Repasse milionário retirou recursos da secretaria de Turismo, principal matriz econômica de Foz do Iguaçu
Por Tribuna Foz dia em Notícias
NÃO DUVULGADO
Repasse milionário retirou recursos da secretaria de Turismo, principal matriz econômica de Foz do Iguaçu
Sem o devido debate público, crédito suplementar aprovado também remanejou verbas das pastas de Obras, Administração, Segurança Pública, entre outras
Ao dar sequência à sua manifestação durante audiência pública sobre o transporte coletivo de Foz do Iguaçu, Haralan Mucelini destacou o conceito do termo "Crédito Adicional Suplementar". Por meio de sua análise técnica, o representante do Observatório Social de Foz do Iguaçu (OSFI) contrapôs o argumento simplista utilizado pela vereadora Yasmin Hachem (MDB) para justificar o repasse milionário solicitado por Chico Brasileiro para o custeio do serviço no município.
Disse a vereadora no dia 3 de agosto, após aprovação do projeto: "É algo que complementa uma dotação orçamentária já prevista, mas que agora precisa de mais recursos para completar essa execução. Tudo que é gasto em um ano é previsto no anterior, mas como há mudança, às vezes é preciso de crédito suplementar. É simplesmente isso".
Para Haralan, a explicação da vereadora Yasmin Hachem foi incompleta. "Nós estamos falando de um projeto de suplementação da dotação orçamentária relativa ao custeio do transporte coletivo. Eu trouxe este conceito pelo seguinte, a vereador Yasmin Hachem, em entrevista concedida à comunicação social da Câmara, disse que o projeto enviado pelo prefeito tratava apenas de um aumento do teto daquela dotação, em função de uma mudança na gestão. A vereadora acertou na forma, mas ela não contou a outra parte", afirmou. Para demonstrar a superficialidade da justificativa utilizada pela parlamentar, o OSFI detalhou as consequências diretas ao orçamento do Município decorrentes da suplementação orçamentária em discussão. "Quando a Casa faz avaliação de um projeto de lei, não avalia apenas a formalidade, tem que avaliar o conteúdo também. E, quando se faz uma suplementação, não está apenas aumentando o teto daquela despesa, se está retirando recursos de outra dotação. Isso é o crédito adicional suplementar. Essa discussão não foi feita pelos vereadores que votaram favoráveis ao projeto do prefeito", apontou o representante do OSFI durante a audiência.
O especialista destacou que o aporte de mais R$ 7,6 milhões para o transporte coletivo implicou no remanejamento de recursos de infraestrutura, turismo, custeio administrativo, desenvolvimento econômico, pessoal, atendimento direto ao cidadão e segurança pública.
"Veja, desse montante, a pasta que mais teve recursos remanejados foi a do Turismo. Um setor que representa a principal matriz econômica de Foz do Iguaçu. Por muitas vezes o prefeito já falou publicamente que tem aumentado o orçamento da Secretaria de Turismo. Mas, o que adianta aumentar o orçamento e depois remanejar? Quando se tira dinheiro de investimento no turismo para custear transporte, isso implica em menos promoção do nosso destino, isso impacta a cidade como um todo", analisa Haralan.
Não é de estranhar o que Chico está fazendo. Ele nunca deu bola par ao turismo. Só faz turismo quando viaja paro o exterior (por conta do povo) e, também, quando sai de fé- rias para seu estado natal, a Paraíba, mas dai paga as despesas do seu próprio bolso. Claro, enquanto isso, um "pobre" funcionário arruma o telhado da sua mansão com recurso público.
Diante do remanejamento aprovado, o especialista chamou atenção de setores ligados ao Turismo para que fiscalizem o cumprimento das metas fiscais estabelecidas via Lei de Diretrizes Orçamentárias. "Precisa chamar o Executivo e dizer se as metas estabelecidas para esse segmento que está perdendo recursos, terão suas metas revistas. É fundamental fazer esse questionamento", finalizou.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada no Jornal Tribuna Popular (Mídia Impressa) - Edição 360, página 8