PAPAI NOEL ANTECIPADO

Secretário de Obras embolsa quase meio milhão em acerto de contas com a Prefeitura

Pagamento a Cesar Furlan, conhecido como "queridinho do prefeito", gera revolta entre servidores municipais que lutam por reposição salarial

Em um episódio que vem causando grande repercussão entre os servidores municipais, o Secretário de Obras, Cesar Furlan, popularmente conhecido como “o queridinho do prefeito” Chico Brasileiro, recebeu em uma única parcela um montante que beira o meio milhão de reais. O pagamento, registrado em seus dois holerites detalhado no mês de setembro/2024, alcança impressionantes R$ 465.601,78, dos quais R$ 414.873,48 correspondem a verbas rescisórias e outras indenizações.

O valor líquido depositado na conta de Furlan, após os descontos obrigatórios, foi de R$ 446.142,52. Para se ter uma ideia da magnitude desse montante, um trabalhador comum levaria aproximadamente 30 anos para acumular o que o secretário recebeu em uma única transação. A justificativa para a bolada envolve valores rescisórios e um abono de permanência que, somados, resultaram nessa cifra.

A remuneração exorbitante foi autorizada poucos dias após sua esposa, Marcia Bachixta, conquistar uma cadeira na Câmara de Vereadores, impulsionada por uma campanha milionária. A influência de Furlan no governo é notória: além da proximidade com o prefeito, com quem compartilha frequentes jantares e encontros privados, ele conseguiu alocar seu sobrinho, Andrey Bachixta, na Secretaria de Planejamento.

Enquanto o Secretário de Obras acumula um valor que reflete o patamar de privilégios conferidos pela administração, os servidores municipais lutam por uma reposição salarial que lhes garanta o mínimo poder de compra diante da inflação. A insatisfação com a gestão aumenta na medida em que fatos como esses tornam-se públicos, alimentando o debate sobre o favoritismo e a distribuição desigual de recursos no funcionalismo público local.

Para os funcionários da prefeitura e para a população de Foz do Iguaçu, resta a questão: por quanto tempo mais o governo priorizará seus aliados enquanto ignora as demandas básicas dos servidores?

Secretário na mira do Ministério Público

O secretário Cesar Furlan já esteve envolvido com outras coisas suspeitas. Segundo informações ele assinou ao menos nove termos aditivos distribuídos em dois contratos investigados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) no âmbito da operação "Male Opus".

Traduzida para o português, "Mau Trabalho", a investigação mira possível formação de organização criminosa para fraudar licitações e contratos públicos de obras destinadas à contenção de alagamentos recorrentes em Foz do Iguaçu.

De acordo com informações repassadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) após o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão na Prefeitura Municipal, em empresas particulares e nas residências de sete suspeitos, o suposto esquema seria responsável por um prejuízo estimado em R$ 10,2 milhões. Furlan era ordenador de despesas e assinou nove aditivos.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 398, páginas 10 e 11