VERGONHA

Prefeito dá indício de que Foz do Iguaçu não tem Deputado Estadual

A decisão causou alvoroço nos bastidores políticos, especialmente porque a cidade conta com seu próprio deputado estadual

Na última quarta-feira, 22 de janeiro de 2025, o prefeito de Foz do Iguaçu, General Silva e Luna, surpreendeu ao anunciar oficialmente o deputado Hussein Bakri, de Paranavaí, como o representante de Foz do Iguaçu junto à Casa Civil do governo do Paraná. A decisão causou alvoroço nos bastidores políticos, especialmente porque a cidade conta com seu próprio deputado estadual, Matheus Vermelho, que agora parece ter sido escanteado pela gestão municipal.

A declaração do prefeito trouxe à tona um cenário que evidencia a falta de prestígio do deputado estadual Matheus Vermelho junto ao chefe do Executivo de Foz. Apesar de ser filho do deputado federal Vermelho e aliado do governador Ratinho Junior, Matheus Vermelho não foi a escolha de Silva e Luna para representar os interesses do município no Governo do Estado.

O que disse o prefeito

De acordo com o prefeito, a parceria com Hussein Bakri tem como objetivo fortalecer projetos estratégicos para Foz, com foco em áreas como infraestrutura, habitação e educação. "Com a formalização do nome de Hussein Bakri, a gestão de Foz do Iguaçu fortalece sua representatividade junto ao Governo do Paraná, garantindo que as prioridades do município sejam tratadas com celeridade e eficiência", declarou Silva e Luna.

Apesar das palavras do prefeito, a escolha levantou dúvidas sobre o peso político de Matheus Vermelho dentro do cenário estadual. Embora aliado de Ratinho Junior, o deputado parece estar enfrentando dificuldades para consolidar sua influência em Foz e no governo estadual.

O histórico de desconfiança

Essa não é a primeira vez que Matheus Vermelho é deixado de lado em decisões importantes envolvendo o município de Foz do Iguaçu. Durante a gestão do ex-prefeito Chico Brasileiro, mesmo com dois deputados estaduais representando a cidade - Matheus Vermelho e Soldado Fruet -, Chico também optou por não indicar Matheus Vermelho como representante junto ao governo estadual, mostrando que o deputado estaria em uma posição de pouca relevância política.

Esse histórico reforça a percepção de que, apesar de ocupar o cargo de deputado, Matheus Vermelho não consegue se firmar como uma liderança de peso na cidade. Para analistas políticos locais, essa situação pode ser um reflexo de sua incapacidade de construir um relacionamento mais sólido com as lideranças municipais e de garantir a entrega de resultados concretos para a população de Foz.

Foz à mercê de outros municípios?

A escolha de Hussein Bakri, que não é de Foz do Iguaçu, como interlocutor oficial da cidade junto ao Governo do Paraná, reforça a impressão de que o município carece de um deputado estadual que efetivamente lute por seus interesses. Para muitos, essa decisão demonstra que Foz está, de certa forma, "emprestando" sua representatividade a um político de outra região, o que pode enfraquecer ainda mais o poder de articulação local no cenário estadual.

Impactos políticos para Matheus Vermelho

Com a moral em baixa, Matheus Vermelho pode enfrentar dificuldades para garantir sua reeleição nas próximas eleições. Sua falta de protagonismo nas decisões que envolvem Foz do Iguaçu pode afastar eleitores e abrir espaço para novas lideranças políticas na região.

Além disso, o desgaste em sua relação com a prefeitura e a percepção de ineficiência em suas articulações junto ao Governo do Paraná podem ser explorados por adversários políticos, tanto em âmbito estadual quanto municipal.

Uma decisão estratégica ou um erro político?

Para o prefeito General Silva e Luna, a escolha de Hussein Bakri pode ser vista como uma decisão estratégica, visando alinhar Foz do Iguaçu a um deputado com mais influência junto à Casa Civil e ao governo estadual. No entanto, a decisão também pode ser interpretada como uma crítica velada à atuação de Matheus Vermelho, evidenciando a insatisfação da prefeitura com o deputado estadual.

A decisão do prefeito General Silva e Luna de indicar Hussein Bakri como representante de Foz do Iguaçu no Governo do Paraná reacende o debate sobre a representatividade política da cidade no cenário estadual. Enquanto a prefeitura busca fortalecer parcerias e garantir avanços em projetos importantes, a escolha de um representante externo pode ser vista como uma medida drástica, que expõe as fragilidades de liderança local.

Para Matheus Vermelho, o desafio agora será reverter essa situação e demonstrar sua relevância como deputado estadual, caso ainda queira manter sua cadeira na Assembleia Legislativa nas próximas eleições. Foz do Iguaçu, por sua vez, segue buscando lideranças que realmente se comprometam com os interesses do município e que tenham força política para garantir que suas demandas sejam atendidas.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 404, página 3, de autoria do jornalista Enrique Alliana

Veja o Jornal na integra: https://tribunafoz.com/uploads/files/2025/01/jornal-tribuna-popular-edicao-404-pdf.pdf