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Samis da Silva nunca teve uma carteira de trabalho assinada em sua vida

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VERGONHA

Samis da Silva nunca teve uma carteira de trabalho assinada em sua vida

Filho do ex-prefeito Dobrandino, Samis da Silva nunca trabalhou com carteira assinada e recebe dinheiro público que o sustentou a vida inteira

Enrique Alliana - Jornalista

O caso do ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Celso Samis da Silva, é um exemplo contundente dos desafios enfrentados pela política brasileira. Com uma trajetória marcada pela ausência de experiência profissional fora do serviço público, Samis, aos 56 anos, nunca teve uma carteira assinada, evidenciando uma prá- tica que permeia muitos órgãos públicos pelo Brasil.

Samis nasceu em berço de ouro no dia 12 de abril de 1967. Ainda jovem começou a militar na política partidária ao lado de seu pai Dobrandino da Silva, o cacique do PMDB da cidade. Aos 17 anos seu pai foi eleito prefeito, quando implantou um governo populista e clientelista, onde as cestas básicas e as invasões de terras eram moedas de troca daquela política nefasta e ultrapassada.

A longa permanência de Samis nos cargos públicos sem vivenciar a realidade do mercado de trabalho ressalta um sistema político viciado, onde o poder é mantido e reproduzido por meio de relações clientelistas e políticas de favorecimento. O clã Silva ocupou os mais altos cargos nas esferas municipal e estadual: vereador, prefeito, deputado, presidente estadual do partido e cargos indicados pela política. O poder era imenso e eles mandavam em tudo, indicavam delegado de polícia, os chefes das regionais de saúde, Sine e educação (apesar do semialfabetizo), até o jogo do bicho era controlado por quem eles indicavam.

Esse ciclo perverso, que gera um distanciamento cada vez maior entre a classe política e a população, tem impactos diretos na qualidade de vida dos cidadãos.

A falta de diversificação de experiências profissionais também reflete na tomada de decisões do ex-prefeito, podendo comprometer sua capacidade de compreender e abordar questões complexas relacionadas à gestão pública e ao desenvolvimento da cidade. Tal cenário contribui para o agravamento de problemas sociais, como o crescimento de favelas, o abandono de menores, a fome e a miséria.

POUCO ESTUDO

Samis da Silva também não gostava muito de frequentar os bancos escolares. Afinal, tinha uma vida de luxo a sombra do pai poderoso e da "famiglia" que ocupava todo e qualquer cargo público. Era uma farra. Ao que nos consta Samis não cursou sequer uma faculdade embora tenha tido alguma experiências no ramo de "importação e exportação", que lhe rendeu uma fuga espetacular no porta malas de um veículo de luxo na "mansão" da Av. Jorge Schimmelpfeng com a Av. Brasil.

É crucial que a sociedade reflita sobre essas práticas e busque por mudanças estruturais que promovam a renovação e a transparência na política. Isso inclui a implementação de medidas que limitem a perpetuação no poder, como mandatos mais curtos e o estabelecimento de critérios rigorosos para a candidatura a cargos públicos, visando a seleção de representantes verdadeiramente comprometidos com o bem estar coletivo e capazes de entender e enfrentar os desafios reais da sociedade.

O "dolce far niente" de Samis ao longo de sua vida

1994

Foi candidato a Deputado Estadual (eleito) pela PMDB com 26.218 votos;

1988

Foi candidato a deputado federal (não eleito) pelo PMDB e fez 43.309 votos;

2000

Foi candidato a prefeito de Foz do Iguaçu (eleito) pelo PMDB e fez 38.954 votos. Prosseguiu a política de populismo e clientelismo do pai, até ser apeado do poder em 2004;

2004

Foi candidato na reeleição de prefeito de Foz do Iguaçu (não reeleito) pelo PMDB e fez 63.563 votos;

2005

Foi nomeado a partir de 01/02/2005 pelo governador Roberto Requião como CC (cargo em comissão) no cargo de Assessor Especial do Governador - Símbolo AE- 1, conforme de reto 4344 de 14/02/2005;

2005

Foi nomeado a partir de 08/03/2005 pelo governador Roberto Requião como CC (cargo em comissão) no cargo de Assessor Especial do Governador - Símbolo AE-1, conforme decreto 4434 de 08/03/2005 como Assessor Especial de Desenvolvimento Regional e do Prodetur, cuja assessoria terá sede no "Espaço das Américas", em Foz do Iguaçu;

2008

Foi candidato a prefeito de Foz do Iguaçu (não eleito) pelo PMDB e fez 42.266 votos;

2010

Foi candidato a Deputado Estadual (não eleito) pelo PSDB e fez 22.238 votos.

2015

No ano de 2015 foi nomeado na Sanepar e exonerado no ano de 2018 pela Governadora Cida Borghetti (na época o governo informou que os cargos foram extintos de imediato e que não iriam recorrer da decisão do TJ - Tribunal de Justiça, que confirmou uma decisão da Vara da Fazenda Pública de Curitiba que determinou a extinção e considerava os cargos ilegais).

Esta é um reprodução do Jornal Tribuna Popular, de autoria do Jornalista Enrique Alliana - Edição 370, página 3

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