CONFISSÃO

Silva e Luna confirma ligação com Chico Brasileiro em debate eleitoral

General confirmou no debate que fez contratos de R$ 480 mil com assessores do prefeito para fazer panfletagem e propaganda

O general Joaquim Silva e Luna admitiu, durante um debate na Rádio Cultura, a existência de contratos no valor de R$ 480 mil com assessores do prefeito Chico Brasileiro, voltado à panfletagem e propaganda de sua campanha eleitoral. O questionamento partiu do candidato Zé Elias, que indagou sobre a relação entre Silva e Luna e o prefeito. Diante da pergunta, o general baixou a cabeça e confirmou a existência dos contratos milionários.

As informações vieram à tona após a descoberta de que o diretor de imprensa de Chico Brasileiro teria recebido R$ 300 mil provenientes do fundo partidário da campanha de Silva e Luna. A movimentação financeira foi verificada por meio do portal da transparência do TSE, que obriga as coligações a detalharem seus gastos de campanha. Entre os serviços contratados, destacam-se produções de rádio, TV e inserções comerciais pela empresa Douglas Moura Filmes e Produções.

Este é o segundo escândalo envolvendo diretamente cargos comissionados (CCs) da prefeitura de Chico Brasileiro na campanha de Silva e Luna. O vice-candidato da chapa do general foi indicado pelo PSD, partido do prefeito, levantando ainda mais suspeitas sobre uma possível colaboração entre os dois políticos.

Além disso, há suspeitas de que o ex-diretor de imprensa do prefeito teria criado uma empresa de fachada, aberta recentemente em 13 de agosto, com o intuito de movimentar os recursos do fundo partidário. O endereço da empresa, localizado em uma residência em Três Lagoas, reforça a tese de irregularidades.

Outro episódio recente envolveu a demissão de um diretor da prefeitura após denúncias de que sua construtora teria recebido R$ 180 mil para realizar serviços de panfletagem para a campanha do general. Com a continuidade das investigações, foi descoberto que a empresa recém criada de Douglas Moura havia movimentado, de uma só vez, R$ 300 mil.

Histórico de Controvérsias

O nome de Silva e Luna também já esteve envolvido em outro escândalo quando ele ocupava o cargo de diretor-geral da Itaipu. Na ocasião, foi acusado de autorizar o pagamento de R$ 1,3 milhão para ele e outros diretores da empresa, gerando uma investigação pela Ouvidoria da Itaipu e ampla cobertura na imprensa nacional.

As seguidas denúncias lançam dúvidas sobre a integridade de Silva e Luna em relação ao uso de recursos públicos, contrastando com o discurso que o general vem adotando em sua campanha eleitoral.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 394, página 3