foi uma peça publicitária, não um compromisso real com a mudança. Se havia real intenção de economizar, os quatro cargos do vice-prefeito poderiam ser realocados, otimizando a estrutura já existente sem a necessidade de criar novas despesas.

Vereadores começam a reagir

A movimentação também já começa a incomodar setores da Câmara Municipal. Vereadores, inclusive do próprio grupo político do prefeito, têm demonstrado desconforto com as medidas adotadas até agora. Cresce o sentimento de que a Câmara não pode ser apenas uma homologadora de decisões do Executivo. O Legislativo precisa exercer seu papel fiscalizador, cobrando coerência e responsabilidade no uso do dinheiro público.

A população de Foz do Iguaçu não votou por mais do mesmo. Votou por uma promessa de mudança, de integridade e de gestão eficiente. Ao que tudo indica, a paciência da sociedade com incoerências políticas é cada vez menor - e, caso as ações do governo continuem destoando daquilo que foi prometido, o desgaste político será inevitável.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 413, Página 6, de autoria do Jornalista Enrique Alliana

 

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