PSD NO FUNDO DO POÇO

Sob liderança de Chico Brasileiro, partido de Ratinho vive dias de vaidade e desunião em Foz

Estiolado até a medula, partido tem várias alas e as brigas internas são constantes; durante a janela partidária haverá defecção de muitos vereadores

O PSD (Partido Social Democrático), do governador Ratinho Júnior, encontra-se esfacelado em Foz do Iguaçu, fruto da falta de liderança e desprepara do prefeito Chico Brasileiro.

O PSD possui 18 deputados na Assembleia Legislativa, é uma potência política no Estado, podendo ter, inclusive, um candidato a presidência: O próprio governador. Mas em Foz ele está definhando.

Apesar do partido alardear que possui quatro pré-candidatos a prefeito e dois vices, o partido não tem força e vive capengando, com ameaças constantes de uma debandada geral.

Em Foz do Iguaçu a sigla é presidida por Eliseu de Moura, um ex-vereador que não conseguiu se reeleger e que só ocupa a presidência por cumprir à risca as ordens do prefeito Chico Brasileiro e de sua esposa Rosa Maria. As brigas no Diretório são constantes e a desunião vai aumentando na medida em que se aproxima o final do (des)governo do prefeito Chico.

A desordem é tamanha que a ilustre desconhecida Sheila Mello, amiga de deputados estaduais e uma espécie de "dona" da Casa Civil na cidade, posa de presidente da sigla, promove reuniões em sua sede e ainda diz que poderá ser a vice do general Silva e Luna, contando para isso com o beneplácito do governador. Claro que é tudo balela porque Ratinho conhece muito bem a figura, que faz parte da Polícia Florestal onde protagonizou alguns episódios de triste memória.

Homem forte do chefe

Outro que se diz vice, mas de qualquer candidato, é Fernando Maraninchi. Homem de confiança do prefeito Chico Brasileiro, ocupa desde o primeiro dia de governo um cargo político - atualmente no Foztrans.

Ele nunca foi candidato a cargo eletivo, porém, nos bastidores comenta-se que pode dispor de recursos financeiros familiares para ajudar em uma disputa acirrada.

Adnan El Sayed

O vereador Adnan El Sayed, outro controvertido integrante do PSD, enviou, na última semana, release informando que fez uma reunião com pré-candidatos a vereador que lhe apoiam para uma candidatura a prefeito.

No próprio material distribuído à imprensa ele confessa não ter aval do PSD para dar esse passo maior que a perna. Também deixa claro que poderá mudar de sigla na janela partidária, pois já vem namorando o PDT.

Kalito Stoeckl

Kalito Stoeckl também namora o PDT. Ele mantém uma espécie de dobradinha com Adnan na Câmara Municipal, tem participado de reuniões com PDT, MDB, PSDB e PSB, partidos que não fazem parte do projeto do governador Ratinho.

Ney Patrício

Ney Patricio, o mais experiente entre os pretendentes a prefeito pelo PSD, não tem apoio da direção local da sigla. Apesar de ser um dos filiados mais antigo, Ney Patricio foi preterido pelos colegas do partido e pelo prefeito Chico Brasileiro, que preferem concentrar forças na possível campanha de Samis da Silva do PSDB.

No atual xadrez político, o plano B de Patrício seria uma reeleição de vereador após sua postura independente no legislativo.

Márcio Rosa

Márcio Rosa também colocou seu nome à disposição, mas a tendência é que não fique na sigla, já que tem feito oposição ao prefeito e promove discursos inflamados denunciando mazelas do atual governo. A frente formada por partidos de esquerda pode ser seu destino. Combina mais com suas pautas ideológicas. Já as más línguas dizem que as portas estariam fechadas para Marcio Rosa por ele ser considerado um "sabonete".

Chico Brasileiro pretende fazer o "serviço completo"

Há quem diga que essa bagunça estabelecida no seio do PSD não é apenas fruto de incompetência, mas de uma estratégia de Chico Brasileiro para que o PSD não tenha candidato próprio e seja, no máximo, um vice de um possível sucessor ou vindo de outro partido. Certamente Samis da Silva que apoiou sua candidatura.

No inicio do mês de março, finda-se o prazo legal para as filiações. Existe a especulação do ex-prefeito Paulo Mac Donald poderá se filiar ao PSD, para disputar a eleição de prefeito.

Se isso acontecer, Chico Brasileiro terá feito o serviço completo: Estiolar o PSD até a medula, a ponto do partido não ter sequer uma chapa de vereador e atrapalhar a vida de Mac Donald.

Esta é um reprodução do Jornal Tribuna Popular - Edição 369